Sífilis. Entenda mais esta doença.
O que é sífilis1?
A sífilis1 é uma doença infecciosa sexualmente transmissível, causada por uma espiroqueta2 chamada Treponema pallidum, que se caracteriza, num primeiro estágio, por lesões3 na pele4 e mucosas5. Depois desse primeiro estágio, a doença pode permanecer latente por algum tempo (semanas ou meses) sem sintomas6, e reaparecer depois, num segundo estágio, após o qual volta a ficar em latência7 (dessa vez por anos ou décadas), para reaparecer novamente, já com sintomas6 graves.
Raramente esta patologia8 pode ser transmitida por contaminação fetoplacentária (passar da mãe para o bebê na gestação).
Quais são as causas da sífilis1?
Quase sempre a transmissão do Treponema pallidum se dá através do contato sexual, porém pode ocorrer o contágio9 da mãe para o feto10. Neste caso, dá-se o nome de sífilis1 congênita11 à doença.
Quais são os sinais12 e sintomas6 da sífilis1?
Costuma-se classificar clinicamente a sífilis1 em três estágios (primário, secundário e terciário), cada um dos quais apresentando sinais12 e sintomas6 diferentes.
Sífilis1 Primária
A sífilis1 primária manifesta-se após um período médio de incubação13 de cerca de 20 dias após o contato, quando o indivíduo permanece assintomático. Depois dele, aparece o chamado "cancro duro", uma pequena ulceração14 de bordas duras que ocorre no pênis15, na vagina16, na boca17 ou no reto18. A lesão19 na vagina16 pode ser interna e ter sua detecção dificultada, muitas vezes só podendo ser vista através do exame ginecológico com espéculo20. Pode ocorrer aumento dos linfonodos21 satélites. Tanto as lesões3 quanto os linfonodos21 são indolores, o que dificulta o diagnóstico22. Estas lesões3 desaparecem espontaneamente depois de 4 a 6 semanas, muitas vezes levando a pessoa infectada a pensar erroneamente que está curada.
Sífilis1 Secundária
A sífilis1 secundária é caracterizada por uma erupção23 cutânea24 que aparece de 1 a 6 meses após a lesão19 primária. Uma erupção23 vermelha rosácea aparece no tronco e nos membros, nas palmas das mãos25 e nas solas dos pés. Em áreas úmidas do corpo, pode se formar uma erupção23 cutânea24 larga e plana chamada “condiloma lata”. Manchas parecendo placas26 podem aparecer nas mucosas5 genitais ou orais. Em geral, os pacientes mostram adenopatias27, condilomas28 planos, crescimento do baço29 e do fígado30, placas26 mucosas5, alopécia31, sentem mal-estar, cefaleia32, febre33, prurido34, diminuição do apetite, dores ósseas e nas articulações35, rouquidão, etc. Outras manifestações mais raras incluem meningite36, hepatite37, doença renal38, gastrite39, proctite40, colite41, neurites42, irite43, uveíte44. Nesta fase, a doença é muito contagiosa45.
Sífilis1 Terciária
A sífilis1 terciária pode levar alguns anos para se manifestar. Esta fase se caracteriza pela formação de tumorações amolecidas localizadas predominantemente na pele4 e nas membranas mucosas5. Outras características da sífilis1 tardia incluem deformidades articulares e efusões46 bilaterais dos joelhos. Manifestações ainda mais graves incluem sintomas6 nervosos (neurossífilis) e cardíacos (sífilis1 cardiovascular). As complicações neurológicas incluem a paralisia47 geral progressiva que leva a mudanças de personalidade e mudanças emocionais e a tabes dorsalis, uma desordem da medula espinhal48 que resulta em um modo de andar característico. As complicações cardiovasculares incluem aortite49, aneurisma50 da aorta51 e outras condições graves que podem levar à morte.
Como o médico diagnostica a sífilis1?
A história clínica do paciente e o exame clínico levantam uma primeira suspeita. Hoje em dia, o diagnóstico22 de certeza pode ser feito pelo teste laboratorial VDRL (venereal disease research laboratory). Este teste, no entanto, pode dar resultados falsos positivos e testes para a detecção de anticorpos52 anti-treponemas devem ser realizados, caso surjam resultados positivos.
A espiroqueta2 pode ser vista ao microscópio, contudo a sua baixa concentração faz com que este teste dê muitos resultados falsos negativos.
Em virtude do seu curso silencioso (o cancro regride espontaneamente, sem deixar cicatriz53), é muito importante para o prognóstico54 da doença reconhecer o contágio9 inicial porque quando a sífilis1 reaparece ela já é bem mais grave.
Na fase secundária, a sífilis1 é conhecida como doença de mil faces, porque pode apresentar inúmeros sintomas6 comuns a várias outras doenças. Na fase terciária, o diagnóstico22 é bem preciso, mas várias sequelas55 da doença podem já ter se estabelecido.
Como se trata a sífilis1?
A sífilis1 é facilmente tratável e tem um tratamento de baixo custo. É importante iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque com a progressão da doença os danos que ela causa podem se tornar irreversíveis. A penicilina G benzatina, durante vários dias ou semanas, é o tratamento de escolha. Também pode ser usada a tetraciclina oral em indivíduos que tenham reações alérgicas à penicilina.
Como evolui a sífilis1?
Se não tratada adequadamente, a sífilis1 pode causar sérios danos ao sistema nervoso central56 (afetando também o psiquismo, de forma marcante) e ao coração57. A sífilis1 sem tratamento pode ser fatal. Se o paciente suspeitar de uma infecção58 pelo treponema ou descobrir que o parceiro sexual teve ou poderia ter tido sífilis1, é muito importante procurar um médico (clínico geral, infectologista) o mais cedo possível.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.