O que saber sobre leishmaniose cutânea e leishmaniose visceral?
O que é leishmaniose?
A leishmaniose é uma doença parasitária causada por um protozoário1 do gênero leishmania. Existem mais de 30 espécies patogênicas da leishmaniose e a doença afeta principalmente a pele2 e as vísceras.
A leishmaniose visceral (calazar) e a leishmaniose tegumentar (úlcera3 de Bauru) são as duas formas mais comuns da doença. A forma visceral afeta importantes órgãos internos como fígado4, medula óssea5 e baço6. A forma cutânea7 causa feridas na pele2.
Quais são as causas da leishmaniose?
A leishmaniose é causada por parasitas do gênero leishmania, que normalmente habitam o interior das células fagocitárias8, sobretudo os macrófagos9. Esses parasitas são transmitidos pela picada de mosquitos fêmeas do gênero Lutzomyia e Phlebotomus e pode acometer tanto o homem quanto animais canídeos (cão doméstico, raposa etc) e roedores.
Quais são os sinais10 e os sintomas11 da leishmaniose?
A leishmaniose visceral é a forma mais severa da doença. O parasita12 leishmania ataca órgãos vitais como fígado4, baço6 e medula óssea5, podendo levar à morte. Os sinais10 e sintomas11 principais são:
- Febre13
- Emagrecimento
- Dor abdominal
- Anemia14
- Apatia15
- Escurecimento da pele2
- Aumento de volume do fígado4 e do baço6
Esses sintomas11 costumam começar por descamações da pele2 (nariz16, boca17, queixo, orelhas18 e couro cabeludo) e com o aparecimento de pequenos calombos que podem evoluir para lesões19, quando feridos pelas unhas20. O acúmulo de ácido úrico no organismo pode levar a sintomas11 semelhantes aos da gota21.
Na forma cutânea7 da leishmaniose há inicialmente a formação de um calombo e, posteriormente, de uma ferida de bordas elevadas que deixa uma cicatriz22 definitiva. Na forma cutaneomucosa pode ocorrer, além das lesões19 na pele2, feridas na mucosa23 do nariz16, boca17 ou garganta24 que podem desfigurar a face25. Geralmente as lesões19 mucosas26 são secundárias às lesões19 cutâneas27, surgindo meses ou mesmo anos depois destas. Às vezes, não se consegue identificar a porta de entrada do parasita12.
Como o médico diagnostica a leishmaniose?
Além da anamnese28 e dos exames clínicos, alguns exames laboratoriais como albumina29, leucócitos30, hemoglobina31 e enzimas hepáticas32 ficam alterados. É possível dosar anticorpos33 específicos.
O crescimento do fígado4 e do baço6 podem ser detectados pela palpação34 médica ou pela ultrassonografia35.
Exames diretos para pesquisa do parasita12 podem ser feitos através de escarificação36 das lesões19, punção aspirativa ou biópsia37. O diagnóstico38 pode ainda ser confirmado por meio de cultivo do parasita12 em meio apropriado ou pela inoculação39 em cobaias.
Como o médico trata a leishmaniose?
O tratamento da leishmaniose deve visar a cura da enfermidade, evitando a evolução para formas mais graves ou prevenindo as recidivas40. Medicações antimoniais pentavalentes são usadas em todas as formas de leishmaniose cutânea7, mas as formas mucosas26 exijem ainda maiores cuidados. Um médico deve ser sempre consultado.
Como prevenir a leishmaniose?
- Em ambiente de mata, usar roupas adequadas e/ou repelentes.
- Evitar tomar banhos em rios ou lagos próximos a matas, sobretudo ao entardecer.
- Evitar contato com animais domésticos com feridas características ou sugestivas da doença.
- Telas e mosquiteiros são pouco eficazes, porque o mosquito transmissor é muito pequeno e as atravessa com facilidade.
Como evolui a leishmaniose?
Não havendo tratamento, a leishmaniose visceral é grave o suficiente para evoluir para o óbito41, na maioria dos casos.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.