Amniocentese - quando deve ser feita? Existem riscos?
O que é amniocentese1?
Amniocentese1, também referida como exame do líquido amniótico2, é um procedimento no qual o médico retira uma pequena quantidade de líquido da bolsa amniótica3 que envolve o feto4 em desenvolvimento, para ser examinado em laboratório.
O que é o líquido amniótico2?
O líquido amniótico2 é o fluido que preenche a famosa “bolsa d’água”, no interior da qual o feto4 se desenvolve, esta bolsa se rompe no início do trabalho de parto. O volume de líquido amniótico2 cresce com o passar do tempo e ao redor da 28ª semana de gestação chega ao seu limite, em torno de um litro. Ele ajuda a manter o bebê aquecido, impede grandes e bruscas variações de temperatura e serve como amortecedor para traumas na barriga da mãe, além de permitir que o bebê se mova facilmente dentro do útero5, possibilitando o desenvolvimento e o fortalecimento dos seus músculos6 e ossos.
Saiba mais sobre o "Líquido amniótico2".
Como se realiza a amniocentese1?
A amniocentese1 foi introduzida no arsenal diagnóstico7 pré-natal pelo obstetra americano Fritz Friedrich, em 1956. Atualmente, o exame é guiado pelo ultrassom em tempo real, como é feito durante quase todos os procedimentos invasivos, fornecendo, pois, maior segurança e precisão dos resultados. Assim, o médico consegue identificar um local dentro do útero5 que esteja longe do feto4 e da placenta, mas que seja rico em líquido amniótico2.
Geralmente a amniocentese1, quando indicada, é feita quando a gestante está entre 14 e 16 semanas de gravidez8. Uma anestesia9 local é administrada, a fim de aliviar a dor sentida pela mãe durante a inserção da agulha usada para retirar a fluido. Então, a agulha é inserida através da parede abdominal10 e, em seguida, através da parede do útero5 para, finalmente, alcançar a bolsa amniótica3. Com o auxílio do ultrassom, o médico perfura a bolsa e extrai cerca de 20 ml do líquido do interior da bolsa.
Leia sobre "Pré-natal", "Ultrassonografia11 na gravidez8", "Diagnóstico7 precoce de gravidez8", "Gestação semana a semana" e "Anestesia9 local".
As células12 fetais são então separadas da amostra extraída, cultivadas num meio de cultura e, posteriormente, fixadas e coradas. Os cromossomas são, então, examinados num microscópio com vista a anormalidades. O líquido retirado da bolsa amniótica3 é reposto pelo organismo materno em 24-48 horas. O exame dura poucos minutos (15 a 20 minutos) e pode ser feito em consultório.
Por que fazer uma amniocentese1?
As mulheres que optam por fazer este teste são principalmente aquelas com um risco importante de problemas genéticos e cromossômicos, porque o teste é invasivo e apresenta um risco (embora pequeno) de aborto. O líquido amniótico2 contém tecido13 fetal e por isso pode ser utilizado para o diagnostico7 pré-natal de anomalias cromossômicas e infecções14 fetais e também para determinação do sexo do bebê em gestação.
As anormalidades cromossômicas mais comumente detectadas com a amniocentese1 são a síndrome de Down15 (trissomia 21), síndrome16 de Edwards (trissomia 18), síndrome16 de Turner (monossomia X) e outras desordens metabólicas raras e herdadas, além de defeitos congênitos17 do tubo neural18, pela análise dos níveis de alfa-fetoproteína.
Além disso, a amniocentese1 pode ainda prever a maturidade pulmonar fetal e ser utilizada para detectar outros problemas, como infecções14, incompatibilidade Rh e descompressão19 de polidrâmnio20.
Saiba mais nos artigos sobre "Síndrome de Down15", "Síndrome16 de Turner", "Espinha bífida21" e "Exsanguineotransfusão22 do recém-nascido".
Quais são os riscos da amniocentese1?
Se realizada antes da 14ª semana de gestação a amniocentese1 pode resultar em danos para o feto4. As possíveis complicações da amniocentese1 incluem trabalho de parto prematuro, desconforto respiratório, deformidades posturais, corioamnionite, trauma fetal e aloimunização da mãe (doença rhesus). O risco de aborto é de cerca de 0,2%. A embolia23 amniótica também tem sido descrita como um possível risco.
Quais são as complicações possíveis da amniocentese1?
Feita por um médico experiente e com a técnica correta, a amniocentese1 é um procedimento com taxas muito baixas de complicações. Porém, por ser um procedimento invasivo, elas podem ocorrer.
O aborto, quando ocorre, geralmente acontece dentro da primeira semana após a amniocentese1. Lesão24 do feto4 pela agulha é um fato raríssimo. O risco de infecção25 do líquido amniótico2 é menor que 0,1%. Perda temporária de líquido amniótico2 pela vagina26 ocorre em cerca de 1,7% dos casos, mas, na maioria das vezes, é de pequeno volume e desaparece em cerca de uma semana. Cólicas27 e pequeno sangramento vaginal, leves e transitórios, podem ocorrer logo após o procedimento. Caso ocorra febre28 acima de 38°C, cólicas27 intensas, sangramento ou perda persistente de líquido amniótico2, a paciente deve logo consultar o seu médico.
Veja outros temas em: "Trabalho de parto", "Parto prematuro", "Aborto", "Cólicas27" e "Sangramentos durante a gravidez8".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.