Claudicação intermitente: o que é? Quais são as causas e os sintomas? Como diagnosticar e tratar?
O que é claudicação intermitente1?
Quando se exercitam, os músculos2 consomem mais oxigênio que quando em repouso e por isso, se houver alguma deficiência da irrigação vascular3 por uma obstrução arterial, por exemplo, o indivíduo sentirá dor ao caminhar, que o obrigará a parar. A claudicação intermitente1 corresponde, pois, a uma sensação dolorosa em uma ou em ambas as pernas, que ocorre durante exercícios ou caminhada, como resultado de um déficit de suprimento muscular de oxigênio.
Quais são as causas da claudicação intermitente1?
Normalmente as artérias4 que conduzem o sangue5 têm seu interior liso e desobstruído mas, com o envelhecimento, podem apresentar estreitamentos e obstruções devidos à arteriosclerose6. A causa mais importante de claudicação intermitente1 é a insuficiência7 circulatória causada pelo estreitamento das artérias4 que irrigam os membros inferiores por placas8 de gordura9 ou ateromas (doença arterial obstrutiva periférica), em geral devido à arteriosclerose6. Ela pode também ser indicatória de arteriosclerose6 em outras partes do corpo, como o coração10 e o sistema nervoso central11, por exemplo.
Os principais fatores de risco para a aterosclerose12 são: hereditariedade13, sedentarismo14, estresse, diabetes15, dislipidemias, tabagismo, colesterol16 alto, pressão alta e obesidade17.
Quais são os principais sinais18 e sintomas19 da claudicação intermitente1?
Os principais sinais18 e sintomas19 da claudicação intermitente1 são: dor, cansaço, câimbra, peso e fraqueza nas pernas, afetando sobretudo a panturrilha20, mas que também pode se manifestar nos quadris, nádegas21, coxas22, canelas ou parte superior dos pés. Esses sintomas19 se iniciam com a realização de atividades físicas, como caminhadas, se exacerbam rapidamente quando os exercícios são intensificados e desaparecem rapidamente quando são interrompidos. Comumente, a dor também piora quando o membro inferior é elevado.
Com a progressão do quadro, a capacidade de caminhar sem sentir dor diminui cada vez mais, até finalmente o indivíduo apresentar o desconforto mesmo em repouso. Frequentemente a dor impede que o indivíduo durma. Com a redução acentuada da irrigação sanguínea, o pé torna-se frio e insensível; a pele23 pode tornar-se seca e descamativa; as unhas24 se atrofiam; os pelos caem. Nos casos mais graves pode ocorrer a formação de úlceras25, sobretudo após uma lesão26. O membro inferior pode atrofiar-se ou aparecer uma gangrena27 necessitando uma amputação28.
Como diferenciar a claudicação intermitente1 da claudicação29 neurogênica?
A claudicação29 neurogênica, que acontece por um estreitamento do canal vertebral30 levando à compressão de raízes nervosas31, deve ser diferenciada da claudicação intermitente1.
A claudicação intermitente1 consiste em uma dor muscular que surge se o indivíduo tiver percorrido uma determinada distância, obrigando-o a parar por alguns minutos. Esse alívio é bem mais rápido, após a interrupção da marcha, na claudicação29 de origem vascular3 do que na claudicação29 de origem neurológica, variando de um a três minutos na primeira e de cinco a vinte minutos na segunda.
A dor de origem vascular3 não é agravada simplesmente pela postura ortostática e não se altera com os movimentos da coluna lombar. Na claudicação29 vascular3 o indivíduo exibe outras alterações características de doença arterial, como ausência de pulsos distais32 e alterações tróficas da pele23.
Acompanhando a claudicação29 neurogênica costuma haver também sintomas19 autonômicos como a incontinência fecal33, urinária e priapismo34 (ereção35 involuntária36 e sustentada do pênis37, independente de qualquer estimulação).
Como o médico diagnostica a claudicação intermitente1?
O diagnóstico38 da claudicação intermitente1 é eminentemente39 clínico, baseado na história médica do paciente e no exame físico com avaliação dos pulsos do paciente e de eventuais sopros cardíacos à ausculta40. Após essa avaliação inicial o médico pode solicitar um teste de caminhada em esteira, angiografia41, ecografia42 com Doppler, angiotomografia computadorizada ou angiorressonância magnética.
Como o médico trata a claudicação intermitente1?
O primeiro tratamento para a claudicação intermitente1 é feito com exercícios (caminhadas em solo ou esteira) adequados e programados. Aquecer os membros e controlar os fatores agravantes, como o tabagismo, a hipertensão arterial43, as dislipidemias, o diabetes15, a glicemia44, etc. Alguns medicamentos, como vasodilatadores ou antiagregantes plaquetários podem ser usados. Em casos mais severos, a cirurgia, com ou sem colocação de stent (uma espécie de mola em espiral, destinada a manter a artéria45 aberta) pode ser indicada.
Como evolui a claudicação intermitente1?
Não sendo adequadamente tratada, a enfermidade que causa a claudicação intermitente1 pode levar a lesões46 isquêmicas nas extremidades e até a amputações.
Como evitar a claudicação intermitente1?
- Se fumante, parar de fumar.
- Fazer exercícios com regularidade.
- Manter níveis sanguíneos adequados de açúcar47 e colesterol16.
- Controlar a pressão arterial48.
- Manter o peso ideal.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.