Biópsia renal: o que é? Como é feita? Quem deve e quem não deve fazer? Como evolui? Quais são as possíveis complicações?
O que é biópsia1 renal2?
Uma biópsia1 é um procedimento mediante o qual se colhe um fragmento3 de tecido4 orgânico ou uma pequena quantidade de células5 (“amostra”) para posterior determinação da sua natureza, em laboratório. Como a biópsia1 analisa apenas uma minúscula parte do tecido4 em causa, às vezes, por azar, esse pequeno fragmento3 do parênquima6 orgânico não apresenta sinais7 de doença, embora ela exista. Nesses casos, havendo fortes suspeitas de doença é conveniente repetir a biópsia1, na tentativa de se acessar uma região que esteja acometida. Fala-se em biópsia1 renal2 quando essa técnica é aplicada ao rim8. A biópsia1 renal2 é utilizada pelos nefrologistas sempre que outros exames não são capazes de esclarecer com precisão a doença renal2 com que estejam às voltas. Nela retira-se um fragmento3 do rim8, de um a dois centímetros de comprimento, por meio de uma agulha apropriada. A análise microscópica desse fragmento3 permite, em muitos casos, estabelecer diagnósticos, tratamentos e prognósticos apropriados.
Como é feita a biópsia1 renal2?
Antes da biópsia1 renal2 deve ser tomada uma história clínica que verifique fatores que favoreçam sangramentos, entre eles, o uso de anticoagulantes9, antiagregantes plaquetários ou anti-inflamatórios. Se o paciente estiver tomando alguma dessas drogas ela deve ser suspensa pelo menos uma semana antes do procedimento. Podem ser feitas também análises de sangue10 para avaliar a coagulação11 e diminuir a incidência12 de hemorragias13 e análises de urina14 para avaliar a presença de infecção15 urinária, uma das contraindicações para a biópsia1. O paciente deve fazer também uma ultrassonografia16 renal2 antes da biópsia1, porque ela descarta a presença de rim8 único, tumores, cistos, rins17 fibróticos ou atrofiados, outras contraindicações para a biópsia1 renal2 percutânea.
A biópsia1 renal2 é feita em um ambiente hospitalar. Previamente, deve ser feita limpeza da pele18 na região em que a agulha de biópsia1 será introduzida e feita uma anestesia19 local. Em crianças ou em pacientes não colaborativos pode-se fazer uma sedação20. Com o paciente deitado em uma maca em decúbito ventral21 (“de barriga para baixo”) é introduzida em seu flanco22, através da pele18 (biópsia1 renal2 percutânea) uma agulha apropriada, especialmente longa para atingir o rim8, do qual então é aspirada certa quantidade de células5.
Uma ultrassonografia16 localiza o rim8 e o ponto a ser biopsiado. Em geral a agulha é introduzida na região lombar23, abaixo da última costela. Ela tem em sua extremidade um mecanismo automático que ao ser acionado pelo médico retira um fragmento3 do tecido4 renal2. O processo é repetido mais de uma vez, para que se obtenha pelo menos duas amostras de locais diferentes do rim8. Quando bem feito, o procedimento é praticamente indolor e a única coisa que o paciente sente é uma pequena dor ou desconforto no local da punção, depois que cessar o efeito da anestesia19. Todo o procedimento dura cerca de 20 a 30 minutos. Após o procedimento, o paciente deve manter-se em observação por pelo menos doze horas, em repouso absoluto, devido ao risco de sangramento.
Quem deve fazer a biópsia1 renal2?
A biópsia1 renal2 deve ser feita nos casos de doenças dos rins17 cuja natureza não se consiga elucidar simplesmente com avaliação clínica e laboratorial. Na maioria das vezes, a biópsia1 renal2 é indicada quando há proteinúria24 significativa, hematúria25 ou insuficiência renal26 de causas desconhecidas, suspeita de glomerulonefrites, alterações da creatinina27 com hematúria25 e proteinúria24, sem causa evidente. A biópsia1 renal2 também pode ser utilizada no acompanhamento dos resultados dos transplantes renais, sendo o modo mais preciso para detectar a rejeição.
Quem não deve fazer a biópsia1 renal2?
A biópsia1 renal2 não deve ser feita por paciente que:
- Tenha rim8 único, rins17 atrofiados ou rins17 policísticos.
- Tenha alterações da coagulação11 sanguínea.
- Use drogas que alterem a coagulação11.
- Sofram de hipertensão arterial28 não controlada.
- Apresentem infecção15 urinária ou hidronefrose29.
Não se deve biopsiar o rim8 quando a causa da lesão30 renal2 for óbvia como no diabetes mellitus31 de longa data, por exemplo, ou de outras enfermidades. O médico assistente pode indicar outras situações em que a biópsia1 renal2 não deva ser feita.
Como evolui a biópsia1 renal2?
Todos os pacientes sangram, em maior ou menor grau. Como o rim8 é um órgão muito vascularizado é praticamente impossível não se atingir um pequeno vaso sanguíneo com a agulha de biópsia1. A maior parte dos pacientes apresenta hematúria25 (sangue10 na urina14), em alguns casos hematúria25 visível a olho32 nu. Em alguns poucos casos pode ser necessária uma transfusão33 de sangue10 e mais raramente pode ser preciso uma cirurgia para controlar a hemorragia34 e mais raramente ainda pode-se ter que remover o rim8.
Quais são as complicações possíveis da biópsia1 renal2?
Como em todo procedimento médico invasivo, existem riscos inerentes ao próprio ato. Em alguns poucos casos pode ser necessária uma transfusão33 de sangue10, pode ser preciso uma cirurgia para controlar a hemorragia34 e mais raramente pode-se ter de remover o rim8. Em cerca de dois casos em mil, o paciente pode inclusive vir a óbito35 em virtude de complicações da biópsia1 renal2.
A complicação mais frequente e geralmente quase única da biópsia1 renal2 é o sangramento. É importante que o sistema de coagulação11 do organismo esteja normal e interrompa o sangramento.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.