Opistótono: conceito, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção
O que é opistótono1?
O opistótono1 (do grego: opisthen=para trás + tonos=tensão) não é uma doença, mas um sintoma2 que pode ocorrer em várias condições clínicas. Tipicamente, é um espasmo3 próprio do tétano4, em que a coluna vertebral5 e as extremidades se curvam para diante e o corpo em arco fica apoiado sobre a parte de trás da cabeça6 e dos calcanhares quando a pessoa é colocada em decúbito ventral7. Com isso, a cabeça6, o pescoço8 e a coluna vertebral5 formam um arco côncavo para trás. Essa postura resulta da contração sustentada dos músculos9 posteriores do pescoço8 e do tronco.
Quais são as causas do opistótono1?
Além do tétano4, o opistótono1 pode ocorrer em crianças com meningite10 ou naquelas em que haja alguma outra lesão11 do sistema nervoso12. Pode ainda ocorrer se houver deficiência de hormônio13 do crescimento, certas doenças metabólicas como acidemias14 orgânicas, convulsões, desequilíbrio eletrolítico grave, lesão11 grave na cabeça6, kernicterus15 grave (alta concentração de bilirrubina16 em núcleos cerebrais de recém-nascidos), hemorragia subaracnoidea17 e na intoxicação pela estricnina18, entre outras condições. Pode ser também uma característica da hidrocefalia19 aguda grave. Alguns medicamentos para combater espasmos20 também podem causar opistótono1. As distonias21 causadas pelos neurolépticos22 podem causar um efeito semelhante ao opistótono1. O opistótono1 às vezes pode ser visto na intoxicação pelo lítio. Em casos raros, filhos que nasceram de mulheres que consumiram grandes quantidades de álcool na gestação podem ter opistótono1.
Qual é a fisiopatologia23 do opistótono1?
O opistótono1 pode ser produzido experimentalmente em animais por transecção do mesencéfalo24, o que resulta na interceptação de todas as fibras corticorreticulares25 e no homem provavelmente ocorre pelas mesmas razões. A hiperextensão26 ocorre devido à facilitação do trato reticuloespinhal27 anterior causada pela inativação de fibras corticorreticulares25 inibitórias, que normalmente agem sobre a formação reticular28 da ponte. Assim, a postura típica do opistótono1 é um efeito extrapiramidal e é provocada por um espasmo3 dos músculos9 axiais ao longo da coluna vertebral5. Esses espasmos20 fazem com que as costas29 da criança fiquem muito arqueadas, com os calcanhares e a cabeça6 extremamente dobrados para trás. As mãos30 e braços da criança se movimentam de forma rígida. O opistótono1 pode surgir subitamente e ocorrer repetidas vezes, em crises.
Quais são os principais sinais31 e sintomas32 do opistótono1?
O opistótono1 normalmente é um sintoma2 de doenças graves e se constitui numa emergência33 médica. É muito mais comum em bebês34 e crianças do que em adultos e, além disso, é mais exagerado em bebês34 e crianças, porque os seus sistemas nervosos são menos maduros. Opistótono1 pode ser induzido por qualquer movimento, tais como um sorriso, alimentação, vocalização ou convulsão35. Quando o opistótono1 vem junto com a presença do riso sardônico (contração involuntária36 dos músculos mastigatórios37) geralmente é um sintoma2 de envenenamento por estricnina18.
Como o médico diagnostica o opistótono1?
O opistótono1 requer um exame neurológico completo e deve ser complementado no mínimo com exames de sangue38 e urina39, exame do líquido cefalorraquidiano40, tomografia computadorizada41 ou ressonância magnética42 da cabeça6 e análise de eletrólitos43.
Como o médico trata o opistótono1?
O tratamento para o opistótono1 irá variar de acordo com a sua causa, para a qual deverá estar primariamente dirigido. Algumas causas podem ser curadas, outras não.
Como prevenir o opistótono1?
É possível prevenir opistótono1 tomando medidas para evitar ou tratar rapidamente as doenças que podem causá-lo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.