Raquianestesia: o que é? Quais os preparos necessários? Como é feita? Quais são as vantagens e as desvantagens?
O que é a raquianestesia?
A raquianestesia, também chamada anestesia1 raquidiana, anestesia1 intratecal ou anestesia1 subaracnoide, é o nome dado para a anestesia1 decorrente da aplicação de um anestésico local no interior do espaço subaracnoideo, diretamente no líquor2, levando ao bloqueio nervoso reversível das raízes anteriores e posteriores, dos gânglios3 das raízes posteriores e de parte da medula espinhal4, resultando em perda da atividade autonômica, sensitiva e motora na parte inferior do corpo. A pessoa que recebe a raquianestesia perde a sensibilidade do umbigo5 para baixo, podendo ser submetida a procedimentos cirúrgicos ou outros, sem sentir dores. A primeira raquianestesia foi realizada por Bier, em 1898.
Quais são os preparos necessários para a raquianestesia?
Os preparos para a raquianestesia são mínimos e fáceis:
- O paciente deve manter jejum absoluto durante as doze horas que antecedem o procedimento.
- O paciente deve ir para a anestesia1 de bexiga6 vazia, porque até passar o efeito da anestesia1 ele poderá ter dificuldade para urinar.
Como é o feito o procedimento?
O paciente é levado ao centro cirúrgico de uma clínica ou de um hospital e é deitado em uma mesa, na qual geralmente recebe uma sedação7 venosa que o deixa meio “grogue”. Então, deitado em decúbito lateral8 e curvado para frente, uma fina agulha é introduzida nas suas costas9, no intervalo entre as últimas vértebras lombares10 (L3/L4; L4/L5), até o canal medular, no espaço onde circula o líquor2 e onde será injetado o anestésico. A dor dessa introdução é inteiramente suportável, mas para evitá-la costuma ser feita uma anestesia1 local. Para alguns procedimentos médicos, basta uma injeção11 única. Para que o efeito da raquianestesia se prolongue por um tempo maior, se necessário, pode ser deixado um catéter, pelo qual novas doses da medicação podem ser injetadas. A perda das sensações e dos movimentos começa de baixo para cima (dos pés para o umbigo5) e a recuperação se dá no sentido contrário (do umbigo5 para os pés).
Quando está indicada a raquianestesia?
A raquianestesia é indicada para cirurgias na região abdominal e extremidades inferiores, sendo muito utilizada em cirurgias obstétricas (parto normal e cesariano, por exemplo).
Quais são as vantagens da raquianestesia?
- Pode ser usada uma pequena quantidade de anestésico, minimizando, assim, os riscos já em si muito raros, de reações secundárias a eles.
- Rápido início de ação.
- Excelente controle do nível de anestesia1, com preservação da consciência.
- Baixo custo e segurança da técnica.
- Boa intensidade de bloqueio sensitivo e motor.
- Analgesia pós-operatória prolongada.
Quais são as desvantagens da raquianestesia?
- Cefaleia12 pós-anestesia1, que cada vez mais tem sido diminuída com os avanços técnicos.
- Pequena duração da anestesia1 que, no entanto, pode ser prolongada, se desejável.
- Raramente pode ocorrer o aparecimento transitório da síndrome da cauda equina13 e de outros sintomas14 neurológicos.
Quais são os riscos da raquianestesia?
O risco de uma intoxicação por anestésicos locais é quase nulo. No entanto, este tipo de anestesia1 apresenta como desvantagem uma cefaleia12 pós-punção, maior que com outros tipos de anestesia1.
Em alguns casos pode ocorrer uma dificuldade respiratória transitória, facilmente sanável.
E após a anestesia1?
Procure não levantar ou movimentar demais a cabeça15, porque isso pode aumentar a cefaleia12 pós-anestesia1. Depois de realizado o procedimento médico previsto, o paciente deve ainda permanecer alguns minutos numa sala de recuperação, até que a anestesia1 comece a passar e o paciente volte a ter a sua sensibilidade e os movimentos normalizados. Se mesmo com os cuidados anteriores a bexiga6 do paciente encher muito e começar a doer, uma sonda pode ser passada, para esvaziá-la. O procedimento é totalmente indolor e traz um grande alívio. Quando quiser levantar-se, faça isso lentamente ou, de preferência, em duas etapas, mantendo-se assentado por algum tempo, para não sentir tonteira.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.