Síndrome congênita do Zika
Quais são as alterações orgânicas provocadas pelo vírus1 Zika?
Ainda não se conhece inteiramente todas as alterações orgânicas causadas pelo vírus1 Zika, mas sabe-se que elas são de natureza congênita2, transmitidas aos fetos através da placenta da gestante. As primeiras delas a chamarem a atenção dos médicos foram a maior incidência3 de microcefalia4 (diminuição do tamanho do cérebro5 do feto6/bebê) e a síndrome7 de Guillain-Barré, uma síndrome7 constante de sinais8 e sintomas9 neurológicos.
Posteriormente verificou-se que mesmo em crianças com cérebro5 de tamanho normal poderia haver outras alterações neurológicas e mesmo em outros órgãos que não o sistema nervoso10, embora o vírus1 demonstre uma predileção por esse sistema.
Considera-se que há microcefalia4 quando a criança nasce com menos de 32 centímetros de perímetro cefálico. O crânio11 não cresce porque o cérebro5 fica pequeno. Entretanto, às vezes o crânio11 pode crescer e adquirir dimensões normais, se dentro dos ventrículos cerebrais houver mais líquido que o comum, apesar da atrofia12 cerebral.
A síndrome7 congênita2 do Zika independe, pois, do tamanho da cabeça13. Então, passou-se a designar a situação como “Síndrome Congênita2 do Zika”.
Em que consiste a síndrome7 congênita2 do Zika?
A síndrome7 congênita2 do Zika é um conjunto de sinais8 e sintomas9 presentes desde o nascimento que abarcam, além da microcefalia4 e da síndrome7 de Guillain-Barré, dilatação dos ventrículos cerebrais (cavidades por onde circulam o líquido cerebral), calcificações intracranianas, problemas visuais e auditivos, atraso no desenvolvimento, crises epiléticas, alterações musculares, contração das articulações14, deformações das mãos15, punhos e joelhos e vários tipos de alterações cerebrais, entre outras manifestações.
Embora se tenha espalhado inicialmente a ideia da associação Zika-micocefalia, a microcefalia4 nunca está sozinha. A síndrome7 é provocada pelo vírus1 Zika, transmitido pelo mesmo mosquito que transmite a Dengue16 e a Chikungunya, o Aedes Aegypti, e se manifesta desde o nascimento. Por isso é dita “congênita”.
Como em outras síndromes, é possível que a criança apresente somente alguns dos sintomas9 possíveis e, raramente, todos eles. Mesmo crianças com perímetro cerebral normal podem apresentar outras alterações orgânicas. Esse fato está fazendo com que o problema da atrofia12 cerebral e outras alterações sejam aparentemente escondidos. Na verdade, ventrículos cerebrais dilatados devem-se a uma atrofia12 do tecido17 cerebral, ainda que o perímetro cefálico seja normal.
Não se sabe em que período da gestação o vírus1 é mais perigoso, se no início, no meio, no final ou se em todos eles. É possível que dependendo do momento em que a agressão ocorra, o vírus1 possa alterar o desenvolvimento de uma ou outra área do cérebro5, provocando sintomas9 diferentes. É isso que faz com que a síndrome7 congênita2 do Zika não seja sempre a mesma coisa em todas as pessoas.
Como tratar a síndrome7 congênita2 do Zika?
Em geral, as crianças já nascem com um quadro bastante grave e completo e as perspectivas de reabilitação delas são muito limitadas. Os tratamentos são apenas sintomáticos e variam de caso para caso, mas exigem uma equipe multiprofissional composta, pelo menos, por neurologista18, pediatra, fisioterapeuta, psicopedagogo, terapeuta ocupacional19, etc.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.