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Transtorno do pânico: definição, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução

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O que é o transtorno do pânico?

Transtorno do pânico (ou síndrome1 do pânico) é um transtorno de ansiedade caracterizado por crises recorrentes de medo intenso e sintomas2 físicos aterrorizantes que se iniciam de forma brusca e inesperada, causando na pessoa a nítida impressão de que ela está enlouquecendo ou morrendo. No aparelho psíquico, as crises de pânico desencadeiam os mecanismos de alerta orgânico na ausência de qualquer ocorrência grave. Quando essas crises são repetitivas, dizemos que a pessoa sofre de transtorno do pânico, termo que deriva do deus Pã, da mitologia grega, à vista de cuja figura horrenda as pessoas tomavam grande susto.

Quais são as causas do transtorno do pânico?

Não se conhece a causa específica do transtorno do pânico, mas sabe-se de fatores que o favorecem: herança, disposição inata ou precocemente adquirida, terreno psíquico ansioso, vivências traumatizantes, estados especiais de insegurança, etc., bem como fatores orgânicos como distúrbios da serotonina cerebral e a ingestão de algumas substâncias excitantes, como anfetaminas, cafeína, cocaína, álcool, etc. Essas substâncias, que geram ansiedade nas pessoas normais, desencadeiam crises de pânico nas pessoas predispostas.

Quais são os principais sinais3 e sintomas2 do transtorno do pânico?

A primeira crise de pânico costuma manifestar-se na adolescência ou no início da idade adulta e pode repetir-se aleatoriamente no mesmo dia ou com espaço de semanas, meses ou mesmo anos, podendo ocorrer até mesmo durante o sono. Os sintomas2 dos transtornos do pânico variam de uma pessoa para outra, mas habitualmente incluem dores no peito4, palpitações5, desorientações, dores de cabeça6, tonteiras, mal-estar gástrico, dificuldades de respirar, tremores, soluços, perdas da realidade e medos de estar ficando louco ou morrendo. Os ataques de pânico ocorrem de forma imprevisível e duram de 5 a 10 minutos. Aqueles que já os experimentaram consideram-nos devastadores e “uma das piores coisas que uma pessoa pode sentir”.

Os sintomas2 mais dramáticos dos ataques duram de alguns segundos a alguns minutos, mas levam cerca de uma hora para desaparecem de todo. Em geral ocorrem sem qualquer aviso prévio, quando a pessoa encontra-se realizando uma atividade rotineira simples ou mesmo dormindo. Repentinamente, a pessoa começa a experimentar os sintomas2, que frequentemente começam por um sentimento de irrealidade e temor de perda de controle mental ou de estar morrendo. O ataque inicial pode sobrevir no curso de uma sobrecarga de estresse físico ou mental como, por exemplo, excesso de trabalho, perda de alguém amado, cirurgia, enfermidade, acidente grave, parto ou em certas situações que promovem apreensão como atravessar um túnel muito longo ou andar de avião, por exemplo.

Muitos ataques de pânico deixam atrás de si as agorafobias: após um primeiro ataque algumas pessoas desenvolvem um medo de ter medo e passam a não mais querem retornar ao lugar ou à situação em que o experimentaram. As crises tornam as pessoas amedrontadas de estar nos lugares ou situações de onde não possam escapar com facilidade em caso de um novo ataque e de voltarem à situação em que tiveram seu acesso. Em casos mais gerais as pessoas passam a sentir medo de sair à rua ou a espaços abertos, desacompanhadas ou mesmo junto a outras pessoas.

Na maioria das vezes os ataques de pânico acontecem em mulheres jovens, mas eles podem ocorrer nos homens e em outras idades.

Como o médico diagnostica o transtorno do pânico?

O diagnóstico7 do transtorno do pânico é feito por meio dos informes clínicos dos pacientes quanto a seus sintomas2 e a recorrência8 deles. Uma crise isolada, que não interfira negativamente no estilo de vida do paciente, não é suficiente para caracterizar o transtorno do pânico. É muito importante estabelecer o diagnóstico7 diferencial com outras doenças que apresentam sintomas2 semelhantes, tais como os ataques cardíacos, o hipertireoidismo9, a hipoglicemia10 e a epilepsia11, por exemplo, para orientar corretamente o tratamento.

Como o médico trata o transtorno do pânico?

O tratamento para os transtornos do pânico podem ser feitos com medicamentos antidepressivos e ansiolíticos e/ou psicoterapias. Esses medicamentos, inócuos para a saúde12 geral, agem no sistema nervoso central13 regularizando o funcionamento das áreas cerebrais comprometidas, mas devem ser seguidos ou conjugados com a psicoterapia. A psicoterapia cognitivo14-comportamental atualmente é a mais indicada e pode ajudar no controle dos comportamentos, pensamentos e sintomas2 disfuncionais15.

Como evolui o transtorno do pânico?

Alguns sintomas2 físicos da doença podem ser confundidos com os sinais3 do infarto do miocárdio16 e por isso as pessoas costumam procurar ajuda num serviço médico de urgência17, que frequentemente tem dificuldades de distinguir entre as duas situações, principalmente em um primeiro ataque de pânico.

Em geral, a combinação da psicoterapia com medicamentos para tratar os distúrbios do pânico produz bons resultados.

Algumas fobias18 que se seguem aos transtornos de pânico podem ser eliminadas por meio de psicoterapia ou pela exposição controlada à situação que gera o medo, mas há também as que são permanentes.

Podem ocorrer recaídas, as quais geralmente são tratadas com eficácia da mesma forma que o primeiro episódio. 

ABCMED, 2013. Transtorno do pânico: definição, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/509154/transtorno-do-panico-definicao-causas-sinais-e-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao.htm>. Acesso em: 4 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
2 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
3 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
4 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
5 Palpitações: Designa a sensação de consciência do batimento do coração, que habitualmente não se sente. As palpitações são detectadas usualmente após um exercício violento, em situações de tensão ou depois de um grande susto, quando o coração bate com mais força e/ou mais rapidez que o normal.
6 Cabeça:
7 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
8 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
9 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
10 Hipoglicemia: Condição que ocorre quando há uma queda excessiva nos níveis de glicose, freqüentemente abaixo de 70 mg/dL, com aparecimento rápido de sintomas. Os sinais de hipoglicemia são: fome, fadiga, tremores, tontura, taquicardia, sudorese, palidez, pele fria e úmida, visão turva e confusão mental. Se não for tratada, pode levar ao coma. É tratada com o consumo de alimentos ricos em carboidratos como pastilhas ou sucos com glicose. Pode também ser tratada com uma injeção de glucagon caso a pessoa esteja inconsciente ou incapaz de engolir. Também chamada de reação à insulina.
11 Epilepsia: Alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Quando restritos, a crise será chamada crise epiléptica parcial; quando envolverem os dois hemisférios cerebrais, será uma crise epiléptica generalizada. O paciente pode ter distorções de percepção, movimentos descontrolados de uma parte do corpo, medo repentino, desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente e até perder a consciência - neste caso é chamada de crise complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Existem outros tipos de crises epilépticas.
12 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
13 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
14 Cognitivo: 1. Relativo ao conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
15 Disfuncionais: 1. Funcionamento anormal ou prejudicado. 2. Em patologia, distúrbio da função de um órgão.
16 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
17 Urgência: 1. Necessidade que requer solução imediata; pressa. 2. Situação crítica ou muito grave que tem prioridade sobre outras; emergência.
18 Fobias: Medo exagerado, falta de tolerância, aversão.
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