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Anomalias das unhas: elas falam sobre a sua saúde

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Sobre a anatomia e fisiologia1 das unhas2

As unhas2 são constituídas por uma placa3 retangular queratinizada, formada por três camadas, a qual se apoia sobre o leito ungueal4 e têm a função de proteger as extremidades dos dedos. Sua matriz geradora é a estrutura reprodutiva que dá origem à lâmina ungueal4 e é constituída por um epitélio5 que a fixa a seu leito. O crescimento das unhas2 se dá pela adição de novas células6 queratinizadas, oriundas dessa matriz.

Normalmente, na parte proximal7 da unha há uma coloração branca, semioval, chamada lúnula. A parte dorsal da matriz forma a cutícula8, estrutura cuja importância é impedir o acesso de fragmentos9 e microrganismos à área próxima à matriz. As afecções10 ungueais11 que envolvem e destroem a matriz levam, em geral, a sequelas12 permanentes.

O que são anomalias das unhas2?

Anomalias das unhas2 são defeitos na estrutura das unhas2 que afetam a aparência e podem ser consequentes a um problema local ou indício de uma doença sistêmica subjacente. Ainda que os problemas nas unhas2 sejam, em si mesmos, relativamente simples e de fácil tratamento, as enfermidades que eles indicam nem sempre são de solução fácil. As unhas2 também podem ser causas de problemas médicos, mesmo que sejam normais, como unhas2 encravadas, por exemplo. Várias doenças sistêmicas podem afetar a aparência, a forma, a textura e o crescimento das unhas2.

Quais são as causas das anomalias das unhas2?

As anomalias ungueais11 podem estar associadas a dezenas de doenças de pele13 ou a doenças sistêmicas e a infecções14, podem ser um efeito colateral15 de medicamentos ou se deverem a um traumatismo16. Algumas doenças ou condições, entre outras, que podem causar anomalias nas unhas2 são os distúrbios que afetam a quantidade de oxigênio no sangue17, tais como problemas cardíacos e doenças pulmonares, incluindo câncer18 ou infecção19, doenças renais, doenças hepáticas20, hipo ou hipertireoidismo21, psoríase22, amiloidose23, desnutrição24, deficiência de vitamina25 A, líquen plano.

As unhas2 podem ainda se alterar por falta de hidratação, por contato com produtos químicos, má alimentação, falta de descanso, ansiedade e estresse. Cânceres da pele13 que estejam muito perto da unha podem distorcê-la. O escurecimento da cutícula8, associado com uma raia pigmentada, pode ser um sinal26 de um melanoma27 agressivo.

No que se refere a medicamentos e venenos, certos antibióticos, medicamentos de quimioterapia28, intoxicações por arsênico ou prata podem afetar o crescimento, alterar sua coloração e causar deformidades. O hábito de roer as unhas2 pode ser tão intenso em determinadas pessoas que ocasiona unhas2 extremamente curtas, a ponto de ferir as extremidades dos dedos. Contudo, a causa mais comum de anomalias ungueais11 é a onicomicose29 (infecção19 por fungos).

Quais são as principais anomalias das unhas2?

As principais anomalias das unhas2 devem-se a alterações na textura e no crescimento, bem como na coloração, forma e deformidades delas. A análise dessas anomalias sugere uma ou um grupo de condições patológicas sistêmicas específicas.

A síndrome30 em que a metade proximal7 da unha é normal ou esbranquiçada e a metade distal31 é acastanhada ou rósea, por exemplo, indica doença renal32 com uremia33. A unha também pode alterar sua coloração, na sua totalidade, indo de uma unha totalmente vermelha, em que a lúnula desaparece, até uma unha esverdeada e totalmente azulada. As unhas2 podem também mudar de coloração devido a alterações circulatórias no leito ungueal4 subjacente, como na cianose34, anemias ou nas hemorragias35, por exemplo.

A queixa mais frequente é a de unhas2 quebradiças ou descamação36 das unhas2.

O que indicam as anomalias das unhas2?

Em primeiro lugar, devemos observar se as anomalias afetam as unhas2 dos dedos das mãos37 ou dos pés e se apenas a um deles ou a todos. As anomalias ungueais11 podem ser um problema em si mesmas ou decorrerem de doenças sistêmicas. Muitas vezes elas são típicas de determinadas doenças e, assim, tornam-se importante guia diagnóstico38.

Ao ir a uma consulta médica, as mulheres não devem pintar as unhas2 para que o médico possa examiná-las ao natural.

Como prevenir as anomalias das unhas2?

Algumas condições que podem ser observadas no sentido de evitar anomalias das unhas2: não roer as unhas2, mantê-las convenientemente aparadas, não usar sapatos apertados e cortar as unhas2 sempre em linha reta. Para evitar unhas2 quebradiças, mantenha as unhas2 curtas e use um emoliente, após tomar banho.

A questão estética das unhas2

As unhas2 compõem, de maneira relevante, a aparência das pessoas, especialmente as unhas das mãos39 para os homens e também as dos pés para as mulheres. Nos homens, as unhas2 dos pés estão frequentemente cobertas por meias e sapatos, mas os sapatos usados pelas mulheres muitas vezes as deixam à mostra. Além disso, as mulheres procuram mantê-las sempre bem cuidadas e embelezá-las com o uso de esmaltes, porque, afinal, elas fazem parte da chamada beleza feminina. Por isso, as anomalias das unhas2 assumem maior importância para as mulheres que para os homens, embora muitos homens comecem cada vez mais a terem também preocupações estéticas.

ABCMED, 2015. Anomalias das unhas: elas falam sobre a sua saúde. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/812084/anomalias-das-unhas-elas-falam-sobre-a-sua-saude.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Fisiologia: Estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
2 Unhas: São anexos cutâneos formados por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida. Esta consistência dura, confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e dos pés. As unhas têm também função estética. Apresentam crescimento contínuo e recebem estímulos hormonais e nutricionais diversos.
3 Placa: 1. Lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
4 Ungueal: Relativo ou pertencente à unha, garra ou casco, ou que a eles se assemelha.
5 Epitélio: Uma ou mais camadas de CÉLULAS EPITELIAIS, sustentadas pela lâmina basal, que recobrem as superfícies internas e externas do corpo.
6 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
7 Proximal: 1. Que se localiza próximo do centro, do ponto de origem ou do ponto de união. 2. Em anatomia geral, significa o mais próximo do tronco (no caso dos membros) ou do ponto de origem (no caso de vasos e nervos). Ou também o que fica voltado para a cabeça (diz-se de qualquer formação). 3. Em botânica, o que fica próximo ao ponto de origem ou à base. 4. Em odontologia, é o mais próximo do ponto médio do arco dental.
8 Cutícula: 1. Na anatomia geral, é uma pequena porção de pele enrijecida, como a que está presente no contorno das unhas; pele da unha, pelinha. 2. Na anatomia botânica, é a camada de material graxo, cutina, mais ou menos impermeável, presente na parede externa das células epidérmicas das partes aéreas das plantas. 3. Na anatomia zoológica, é a camada externa, não celular, que recobre o corpo dos artrópodes.
9 Fragmentos: 1. Pedaço de coisa que se quebrou, cortou, rasgou etc. É parte de um todo; fração. 2. No sentido figurado, é o resto de uma obra literária ou artística cuja maior parte se perdeu ou foi destruída. Ou um trecho extraído de uma obra.
10 Afecções: Quaisquer alterações patológicas do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
11 Ungueais: Relativo ou pertencente à unha, garra ou casco, ou que a eles se assemelha.
12 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
13 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
14 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
15 Efeito colateral: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
16 Traumatismo: Lesão produzida pela ação de um agente vulnerante físico, químico ou biológico e etc. sobre uma ou várias partes do organismo.
17 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
18 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
19 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
20 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
21 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
22 Psoríase: Doença imunológica caracterizada por lesões avermelhadas com descamação aumentada da pele dos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e costas juntamente com alterações das unhas (unhas em dedal). Evolui através do tempo com melhoras e pioras, podendo afetar também diferentes articulações.
23 Amiloidose: Amiloidose constitui um grupo de doenças nas quais certas proteínas, que normalmente seriam solúveis, se depositam extracelularmente nos tecidos na forma de fibrilas insolúveis.
24 Desnutrição: Estado carencial produzido por ingestão insuficiente de calorias, proteínas ou ambos. Manifesta-se por distúrbios do desenvolvimento (na infância), atrofia de tecidos músculo-esqueléticos e caquexia.
25 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
26 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
27 Melanoma: Neoplasia maligna que deriva dos melanócitos (as células responsáveis pela produção do principal pigmento cutâneo). Mais freqüente em pessoas de pele clara e exposta ao sol.Podem derivar de manchas prévias que mudam de cor ou sangram por traumatismos mínimos, ou instalar-se em pele previamente sã.
28 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
29 Onicomicose: Micose de unha. Apresenta-se com descolamento da borda livre da unha, espessamento, manchas brancas na superfície ou deformação da unha. Quando a micose atinge a pele ao redor da unha, causa a paroníquia (“unheiro“). O contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por consequência, altera a formação da unha, que cresce ondulada.
30 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
31 Distal: 1. Que se localiza longe do centro, do ponto de origem ou do ponto de união. 2. Espacialmente distante; remoto. 3. Em anatomia geral, é o mais afastado do tronco (diz-se de membro) ou do ponto de origem (diz-se de vasos ou nervos). Ou também o que é voltado para a direção oposta à cabeça. 4. Em odontologia, é o mais distante do ponto médio do arco dental.
32 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
33 Uremia: Doença causada pelo armazenamento de uréia no organismo devido ao mal funcionamento renal. Os sintomas incluem náuseas, vômitos, perda de apetite, fraqueza e confusão mental.
34 Cianose: Coloração azulada da pele e mucosas. Pode significar uma falta de oxigenação nos tecidos.
35 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
36 Descamação: 1. Ato ou efeito de descamar(-se); escamação. 2. Na dermatologia, fala-se da eliminação normal ou patológica da camada córnea da pele ou das mucosas. 3. Formação de cascas ou escamas, devido ao intemperismo, sobre uma rocha; esfoliação térmica.
37 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
38 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
39 Unhas das Mãos: Lâminas córneas e finas que cobrem a superfície dorsal das falanges distais dos dedos das mãos e dos dedos dos pés dos primatas.
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