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Mixedema ou hipotireoidismo grave: quais são as características desse quadro?

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O que é mixedema1?

O mixedema1 (do grego: μύξα = "muco", "substância viscosa" + ὁοίδημα = "inchaço2") é uma infiltração cutânea3 que causa um edema4 firme e elástico nos tecidos, especialmente no rosto e nos membros. Esta infiltração é acarretada por uma diminuição grave da atividade da glândula5 tireoide6 (hipotireoidismo7). O mixedema1 é um termo usado como sinônimo de hipotireoidismo7 grave.

Quais são as causas do mixedema1?

O mixedema1 é devido a uma hipoatividade severa da tireoide6 (hipotireoidismo7), uma condição na qual esta glândula5 é altamente deficiente em produzir os seus hormônios. Há um grande número de causas de hipofunção da tireoide6, incluindo a doença autoimune8, tratamento para o hipertireoidismo9, terapia de radiação da própria tireoide6 ou de alguma estrutura adjacente e uso de certos medicamentos. Menos frequentemente, o mixedema1 pode resultar de doença congênita10, desordem pituitária, gravidez11 e deficiência de iodo. O mixedema1 também pode ocorrer na tireoidite de Hashimoto e em pacientes que, por qualquer razão, tiveram a tireoide6 removida.

Qual é a fisiopatologia12 do mixedema1?

A tireoide6 é uma pequena glândula5 em forma de borboleta situada na base da parte da frente do pescoço13, logo abaixo do pomo de Adão. Os hormônios produzidos pela glândula5 tireoide6, a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), têm grande importância para a saúde14, afetando todos os aspectos do metabolismo15. Eles colaboram na manutenção da taxa de gorduras e carboidratos do corpo, ajudam a controlar a temperatura corporal, influenciam o ritmo cardíaco e participam na regulação da produção de proteínas16. O mixedema1 ocorre quando a glândula5 tireoide6 não produz os hormônios de maneira suficiente, então há uma deposição de mucopolissacarídeos na derme17, o que leva a um aumento de volume da área afetada.

Quais são os principais sinais18 e sintomas19 do mixedema1?

O mixedema1 é uma condição rara que afeta principalmente mulheres idosas. Os sinais18 e sintomas19 do hipotireoidismo7 variam na dependência da gravidade da deficiência hormonal e o mixedema1 é o seu grau mais grave.

A doença é caracterizada por desordens que se refletem principalmente na pele20 e nos tecidos, com formação de um edema4 duro e pele20 opaca. A pessoa com mixedema1 mostra um rosto inexpressivo, inchaço2 ao redor dos olhos21 e palidez. Adicionalmente, pode haver inchaço2 nos braços, na parte inferior das pernas (mixedema1 pré-tibial) e por trás dos olhos21 (exoftalmia). O mixedema1 também é responsável pelo espessamento da língua22, da laringe23 e das membranas mucosas24 da faringe25, o que resulta em fala arrastada e rouquidão.

Os sintomas19 iniciais da doença aparecem como edemas26 na face27 e pálpebras28 e formam bolhas nos olhos21. Geralmente os sinais18 e sintomas19 do hipotireoidismo7 se desenvolvem lentamente, ao longo de anos e, assim, o mixedema1 pode ser precedido por eles. Os sintomas19 iniciais do hipotireoidismo7, tais como fadiga29 e ganho de peso podem, muitas vezes, ser atribuídos a outras causas, mas à medida que o metabolismo15 da pessoa comprometida continua a abaixar, podem se desenvolver sinais18 e sintomas19 mais ostensivos.

O mixedema1 tem ainda como outros sinais18 e sintomas19 a diminuição da pressão arterial30, diminuição da respiração, diminuição da temperatura corporal, apatia31, diminuição dos ritmos orgânicos, excesso de sono e até mesmo coma32. Esses sintomas19, no entanto, têm caráter temporário, pois podem ser revertidos se o paciente realizar o tratamento adequado.

Como o médico diagnostica o mixedema1?

Além dos sinais18 e sintomas19 clínicos e do histórico médico do paciente, o médico pode valer-se de exames de laboratório. Os exames de sangue33 indicarão os níveis de TSH (hormônio34 estimulante da tireoide6) e de tiroxina (hormônio34 produzido pela tireoide6). Um baixo nível de tiroxina e um nível alto de TSH indicam uma hipofunção da tireoide6. Esses testes são capazes de diagnosticar distúrbios da tireoide6 muito antes do aparecimento dos sintomas19 do mixedema1, ainda quando o hipotireoidismo7 é subclínico. Esses exames também desempenham papel importante na gestão do mixedema1 e ajudam o médico a determinar a dose certa da medicação, tanto inicialmente como ao longo do tempo.

Como o médico trata o mixedema1?

O tratamento para o mixedema1 envolve a reposição oral do hormônio34 tireoidiano adequado. Em uma ou duas semanas após o início do tratamento os primeiros efeitos devem começar a aparecer e o paciente começa a se sentir menos cansado, seus níveis de colesterol35 são reduzidos e o ganho de peso é reduzido. O tratamento com a levotiroxina36, um hormônio34 tireoidiano, deve ser feito ao longo de toda a vida, embora a dosagem conveniente possa mudar conforme o momento.

Como evolui o mixedema1?

O mixedema1 é raro, mas quando acontece perturba severamente o equilíbrio normal das reações químicas do corpo.

Como prevenir o mixedema1?

A prevenção consiste em seguir corretamente o tratamento do hipotireoidismo7 pré-existente.

Quais são as complicações possíveis do mixedema1?

O mixedema1 não tratado pode levar ao coma32 e à morte.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Mayo Clinic, do National Health Service do Reino Unido e da American Thyroid Association.

ABCMED, 2015. Mixedema ou hipotireoidismo grave: quais são as características desse quadro?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/tireoide/814494/mixedema-ou-hipotireoidismo-grave-quais-sao-as-caracteristicas-desse-quadro.htm>. Acesso em: 6 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Mixedema: Infiltração cutânea causadora de edema firme e elástico nos tecidos, especialmente do rosto e dos membros, acarretada por diminuição da atividade da glândula tireoide (hipotireoidismo).
2 Inchaço: Inchação, edema.
3 Cutânea: Que diz respeito à pele, à cútis.
4 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
5 Glândula: Estrutura do organismo especializada na produção de substâncias que podem ser lançadas na corrente sangüínea (glândulas endócrinas) ou em uma superfície mucosa ou cutânea (glândulas exócrinas). A saliva, o suor, o muco, são exemplos de produtos de glândulas exócrinas. Os hormônios da tireóide, a insulina e os estrógenos são de secreção endócrina.
6 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
7 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
8 Autoimune: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
9 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
10 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
11 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
12 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
13 Pescoço:
14 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
15 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
16 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
17 Derme: Camada interna das duas principais camadas da pele. A derme é formada por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, glândulas sebáceas e sudoríparas, nervos, folículos pilosos e outras estruturas. É constituída por uma fina camada superior que é a derme papilar e uma camada mais grossa, mais baixa, que é a derme reticular.
18 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
19 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
20 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
21 Olhos:
22 Língua:
23 Laringe: É um órgão fibromuscular, situado entre a traqueia e a base da língua que permite a passagem de ar para a traquéia. Consiste em uma série de cartilagens, como a tiroide, a cricóide e a epiglote e três pares de cartilagens: aritnoide, corniculada e cuneiforme, todas elas revestidas de membrana mucosa que são movidas pelos músculos da laringe. As dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais.
24 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
25 Faringe: Canal músculo-membranoso comum aos sistemas digestivo e respiratório. Comunica-se com a boca e com as fossas nasais. É dividida em três partes: faringe superior (nasofaringe ou rinofaringe), faringe bucal (orofaringe) e faringe inferior (hipofaringe, laringofaringe ou faringe esofagiana), sendo um órgão indispensável para a circulação do ar e dos alimentos.
26 Edemas: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
27 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
28 Pálpebras:
29 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
30 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
31 Apatia: 1. Em filosofia, para os céticos e os estoicos, é um estado de insensibilidade emocional ou esmaecimento de todos os sentimentos, alcançado mediante o alargamento da compreensão filosófica. 2. Estado de alma não suscetível de comoção ou interesse; insensibilidade, indiferença. 3. Em psicopatologia, é o estado caracterizado por indiferença, ausência de sentimentos, falta de atividade e de interesse. 4. Por extensão de sentido, é a falta de energia (física e moral), falta de ânimo; abatimento, indolência, moleza.
32 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
33 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
34 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
35 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
36 Levotiroxina: Levotiroxina sódica ou L-tiroxina (T4) é um hormônio sintético usado no tratamento de reposição hormonal quando há déficit de produção de tiroxina (T4) pela glândula tireoide.
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