Prolapso da válvula mitral
O que é o prolapso1 da válvula mitral?
Denomina-se de prolapso1 da válvula mitral à situação em que a válvula que separa o átrio esquerdo2 (câmara superior esquerda do coração3) do ventrículo esquerdo (câmara inferior esquerda do coração3), formada por dois folhetos, não fecha completamente. Normalmente, a válvula mitral se abre para que o sangue4 flua do átrio esquerdo2 para o ventrículo esquerdo do coração3 durante a diástole5 (dilatação do coração3) e se fecha durante a sístole6 (contração do coração3) para impulsionar o fluxo do sangue4 em direção à aorta7 e aos vasos sanguíneos8 posteriores e não permitir que ele retorne ao átrio, numa situação chamada regurgitação9 mitral.
Quais são as causas do prolapso1 da válvula mitral?
O prolapso1 da válvula pode ter várias causas, mas na maioria dos casos ela é desconhecida. Algumas formas de prolapso1 parecem ser herdadas; outras têm sido associadas ao hipertireoidismo10. Um ligeiro prolapso1 da válvula mitral costuma existir em mulheres muito magras com deformidades da parede torácica11 ou outros distúrbios em sua compleição física. Ele é também associado a pacientes que tenham deformidades esqueléticas hereditárias ou congênitas12.
Quais são os principais sinais13 e sintomas14 do prolapso1 da válvula mitral?
Quase sempre o prolapso1 é inofensivo e os pacientes nem sequer sabem serem portadores do problema. Nesses casos o prolapso1 da válvula mitral não gera sintomas14 ou eles são muito discretos, permanecendo assim durante toda a vida, e a condição só é descoberta num exame cardiológico de rotina ao fazer-se, por exemplo, um ecocardiograma15. Nos pacientes que exibem sintomas14, os mais comuns são:
- Palpitações16.
- Dores no peito17 que ocorrem independentemente de exercícios.
- Dificuldade para respirar, sobretudo quando o paciente está deitado.
- Cansaço.
- Tosse.
- Tonturas18.
- Desmaios.
- Dormências nos membros.
Pode haver também sintomas14 concomitantes do sistema nervoso autônomo19 e síndrome20 do pânico. Em alguns poucos casos, o prolapso1 pode causar refluxo do sangue4 e gerar as consequências inerentes, sobretudo dilatação cardíaca. Se as válvulas mitrais tiverem alguma anormalidade, isso pode aumentar o risco de infecção21 bacteriana, sobrevindo uma endocardite22 e seus sintomas14. Se houver regurgitação9, isso pode levar a uma hipertrofia23 do músculo cardíaco24 e uma dilatação do coração3 porque o músculo cardíaco24 precisa desenvolver uma maior força contrátil para bombear o sangue4 à frente.
Como o médico diagnostica o prolapso1 da válvula mitral?
O diagnóstico25 do prolapso1 da válvula mitral pode ser feito por meio da ausculta26 do coração3 e dos pulmões27. Na projeção do coração3 o médico pode ouvir uma vibração e um sopro cardíaco28, mais alto quando a pessoa se levanta. Os seguintes exames também podem ajudar a diagnosticar o prolapso1 da válvula mitral: ecocardiograma15; doppler de fluxo a cores; cateterização cardíaca29; radiografia do tórax30; eletrocardiograma31; ressonância magnética32 e tomografia computadorizada33 torácica. O ecocardiograma15 bidimensional com doppler pode medir o grau de intensidade do prolapso1 e da regurgitação9 mitral e, além disso, detectar áreas de infecção21 na válvula, se houver, espessamento anormal dela e avaliar a função ventricular.
Como o médico trata o prolapso1 da válvula mitral?
Se não houver sintomas14 ou se eles forem poucos, nenhum tratamento é necessário; se forem graves, talvez seja necessário permanecer hospitalizado e realizar uma cirurgia para reparar ou substituir a válvula mitral. Alguns médicos aconselham aos portadores de prolapso1 da válvula mitral tomarem antibióticos profiláticos antes de procedimentos dentários ou cirúrgicos, para prevenir uma possível endocardite22, mas a medida é controversa. Outros medicamentos usualmente prescritos são: drogas antiarrítmicas, diuréticos34, remédios para palpitações16 ou dores no peito17 e anticoagulantes35.
Como evolui o prolapso1 da válvula mitral?
Na maior parte do tempo, a condição não provoca sintomas14 e não interfere grandemente com o estilo de vida do paciente.
Nos casos mais graves ela poderá causar dificuldades e tornar-se semelhante aos quadros de regurgitação9 da válvula mitral de qualquer outra etiologia36.
Os batimentos cardíacos irregulares (arritmias37) podem representar risco de vida.
É possível haver complicações sérias como endocardite22; regurgitação9 grave da válvula mitral; desprendimento de coágulos sanguíneos que afetam o cérebro38 ou outras áreas do organismo; arritmias37, inclusive com fibrilação atrial e morte.
Quais são os cuidados que devem ser observados com os portadores de prolapso1 de válvula mitral?
- Pacientes portadores de prolapso1 da válvula mitral devem ser avaliados periodicamente, sobretudo com vistas à dilatação cardíaca.
- Vigilância quanto à endocardite22, que é de três a oito vezes mais frequente nesses pacientes que na população geral.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.