Tumores intramedulares: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que são tumores intramedulares da medula espinhal1?
Os tumores intramedulares da medula espinhal1 são neoplasias2 raras do sistema nervoso central3. Representam de 2% a 4% de todos os tumores do sistema nervoso central3, sendo o ependimoma o mais comum deles em adultos e os astrocitomas o mais comum em crianças e adolescentes. Embora raros, os tumores intramedulares também podem se desenvolver como resultado de metástases4 de uma outra malignidade primária.
Eles têm sido um desafio clínico significativo devido à falta de um padrão claro de atendimento, opções terapêuticas limitadas e desafios na administração de medicamentos. Os tumores intramedulares geralmente pertencem à classe dos gliomas, astrocitomas ou ependimomas.
Saiba mais sobre "Astrocitomas", "Tumores cerebrais" e "Lesões5 da medula6 cerebral".
Quais são as causas dos tumores intramedulares da medula espinhal1?
A etiologia7 dos tumores intramedulares da medula espinhal1 permanece obscura, mas sem dúvida varia de acordo com a histologia. A maioria dos tumores intramedulares da medula espinhal1 é considerada de origem glial. O pensamento tradicional é que os tumores ocorrem quando células8 diferenciadas, que normalmente param de se propagar após o desenvolvimento da medula espinhal1, adquirem mutações que as fazem se dividir novamente de maneira descontrolada.
Muitas linhas de evidência apontam para as células-tronco9 neurais como células8 de origem nos tumores cerebrais. Embora essa linha de investigação não seja tão avançada com respeito à medula espinhal1, alguns trabalhos preliminares mostraram semelhanças entre as células8 tumorais dos ependimomas espinhais e as células-tronco9 neurais da medula espinhal1.
Pensa-se que os hemangioblastomas tenham seu surgimento a partir de precursores de glóbulos vermelhos e só anatomicamente sejam tumores intramedulares. Os hemangioblastomas também ocorrem no cérebro10, além da medula espinhal1.
Quais são as principais características clínicas dos tumores intramedulares da medula espinhal1?
A maioria dos tumores intramedulares são benignos ou de baixo grau de malignidade. Por exemplo, apenas 7% a 30% dos astrocitomas são considerados malignos. Eles podem estar localizados em qualquer local ao longo do comprimento da coluna vertebral11. No entanto, são mais comuns no nível cervical, seguidos pelos níveis torácico e lombar.
O sintoma12 de apresentação mais comum dos tumores intramedulares é a dor nas costas13, que pode ser de natureza difusa ou radicular. O caráter da dor varia, mas geralmente é pior à noite. Os tumores intramedulares também podem interferir nos sistemas somatossensoriais e motores, causando parestesias14, espasticidade15 e fraqueza. A perda da função intestinal e da bexiga16 também pode ocorrer, mas é o sintoma12 menos comum de apresentação. A escoliose17 pode estar presente em um terço dos pacientes.
Como o médico diagnostica os tumores intramedulares da medula espinhal1?
O diagnóstico18 de tumores intramedulares é especialmente difícil, particularmente em crianças, nas quais eles podem permanecer assintomáticos por um longo período ou causar queixas inespecíficas. Radiografias simples da coluna vertebral11 não conseguem diagnosticar um tumor19 intramedular, mas podem ser úteis no planejamento cirúrgico se o tumor19 estiver associado a uma deformidade.
A mielografia20 foi agora superada pela ressonância magnética21, mas ainda pode ser usada quando a ressonância magnética21 não estiver disponível. A ressonância magnética21 é recomendada para a identificação, localização e avaliação do tumor19 intramedular. Ela pode produzir detalhes requintados da medula espinhal1, mas ela sozinha não garante um diagnóstico18 preciso em todos os casos.
A história clínica e o exame neurológico ajudam a evitar cirurgias desnecessárias em placas22 de esclerose múltipla23 ou mielite24 vascular25 ou inflamatória, por exemplo. Alguns tumores tendem a ocorrer em vários pontos e por isso deve ser tomada a imagem de todo o neuroeixo26. Um diagnóstico18 diferencial às vezes é muito difícil. A dor nas costas13, por exemplo, é mais comumente o resultado de uma doença degenerativa27 da coluna.
A ressonância magnética21 da medula espinhal1 com contraste aumenta bastante a possibilidade do diagnóstico18 de tumores intrínsecos da medula espinhal1. No entanto, ainda assim o diagnóstico18 pode ser problemático.
Como o médico trata os tumores intramedulares da medula espinhal1?
Os tumores intramedulares da medula espinhal1 estão associados a opções difíceis de tratamento. Parte dos pacientes com esses tumores pode ser tratada inicialmente com ressecção, radioterapia28 e quimioterapia29, essa última frequentemente é reservada para recorrência30 de tumores, tumores infiltrativos ou de alto grau de malignidade ou ainda quando a ressecção é contraindicada.
Infelizmente, aqueles pacientes que não podem ser submetidos à ressecção ficam com menos opções de tratamento, a radioterapia28 e a quimioterapia29, deixando-os com um prognóstico31 pior.
Como evoluem em geral os tumores intramedulares da medula espinhal1?
O status neurológico pré-operatório e a histologia do tumor19 são considerados os melhores preditores de resultado, com a histologia do tumor19 demonstrando predizer também a extensão da ressecção, os resultados neurológicos funcionais e a recorrência30.
A ressecção é considerada um bom preditor de resultado. Estudos recentes, no entanto, mostraram que a intervenção cirúrgica para o tratamento do astrocitoma está associada a taxas mais altas de complicações neurológicas a longo prazo, sem benefício derivado para os pacientes.
Leia sobre "Mielografia20", "Quimioterapia29", "Radioterapia28" e "Esclerose múltipla23".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic e do Journal of Neurosurgery, da American Association of Neurological Surgeons.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.