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O papel da enfermagem no tratamento de pacientes

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O que é a enfermagem?

A enfermagem é (1) uma arte de cuidar de pessoas geralmente fragilizadas pela doença e que envolve carinho e paciência, (2) uma ciência cuja aplicação exige técnicas específicas e (3) uma prática que requer sensibilidade social ao lidar com aspectos de saúde1 ligados às comunidades.

O enfermeiro integra de forma importante a equipe multiprofissional de saúde1, composta por profissionais de diversas áreas (médico, assistente social, nutricionista2, psicólogo, terapeuta, farmacêutico, odontólogo, etc) ou desenvolve seu trabalho de forma autônoma, ajudando na promoção, proteção, prevenção, reabilitação e recuperação da saúde1 individual ou coletiva. O presente texto abordará apenas um aspecto parcial do trabalho do enfermeiro, em seu contato direto com pacientes.

Qual é o papel da enfermagem no tratamento de pacientes?

De todos os profissionais da equipe de saúde1 nenhum tem contato mais íntimo e contínuo com os pacientes do que os enfermeiros. Só isto já bastaria para indicar a importância crucial que deve ser-lhes conferida na equipe de saúde1, especialmente pelos médicos, porque ao se falar no papel da enfermagem no tratamento de pacientes, na maioria das vezes, está-se referindo a situações médicas.

O enfermeiro é, dentro da equipe multiprofissional de saúde1, o membro mais credenciado e de maior sensibilidade para identificar as necessidades e reações dos pacientes e por isso é o mais apropriado a assumir a coordenação do planejamento dos cuidados com o paciente, conjugando as diversas prescrições e atividades assistenciais.

Se as necessidades básicas dos pacientes não forem satisfeitas, ele pode se sentir indisposto com toda a equipe e isso pode dificultar os exames e o tratamento. Por outro lado, pacientes que se sintam melhor atendidos conseguem se entregar melhor às medidas propedêuticas e terapêuticas que lhes são propostas.

O papel do enfermeiro é extremamente variado e vai desde orientações a uma mãe inexperiente sobre a amamentação3 de seu bebê até a assistência a um paciente terminal comatoso. De um modo geral, o trabalho do enfermeiro envolve:

  1. Histórico e Diagnóstico4 de Enfermagem
  2. Plano Assistencial de Enfermagem
  3. Plano de Cuidados de Enfermagem
  4. Evolução de Enfermagem
  5. Prognóstico5 de Enfermagem

Nos pacientes internados, são de especial relevância as aplicações corretas das prescrições médicas e, eventualmente, de outros profissionais, porque delas depende em muito a evolução clínica dos pacientes.

Quais são os principais cuidados que a enfermagem deve ter no tratamento de pacientes?

A maioria dos profissionais de enfermagem cumpre adequadamente suas funções, o que reduz o número de erros graves que podem ocorrer aos pacientes. Contribui para esta redução uma formação técnica adequada e uma reta consciência profissional em relação à função exercida, infelizmente ausente em um pequeno número de casos. Além disso, muitos desses erros são induzidos pela falta de boas condições de trabalho, mas não devem ser justificados e absolvidos por este viés.

Os pacientes lúcidos e seus acompanhantes devem seguir de perto as prescrições médicas, os exames e cuidados necessários e suas aplicações, colaborando com a enfermagem de maneira respeitosa e dedicada.

Guardadas as especificidades individuais e da patologia6 em causa, os cuidados básicos de enfermagem aplicam-se não só a qualquer pessoa, como a qualquer local (casa, hospital, ambulatório, escola, fábrica, dentre outros). Os procedimentos e cuidados básicos correspondem às técnicas/procedimentos que a equipe de enfermagem deve executar na prestação de assistência ao paciente.

Para realizar com segurança os procedimentos básicos na assistência é necessário seguir um roteiro, de forma a evitar falhas, esquecimentos ou outros danos aos pacientes.

Basicamente, o enfermeiro deve:

  • Fazer a leitura da prescrição médica e de enfermagem.
  • Providenciar e checar o material necessário à aplicação delas.
  • Comunicar ao cliente todo procedimento que será realizado.
  • Ter uma postura ética durante toda a assistência.
  • Preparar o ambiente, com iluminação e ventilação7 adequadas, por exemplo.
  • Realizar o procedimento com atenção e evitar acidentes, sempre conferindo o que vai ser administrado a cada paciente antes de aplicar qualquer medicação ou quais são os cuidados necessários para preparar um paciente para realizar um procedimento necessário.
  • Seguir as precauções padrão.
  • Manter o cliente o mais confortável possível.
  • Ao término de um procedimento, realizar as anotações relativas a ele (horário, transcurso da intervenção, observações importantes, etc).
  • Comunicar ao enfermeiro responsável e ao médico qualquer intercorrência inesperada.
  • Sempre que necessário, pedir auxílio para outro profissional de enfermagem para evitar sobrecarga.
  • Lembrar que o acompanhante também necessita de orientação.
  • Evitar contaminação.
  • Sempre lavar muito bem as mãos8 antes de iniciar os cuidados com um paciente.
  • Armazenar o material contaminado em local próprio e seguro.
  • Evitar "correntes" de ar e toda outra exposição desnecessária.
  • Manter o paciente aquecido.
  • Estar atento quanto à necessidade de restrição do cliente ao leito ou à elevação de grades, se for o caso. Pessoas com distúrbios neurológicos e mentais necessitam de uma atenção especial. Assim como crianças e idosos.
  • Orientar o cliente sobre a rotina da instituição.
  • Falar em tom de voz moderado, nunca elevando a voz. Isso pode exigir da equipe de enfermagem paciência redobrada em determinadas situações para executar bem as suas funções e manter um clima agradável de trabalho e comunicação.
  • Evitar os ruídos desnecessários em ambiente hospitalar.
  • Procurar não interromper o repouso do doente, sempre que possível.
  • Manter o ambiente tranquilo.
  • Considerar as solicitações do paciente, sabendo ouvi-lo com atenção.
  • Orientar sempre que necessário e também pedir orientação quando ela for necessária.
  • Evitar movimentos corporais desnecessários e manipulação excessiva dos doentes.
  • Planejar o trabalho, de modo a evitar idas e vindas desnecessárias.
  • Conservar o setor e os materiais limpos e organizados.
  • Planejar as atividades, logo no início do plantão.
  • Planejar o tempo.
  • Prever os materiais necessários para os cuidados de enfermagem.
  • Utilizar os materiais em quantidade suficiente, sem desperdício.

O bom atendimento pela equipe de enfermagem muda a evolução de um paciente. Uma equipe bem sintonizada e integrada trabalha melhor e gera resultados mais positivos no tratamento dos doentes.

Leia também sobre "Perigos da automedicação9", "Vias de administração de medicamentos", "Gerencia do tratamento" e "Administração correta de remédios".

 

ABCMED, 2017. O papel da enfermagem no tratamento de pacientes. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/1297323/o-papel-da-enfermagem-no-tratamento-de-pacientes.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Nutricionista: Especialista em nutricionismo, ou seja, especialista no estudo das necessidades alimentares dos seres humanos e animais, e dos problemas relativos à nutrição.
3 Amamentação: Ato da nutriz dar o peito e o lactente mamá-lo diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural. Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar; lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento, mas há outras formas.
4 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
5 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
6 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
7 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
8 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
9 Automedicação: Automedicação é a prática de tomar remédios sem a prescrição, orientação e supervisão médicas.
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