Doença celíaca: o que é? Quais as causas e os sintomas? Como é o diagnóstico e o tratamento? Existe prevenção?
O que é doença celíaca?
A doença celíaca pertence ao grupo das doenças chamadas autoimunes1, em que o organismo ataca a si mesmo. É uma doença crônica, que acomete tanto crianças como adultos, alterando a absorção normal na primeira porção do intestino. A doença celíaca causa atrofias2 das vilosidades mucosas3 do intestino delgado4, prejudicando a absorção de nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. É uma doença muito comum, que afeta cerca de 1% da população, embora seja pouco diagnosticada, já que na maioria dos portadores não apresenta sintomas5 ou só os tem em grau mínimo. É mais comum em mulheres (2:1) e em parentes de primeiro grau de portadores da doença. Em geral se manifesta entre o primeiro e terceiro ano de vida, ocasião em que o glúten6 é introduzido na alimentação da criança, mas pode também surgir em qualquer idade, inclusive na vida adulta.
Quais são as causas da doença celíaca?
A doença celíaca é marcada por uma predisposição genética e é precipitada pela ingestão de alimentos que contenham glúten6, proteína que se encontra naturalmente no trigo, cevada, centeio, aveia e malte. Os portadores dessa doença não podem ingerir alimentos como pães, bolos, bolachas, macarrão, coxinhas, quibes, pizzas, cervejas, whisky, vodka e outros que contenham glúten6. Apesar de ser chamada, às vezes, de alergia7 ao glúten6, a doença celíaca não é uma doença alérgica.
Quais são os principais sinais8 e sintomas5 da doença celíaca?
A doença celíaca pode ser assintomática ou apresentar sintomas5 intestinais ou extraintestinais. Os principais sinais8 e sintomas5 da doença celíaca são diarreia9, perda de peso, deficiência de crescimento e de desenvolvimento das crianças e fadiga10. No entanto, essa tríade clássica pode não estar presente ou ser complicada com outros sintomas5. Embora seja uma doença intestinal, nem sempre os sintomas5 maiores se referem aos intestinos11. No entanto, são comuns: diarreia9, dores e distensão abdominais (devido à fermentação de gases) e intolerância à lactose12. Podem também haver sintomas5 relacionados à má absorção de ferro, ácido fólico, vitaminas B12 e vitaminas A, D, E e K.
Como o médico diagnostica a doença celíaca?
Diversos exames podem ser realizados para diagnosticar a doença celíaca, no entanto, os exames ficam comprometidos se o paciente já vier fazendo uma dieta livre de glúten6. Uma sorologia que meça determinados anticorpos13 no sangue14 ajuda em muito no diagnóstico15, embora não seja definitiva. Outros exames podem fornecer dados indiretos: dosagem dos níveis de eletrólitos16, de enzimas hepáticas17, de vitamina18 B12, de ácido fólico, etc., bem como exames da coagulação19 sanguínea. Recomenda-se ainda uma endoscopia20 para examinar o intestino delgado4 e, se for necessário, uma biópsia21. A endoscopia20 com biópsia21, em geral, fecha o diagnóstico15.
Como o médico trata a doença celíaca?
O único tratamento efetivo da doença é uma dieta estritamente sem glúten6, por toda a vida. As lesões22 intestinais começam a curar poucas semanas após o glúten6 ser removido da dieta e os níveis de anticorpos13 diminuem ao longo dos meses. O início precoce da dieta proteje o paciente das possíveis complicações da doença. O paciente deve estar bem informado sobre quais alimentos contém glúten6, o que geralmente requer a ajuda de um nutricionista23 ou nutrólogo.
Como prevenir a doença celíaca?
A única maneira de evitar os sintomas5 da doença celíaca é abster-se de alimentos que contenham glúten6.
Como evolui a doença celíaca?
A doença celíaca aumenta o risco de câncer24 intestinal.
Embora quase todos os pacientes fiquem livres da doença quando adotam uma dieta isenta de glúten6, numa pequena minoria dos casos os pacientes não melhoram, mesmo com uma dieta inteiramente livre de glúten6.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.