Saiba mais sobre a gravidez ectópica: o que é? Quais as causas? O que deve ser feito? E como ela evolui?
O que é gravidez ectópica1?
O termo “ectópico” significa “fora do lugar”. Chama-se ectópica2 à gravidez3 que acontece fora da cavidade uterina. Geralmente ela se desenvolve numa das trompas de Falópio e, mais raramente, no ovário4, no colo do útero5 ou na superfície de um órgão próximo. As trompas de Falópio são duas estruturas tubulares, uma de cada lado do corpo, que conduzem o óvulo6 dos ovários7 até o útero8. Quando ocorre a gravidez3, o espermatozoide9 fertiliza o óvulo6 no interior da trompa, a meio caminho em direção ao útero8. Normalmente, o ovo10 assim formado continua seu caminho e se aninha no interior do útero8, onde se desenvolve. Se, por qualquer razão ele fica fixado nas trompas, a gravidez3 se desenvolve aí e é chamada “gravidez tubária”, um tipo, pois, de gravidez ectópica1.
Quais são as causas da gravidez ectópica1?
Às vezes a causa da gravidez ectópica1 é desconhecida, mas quase sempre ela acontece em decorrência da obstrução total ou parcial da trompa de Falópio ou devido à diminuição da motilidade dela, que impede o óvulo fertilizado11 de seguir sua trajetória até o útero8. Essa obstrução pode ser causada por uma inflamação12 da trompa (salpingite), após um aborto ou parto ou pelo uso do DIU (dispositivo intrauterino). A gravidez ectópica1 também pode ocorrer por infecções13 abdominais, tumores pélvicos14, cicatrização após cirurgia abdominal e aderências de cirurgias próximas. Embora isso aconteça raramente, a gravidez ectópica1 pode ser por um defeito congênito15 das trompas.
Quais são os principais sinais16 e sintomas17 da gravidez ectópica1?
Os sintomas17 da gravidez ectópica1 aparecem duas a quatro semanas após o atraso menstrual. Os primeiros sinais16 são constituídos por sangramentos vaginais, seguidos por dores em um dos lados da porção inferior do abdome18. Juntamente com esses sintomas17 pode haver também sintomas17 de uma gravidez3 normal: aumento da sensibilidade nos seios19, náuseas20, vômitos21 etc. A gravidez ectópica1 sempre é inviável e pode ter complicações sérias e até fatais para a mulher, se não for prontamente tratada. A principal delas é o rompimento da trompa, ocasionando um sangramento abundante no interior do abdome18, coisa que também pode acontecer nas gestações que começam no ovário4 ou no colo do útero5. Uma dor repentina e muito forte, no baixo ventre e nas costas22, acompanhada de elevação da frequência cardíaca, são sinais16 de rompimento de uma gravidez ectópica1.
Como o médico diagnostica a gravidez ectópica1?
Uma gravidez ectópica1 às vezes é suspeitada no curso de um exame pélvico23 em virtude de queixas ginecológicas inespecíficas. Pode ser detectado um inchaço24 em um dos lados, no exame de toque, e os movimentos do útero8 ou dos ovários7 durante esse exame podem causar dor. Esses sintomas17 fazem aumentar as chances do diagnóstico25 de gravidez ectópica1 se estiverem associados com uma história clínica que indique a possibilidade de gravidez3. Um teste de gravidez3 pode ser utilizado para confirmar a situação. A ultrassonografia26 pélvica27 pode revelar a localização da gravidez ectópica1. O sangue28 resultante do sangramento de uma gravidez ectópica1 pode ser colhido no fundo do peritônio29, por uma agulha introduzida abaixo do colo do útero5 (culdocentese). Além disso, o hematócrito30 e as dosagens sanguíneas de gonadotrofina coriônica e de progesterona ajudarão a compor o diagnóstico25. O diagnóstico25 de certeza pode ser feito por meio de um laparoscópio31 (um tubo fino contendo uma fonte de luz) inserido na cavidade abdominal32 por uma incisão33 na região umbilical, o qual permite ao médico localizar precisamente a gravidez ectópica1.
Como o médico trata a gravidez ectópica1?
O tratamento da gravidez ectópica1 é a remoção cirúrgica do embrião. Muitas vezes também a trompa de Falópio e o ovário4 envolvidos precisam ser removidos, mas em outras vezes é possível remover apenas as partes afetadas e reconstruir a trompa de modo que continuem funcionando.
Como evolui a gravidez ectópica1?
Com os recursos diagnósticos e terapêuticos atuais, a morte resultante de gravidez ectópica1 é rara.
Diante de um caso de gravidez ectópica1 a mulher deve ser hospitalizada imediatamente, em virtude das possibilidades de complicações graves.
A mulher que teve uma gravidez ectópica1 e que não sofreu retirada das trompas ou que não teve danos sérios a elas é capaz de engravidar posteriormente.
Cerca de um terço das mulheres que tiveram uma gravidez ectópica1 podem voltar a tê-la novamente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.