Atalho: 6XDD6YS
Gostou do artigo? Compartilhe!

Eletroencefalograma: como é feito? Como se preparar para o exame? Quais são as complicações?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é o eletroencefalograma1?

O eletroencefalograma1 (EEG) ou eletroencefalografia2 é um exame que permite o estudo do registro gráfico das correntes elétricas espontâneas desenvolvidas no cérebro3, através de eletrodos aplicados no couro cabeludo, na superfície encefálica4 ou até mesmo dentro da substância encefálica4. Começou a ser usado após 1929, depois da descoberta de Hans Berger (psiquiatra alemão) de que o cérebro3 gera uma atividade elétrica capaz de ser registrada. Um poderoso amplificador de corrente elétrica é capaz de aumentar milhares de vezes os sinais5 elétricos gerados no cérebro3 e, por meio de um dispositivo chamado galvanômetro, eles são registrados sobre uma tira deslizante de papel, em forma de ondas.

A eletroencefalografia2 vinha perdendo terreno para outros métodos de diagnóstico6, mas a associação dela com a informática deu-lhe novo impulso, conquistando um lugar proeminente no diagnóstico6 de vários problemas cerebrais e contribuindo também com outras técnicas terapêuticas. Isso tornou possível, inclusive, o mapeamento cerebral colorido, eletricamente determinado, muito em voga atualmente.

Como se realiza o exame?

O exame é simples, indolor, sem contraindicações e pode ser feito em qualquer idade. As únicas condições que podem torná-lo difícil são lesões7 presentes no couro cabeludo, tais como dermatite seborreica8 intensa, infecções9, infestações ou grandes ferimentos. Geralmente o paciente estará acordado, sentado em uma poltrona confortável ou deitado, de olhos10 semi-serrados e num ambiente de penumbra. Será pedido a ele que fique imóvel, relaxe o máximo que consiga e, se possível, até durma. Em algum momento durante o exame será pedido ao paciente que respire aceleradamente, para obter-se um gráfico em hiperventilação, que pode potencializar algumas alterações. O eletroencefalograma1 também poderá ser potencializado pelo sono ou por foto estimulação. O sono pode ser obtido de modo espontâneo, mediante uma privação prévia ou ser induzido por uma sedação11 medicamentosa leve. No caso de foto estimulação, são colocadas luzes extremamente brilhantes para piscar na frente do paciente, em diferentes velocidades, por um aparelho chamado estroboscópio. Eletrodos são então fixados sobre o couro cabeludo do paciente com uma pasta aderente que contribui na condução elétrica, em geral, em posições pré-definidas internacionalmente. Um amplificador de potenciais ajuda a elaborar um gráfico das ondulações cerebrais, analógico ou digital, dependendo do equipamento. O procedimento dura em torno de 30 minutos e, terminado o exame, o paciente pode retornar às suas atividades normais. Em crianças que não se adaptem bem ao exame, pode ser feita uma leve sedação11. A partir de um padrão de normalidade, o médico especializado é capaz de medir as alterações existentes e fazer as correlações necessárias com os dados clínicos do paciente, obtendo um diagnóstico6.

Para que se realiza o eletroencefalograma1?

Geralmente se realiza o eletroencefalograma1 quando há suspeita de epilepsia12 ou, em casos em que ela já é conhecida, para diagnosticar o seu tipo. Pode-se ainda usá-lo na avaliação de coma13, morte encefálica4, intoxicações, encefalites14 diversas, síndromes demenciais, crises não epilépticas devidas a distúrbios metabólicos e em tumores cerebrais. Em casos diversos, o especialista pode observar descargas de ondas anormais em forma de pontas, por exemplo (picos de onda), complexos ponta-ondas ou atividades lentas focais ou generalizadas de diferentes significações clínicas.

As técnicas mais avançadas do Eletroencefalograma1 Quantitativo (mapeamento cerebral) permitem determinar a localização precisa de tumores cerebrais e de doenças focais do cérebro3, como a epilepsia12 ou as alterações vasculares15 e derrames, por exemplo.

Como se preparar para o exame?

  • Lavar bem os cabelos, mas com tempo suficiente para que estejam bem secos ao início do procedimento.
  • Não utilizar nenhum produto no cabelo16 (laquê, gel, cremes, óleos, tinturas, etc.).
  • Não é necessário suspender os medicamentos de uso contínuo, mas eles devem ser informados ao médico.
  • Para conseguir-se o sono espontâneo, o paciente deve fazer uma restrição de sono na noite anterior ao exame, dormindo no máximo três horas. Bebês17 podem ser alimentados durante a colocação dos eletrodos para facilitar a indução do sono.
  • Não há restrições alimentares.

Quais são as complicações que podem ocorrer durante o exame?

Normalmente não ocorrem complicações, no entanto, pode acontecer (raramente) que pacientes epilépticos tenham uma crise durante o exame, principalmente quando feita a foto estimulação. Se ocorrer, isto já é uma indicação diagnóstica e ele estará num ambiente mais protegido e com maior assistência do que nas crises que acontecem aleatoriamente. Com as pessoas não epilépticas, em geral, nada ocorre.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Mayo Clinic, Johns Hopkins Medicine e American Academy of Neurology

ABCMED, 2013. Eletroencefalograma: como é feito? Como se preparar para o exame? Quais são as complicações?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/347519/eletroencefalograma-como-e-feito-como-se-preparar-para-o-exame-quais-sao-as-complicacoes.htm>. Acesso em: 3 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Eletroencefalograma: Registro da atividade elétrica cerebral mediante a utilização de eletrodos cutâneos que recebem e amplificam os potenciais gerados em cada região encefálica.
2 Eletroencefalografia: Registro da atividade elétrica cerebral mediante a utilização de eletrodos cutâneos que recebem e amplificam os potenciais gerados em cada região encefálica.
3 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
4 Encefálica: Referente a encéfalo.
5 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
6 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
7 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
8 Dermatite seborreica: Caracterizada por descamação da pele e do couro cabeludo. A forma que acomete couro cabeludo é a mais comum e conhecida popularmente por caspa. É uma doença inflamatória, não contagiosa, possui caráter crônico e recorrente. O fungo Pityrosporum ovale pode ser considerado um possível causador da dermatite seborreica. As manifestações clínicas mais comuns são descamação, vermelhidão e aspereza local. As escamas podem ser secas ou gordurosas, finas ou espessas, geralmente acinzentadas ou amareladas, quase sempre aderentes, podendo ser acompanhadas ou não de coceira.
9 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Olhos:
11 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
12 Epilepsia: Alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Quando restritos, a crise será chamada crise epiléptica parcial; quando envolverem os dois hemisférios cerebrais, será uma crise epiléptica generalizada. O paciente pode ter distorções de percepção, movimentos descontrolados de uma parte do corpo, medo repentino, desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente e até perder a consciência - neste caso é chamada de crise complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Existem outros tipos de crises epilépticas.
13 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
14 Encefalites: Inflamação do tecido encefálico produzida por uma infecção viral, bacteriana ou micótica (fungos).
15 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
16 Cabelo: Estrutura filamentosa formada por uma haste que se projeta para a superfície da PELE a partir de uma raiz (mais macia que a haste) e se aloja na cavidade de um FOLÍCULO PILOSO. É encontrado em muitas áreas do corpo.
17 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.

Comentários

30/10/2013 - Comentário feito por pedro
Re: Eletroencefalograma: como é feito? Como se preparar para o exame? Quais são as complicações?
Eletroencefalograma e muito interesaten

15/06/2013 - Comentário feito por magnun
Re: Eletroencefalograma: como é feito? Como se preparar para o exame? Quais são as complicações?
Olá, gostaria de saber que tipo de alterações o café pode fazer num eletroencefalograma.

  • Entrar
  • Receber conteúdos