Cinetose ou enjoo de viagem. Como lidar com ela?
O que é cinetose1?
Cinetose1 é uma alteração do sistema vestibular2 (sistema de equilíbrio do organismo) provocada por uma movimentação não habitual do corpo quando se anda em qualquer meio de transporte (trem, ônibus, avião, navio etc.), e que se caracteriza pela sensação de enjoo, náusea3 e intenso desconforto, com ou sem vômitos4. Esse mal-estar pode também surgir ao andar a pé, utilizar esteira ou mesmo assistir cenas de movimento, bem como pode ser desencadeado por filmes e programas de televisão que tenham muitas cores brilhantes e alterações de foco. Os efeitos em geral ocorrem ainda durante a atividade que os desencadeia e serem agravados pela continuidade dela, mas podem apenas surgir horas depois. Esta condição afeta tanto crianças quanto adultos, porém com a evolução da idade tende a se minimizar ou desaparecer por completo.
Quais são as causas da cinetose1?
A cinetose1 ocorre quando o cérebro5 recebe informações de movimentos desconexas de três sistemas: visão6, ouvido interno7 (labirinto8) e propriocepção9 (capacidade do cérebro5 reconhecer a localização espacial do corpo mediante receptores sensitivos localizados na pele10, músculos11, tendões12 e articulações13). As três vias de informação em geral trabalham sinergicamente, mas como num transporte estamos "parados" em relação ao veículo e ao mesmo tempo em movimento em relação ao exterior, isto pode causar confusão ao cérebro5, bombardeado por informações contraditórias. A cinetose1 corresponde, pois, a uma dificuldade do cérebro5 em interpretar o real estado de estática ou movimentação do corpo. A sensibilidade à cinetose1 é individual e em parte transmitida geneticamente.
Quais são os sinais14 e sintomas15 da cinetose1?
Em geral, antes do enjoo aparecer, a pessoa começa a bocejar. Em seguida vêm o enjoo e a náusea3, podendo mesmo chegar aos vômitos4. A cinetose1 pode acarretar perda de equilíbrio, sudorese16, nistagmo17 (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas dos olhos18), cefaleias19, visão6 turva, palidez, distúrbios de memória, vertigens20, fadiga21, perda da noção de profundidade e sensação de que as coisas estão rodando.
Como o médico diagnostica a cinetose1?
A cinetose1 é muitas vezes confundida com labirintite22, no entanto é uma condição diferente dela. O diagnóstico23 é feito tanto pelo relato da história clínica quanto por meio de determinados testes. O otorrinolaringologista é o profissional habilitado para fazer o diagnóstico23 correto da cinetose1.
Como o médico trata a cinetose1?
O tratamento é feito à base de medicamentos que diminuem ou inibem a sensibilidade do sistema vestibular2. Tais remédios atuam melhor quando utilizados preventivamente que depois de estabelecidos os sintomas15. Adicionalmente, ele pode também ser feito através de reabilitação vestibular24 (exercícios que estimulem o equilíbrio), orientados pelo médico.
Como prevenir a cinetose1?
Você pode adotar algumas medidas que podem ajudar a evitar a cinetose1 durante as viagens:
- Em automóveis, sente-se no banco da frente ou próximo de janelas
- Mantenha abertas as janelas do veículo
- Em trens ou bondes, procure não viajar de costas25
- Durante viagem, focalize-se em paisagens distantes
- Procure olhar sempre para frente; evite olhar para os lados
- Evite ler ou usar coisas como um laptop com o veículo em movimento
- Não ingira alimentos pesados antes de viajar, mas não fique de estômago26 vazio. Dê preferência para alimentos sólidos
- Não viaje de pé em ônibus
- Em avião, sente-se próximo ao corredor
- Evite brinquedos que girem ou virem de ponta-cabeça27
- Evite ingerir bebidas alcoólicas antes de viagens
Como evolui a cinetose1?
A cinetose1 pode ocorrer em crianças (principalmente de sexo feminino) e adultos, mas tende a minorar ou desaparecer com a evolução da idade.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.