Entendendo o colesterol do organismo
O que é Colesterol1?
O colesterol1 é um tipo de gordura2 (lipídeo3) encontrada naturalmente em nosso organismo, assim como os fosfolípides, os triglicérides4 (TG) e os ácidos graxos.
O colesterol1 está presente no cérebro5, nervos, músculos6, pele7, fígado8, intestinos9 e coração10 e é usado para produzir hormônios esteróides, vitamina11 D e ácidos biliares que ajudam na digestão12 das gorduras.
Cerca de 70% do colesterol1 é fabricado pelo nosso próprio organismo, no fígado8, enquanto que os outros 30% vêm da dieta.
Os fosfolípides formam a estrutura básica das membranas celulares.
Os triglicérides4 constituem uma das formas de armazenamento energético mais importante no organismo.
Os ácidos graxos podem ser classificados como saturados, monoinsaturados ou polinsaturados.
O que são lipoproteínas?
As lipoproteínas permitem a solubilização e transporte dos lípides. São compostas por lípides e proteínas13 denominadas apolipoproteínas (apos).
Existem quatro grandes classes de lipoproteínas separadas em dois grupos:
- As ricas em TG: representadas pelos quilomícrons e pelas lipoproteínas de densidade muito baixa ou “very low density lipoprotein” (VLDL);
- As ricas em colesterol1 de densidade baixa “low density lipoprotein” (LDL14) e de densidade alta ou “high density lipoprotein” (HDL15). Existe ainda uma classe de lipoproteínas de densidade intermediária ou “intermediary density lipoprotein” (IDL) e a lipoproteína A [Lp(a)]. A função fisiológica16 da Lp(a) não é conhecida, mas ela tem sido associada à formação e progressão da placa17 aterosclerótica.
Por que o colesterol1 é importante?
O colesterol1 alto é um fator de risco18 para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares19. Quanto mais alto o seu nível de colesterol1, maior o risco de desenvolver alguma doença cardíaca, ter um infarto do miocárdio20 ou um derrame21 cerebral.
Quando há excesso de colesterol1 na corrente sangüínea (hipercolesterolemia22), ele pode se depositar na parede das artérias23, determinando um processo conhecido como aterosclerose24. As artérias23 ficam estreitadas e o fluxo sangüíneo mais lento ou bloqueado.
Se esse depósito de gordura2 ocorre nas artérias coronárias25, pode ocorrer angina26 (dor no peito27) e infarto do miocárdio20. Se ocorre nas artérias23 cerebrais pode provocar acidente vascular cerebral28 (derrame21).
Colesterol1 dentro da normalidade é importante para todas as pessoas: jovens, adultos de meia idade e idosos; homens e mulheres; e pessoas com ou sem doenças cardiovasculares19 já que as doenças cardiovasculares19 são a primeira causa de morte tanto para homens, quanto para mulheres no Brasil.
Quais são os tipos de alteração do colesterol1 (dislipidemias) que existem?
Existem quatro tipos principais de dislipidemias bem definidas:
- Elevação isolada do LDL14-C (≥ 160 mg/dL29).
- Elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL29), que reflete o aumento do volume de partículas ricas em TG como VLDL, IDL e quilomícrons.
- Valores aumentados de LDL14-C (≥ 160 mg/dL29) e de TG (≥150 mg/dL29).
Nos casos com TG ≥ 400 mg/dL29, quando o cálculo30 do LDL14-C pela Equação de Friedewald* é inadequada, considerar-se-á hiperlipidemia31 mista se o CT for maior ou igual a 200 mg/dL29. - Redução do HDL15-C (homens <40 mg/dL29 e mulheres <50mg/dL) isolada ou em associação com aumento de LDL14-C
ou de TG.
* Equação de Friedewald: O LDL14-C pode ser calculado pela equação de Friedewald (LDL14-C = CT - HDL15-C – TG/5), onde TG/5 representa o colesterol1 ligado à VLDL ou VLDLcolesterol (VLDL-C), ou diretamente mensurado no plasma32. Em pacientes com hipertrigliceridemia (TG>400mg/dL), hepatopatia colestática crônica, diabetes mellitus33 ou síndrome nefrótica34, a equação é imprecisa.
Fontes:
National Institute of Health
National Heart, Lung and Blood Institute
Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III) Final Report
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose24 Departamento de Aterosclerose24 da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites do U. S. National Institute of Health, do Johns Hopkins Medicine e da American Heart Association.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.