O que é a tungíase ou "bicho de pé" e como removê-lo?
O que é tungíase?
A tungíase, popularmente conhecida como “bicho de pé” ou “bicho de porco”, é uma dermatozoonose própria de regiões subdesenvolvidas como África, Índia, Caribe e Américas do Sul e Central.
Quais são as causas da tungíase?
A tungíase é causada pela Tunga penetrans. A fêmea dessa pulga, depois de fecundada, penetra a pele1 do porco ou do ser humano, suga o sangue2 do hospedeiro e começa a produzir ovos que se desenvolvem e em seguida são eliminados no solo. Esse parasita3 é encontrado no solo, principalmente em pastos e terrenos quentes e arenosos, além de chiqueiros e currais. A transmissão se dá pelo contato direto dos hospedeiros (os suínos ou os homens) com o solo contaminado. Condições precárias de habitação, baixa escolaridade, presença de animais e o baixo nível socioeconômico são os principais fatores associados à tungíase.
Qual é a fisiopatologia4 da tungíase?
A Tunga penetrans distribui-se geograficamente por todo o mundo subdesenvolvido. Ela é a menor das pulgas, com um milímetro ou menos de comprimento. Tem o corpo achatado lateralmente e ausência de asas, como todas as pulgas, e uma fronte em ponta, o que favorece a penetração na pele1 do hospedeiro. Os machos adultos e as fêmeas virgens vivem em lugares de solo arenoso, quente e seco, sendo abundantes em chiqueiros de porcos e currais. Quando fecundada, a fêmea penetra na pele1 do porco ou do homem para alimentar-se e colocar seus ovos, deixando apenas a extremidade posterior em contato com a atmosfera para respirar. Esses parasitas são hematófagos5 exclusivos. Com o acúmulo de ovos, seu abdome6 se expande, podendo atingir o tamanho de um grão de ervilha. Em torno de cem ovos são expelidos, os quais darão origem às larvas e pupas. Depois de quinze dias, aproximadamente, o corpo da fêmea é expulso pela reação inflamatória da pele1.
Quais são os principais sinais7 e sintomas8 da tungíase?
A tungíase dura entre quatro a seis semanas, em média. Nas áreas endêmicas pode ocorrer reinfestação ou um mesmo indivíduo pode ser infectado por vários parasitas ao mesmo tempo, os quais estarão em diferentes estágios de desenvolvimento. A lesão9 causada por esta infecção10 consiste em uma elevação circular e amarelada da pele1 com um ponto negro central. As áreas mais afetadas do hospedeiro são a planta dos pés e os espaços interdigitais, ao redor das unhas11 e calcanhares. A irritação no local infectado provoca coceira, dor e secreção purulenta12.
Como o médico diagnostica a tungíase?
O diagnóstico13 é feito com base no quadro e histórico clínicos do paciente e observação direta da lesão9, que é muito característica.
Como o médico trata a tungíase?
O tratamento da tungíase consiste na remoção do parasita3 com agulha cortante ou bisturi. Em caso de infecção10 secundária, pode ser necessário o uso de antibióticos locais.
Como prevenir a tungíase?
Para evitar a contaminação pelo bicho de pé, o indivíduo deve evitar andar descalço em lugares frequentados por animais como vacas e porcos. A aplicação de repelentes à base de óleo de coco é eficaz tanto na regressão da patologia14 severa, quanto para a prevenção de uma reinfestação.
Como evolui a tungíase?
Depois de cerca de 15 dias, se não for removido antes, o parasita3 é espontaneamente expelido pela reação inflamatória da pele1.
Quais são as complicações da tungíase?
A tungíase pode levar a uma infecção10 secundária, já que os ferimentos servem de porta de entrada para agentes infecciosos, e deixar sequelas15 como deformações ou perda das unhas11 dos dedos dos pés, deformidades dos dedos ou gangrena16. Após a saída ou remoção do parasita3 adulto, pode haver contaminação por germes perigosos como os do tétano17, da gangrena16 gasosa ou por fungos.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.