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Dieta para hipertensos. O que reduz a pressão arterial?
Quais são as recomendações da V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial1 para redução da pressão arterial2?
- Hipertensos com excesso de peso devem participar de programas de emagrecimento com restrição de ingestão calórica e aumento de atividade física. O objetivo é alcançar Índice de Massa Corporal3 inferior a 25kg/m² e circunferência da cintura inferior a 102cm para homens e 88cm para mulheres.
- Uma redução de 5% a 10% do peso corporal inicial já é suficiente para reduzir a pressão arterial2.
- Os alimentos ricos em sódio e gorduras saturadas4 devem ser evitados, ao passo que os ricos em fibras e potássio são permitidos.
- A dieta preconizada5 pelo estudo DASH (Dietary Approachs to Stop Hypertension) mostrou benefícios no controle da pressão arterial2, inclusive em pacientes hipertensos fazendo uso de anti-hipertensivos.
- A dieta DASH enfatiza o consumo de frutas, verduras, alimentos integrais, leite desnatado e derivados, quantidade reduzida de gorduras saturadas4 e de colesterol6, maior quantidade de fibras, potássio, cálcio e magnésio. Esta dieta, associada à redução no consumo de sal, mostra benefícios ainda mais evidentes, sendo fortemente recomendada para hipertensos.
- Os hipertensos devem comer de quatro a cinco porções de frutas, quatro a cinco porções de vegetais crus ou cozidos e duas a três porções de laticínios desnatados por dia, com menos de 25% de gordura7.
- Dietas vegetarianas podem ocasionar discreta redução na pressão arterial sistólica8 em hipertensos leves.
- Os hipertensos devem reduzir a quantidade de sal na elaboração de alimentos, dando preferência aos temperos naturais como alho, cebola, limão, gengibre, alecrim, ervas, salsa, cebolinha, hortelã e manjericão. O ideal é retirar o saleiro da mesa, restringir os temperos industrializados e os molhos prontos, sopas em pó, embutidos, conservas, salsichas, enlatados, congelados, defumados, salgados do tipo snacks, mussarela e queijo prato. Alguns alimentos que não têm gosto salgado, mas têm sódio na sua composição, são mostarda, catchup e refrigerantes.
- Restringir ou abolir as bebidas alcoólicas. Recomenda-se limitar o consumo de bebidas alcoólicas a, no máximo, 30g/dia de etanol para homens e 15g/dia para mulheres ou indivíduos de baixo peso. Àqueles que não se enquadrarem nesses limites de consumo, sugere-se o abandono.
- Substituir doces e derivados do açúcar9 por carboidratos complexos e frutas, evitar sucos industrializados dando preferência aos sucos naturais de frutas.
- Incluir cereais integrais na dieta.
- Usar alimentos com reduzido teor de gordura7, eliminando as gorduras hidrogenadas e dando preferência às gorduras do tipo mono ou poli-insaturadas, presentes nas fontes de origem vegetal, exceto dendê e coco.
- Manter uma ingestão satisfatória de cálcio através do consumo de produtos lácteos, de preferência, desnatados.
- Substituir frituras por alimentos assados, crus ou grelhados.
- A suplementação10 de potássio promove redução modesta da pressão arterial2. Feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escuro, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja são alimentos pobres em sódio e ricos em potássio. A recomendação é ingerir até 4,7 gramas de potássio ao dia.
- Vários estudos mostram benefícios da restrição do consumo de sal na redução da pressão arterial2 e menor incremento da pressão arterial2 com o envelhecimento. É saudável uma pessoa ingerir até 6g de sal por dia (100 mmol ou 2,4 g/dia de sódio), correspondente a quatro colheres de café (4g) rasas de sal adicionadas aos alimentos.
- A prática regular de atividades físicas é recomendada para todos os hipertensos, inclusive aqueles sob tratamento medicamentoso, porque reduz as pressões arteriais sistólica e diastólica em 6,9mmHg e 4,9 mmHg, respectivamente. Além disso, o exercício físico pode reduzir o risco de doença arterial coronariana, acidentes vasculares11 cerebrais e mortalidade12 geral. Antes de iniciar atividades físicas, os hipertensos devem ser submetidos a avaliação clínica especializada.
- Óleos e azeite não devem ser acrescentados aos alimentos durante o período de cozimento. Eles devem ser adicionados apenas após o preparo das refeições e em pequena quantidade, por serem muito calóricos.
Fontes consultadas:
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial1
The Seventh Report of the Joint National Commitee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure
ABCMED, 2009. Dieta para hipertensos. O que reduz a pressão arterial?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/hipertensao-arterial/52833/dieta-para-hipertensos-o-que-reduz-a-pressao-arterial.htm>. Acesso em: 6 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
Complementos
1 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
2 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
3 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
4 Gorduras saturadas: Elas são encontradas principalmente em produtos de origem animal. Em temperatura ambiente, apresentam-se em estado sólido. Estão nas carnes vermelhas e brancas (principalmente gordura da carne e pele das aves e peixes), leite e seus derivados integrais (manteiga, creme de leite, iogurte, nata) e azeite de dendê.
5 Preconizada: Recomendada, aconselhada, pregada.
6 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
7 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
8 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
9 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
10 Suplementação: Que serve de suplemento para suprir o que falta, que completa ou amplia.
11 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
12 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.