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Estenose de JUP ou Junção Ureteropélvica

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O que é estenose1 de JUP?

A estenose1 de JUP é o estreitamento que ocorre na junção entre a pelve renal2 e os ureteres3 (Junção UreteroPélvica), o que impede o fluxo normal da urina4, acumulando urina4 diretamente na pelve renal2 e podendo levar à hidronefrose5.

Quais são as causas da estenose1 de JUP?

A estenose1 de JUP na maioria dos casos é congênita6, podendo também ser adquirida secundariamente a cálculos renais ou a cirurgias prévias. A estenose1 de JUP congênita6 pode dever-se à presença de vasos sanguíneos7 anômalos que comprimem o ureter8, a alterações da musculatura do próprio ureter8 ou a malformações9 renais.

Saiba mais sobre "Cálculos renais" e "Hidronefrose5".

Qual é o mecanismo fisiológico10 da estenose1 de JUP?

A urina4 filtrada pelo rim11 é coletada em cálices que se juntam para formar uma estrutura maior, conhecida como pelve renal2, que tem uma forma assemelhada a um funil. Dela partem os ureteres3, que conduzem a urina4 em direção à bexiga12. A transição da pelve13 para o ureter8 é denominada junção ureteropélvica ou JUP, como é mais conhecida.

A estenose1 (estreitamento) dessa junção leva a uma obstrução do fluxo urinário nesta área, o que acarreta impedimento da saída da urina4 para fora do rim11. Acumulando-se no rim11, a urina4 acaba dilatando o órgão, prejudicando sua função e podendo levar à perda total do funcionamento renal14.

Quais são as principais características clínicas da estenose1 de JUP?

A estenose1 de JUP geralmente está presente desde o nascimento, mas a forma adquirida pode ocorrer em qualquer idade. Dependendo de sua intensidade, pode não dar sintomas15 e só ser detectada em exames realizados de rotina ou por outros motivos.

A forma congênita6, embora presente desde o nascimento, pode só vir a apresentar sintomas15 mais tarde na vida. Quando causa sintomas15, os mais comuns são: dores lombares, presença de sangue16 na urina4, hipertensão arterial17 e infecções18 urinárias ou renais recorrentes. Pode haver também a formação de cálculos renais.

Como o médico diagnostica a estenose1 de JUP?

A estenose1 de JUP pode ser diagnosticada no feto19 por meio da ultrassonografia20 pré-natal que detecta uma dilatação anormal dos rins21. Mais tarde, ela pode ser diagnosticada por meio do uso de ultrassonografia20, tomografia computadorizada22, ressonância magnética23 ou cintilografia24.

Para examinar o estado do funcionamento renal14, bem como para ajudar a descartar outras condições mórbidas semelhantes, podem ser necessários também exames laboratoriais de sangue16 e de urina4. Em adultos, deve-se excluir outras causas comuns de hidronefrose5 (dilatação dos rins21): cálculos, tumores, fibrose25 retroperitoneal26, endometriose27 ou outras doenças inflamatórias.

Leia sobre "Hipertensão arterial17", "Endometriose27" e "Exame de urina28".

Como o médico trata a estenose1 de JUP?

O tratamento da estenose1 de JUP depende de como esteja a anatomia do rim11 e seu funcionamento no momento do diagnóstico29 e pode variar desde um mero acompanhamento clínico até cirurgia de pieloplastia (reconstrução da pelve renal2) ou pielotomia (remoção da pelve renal2).

O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas15 e preservar a função renal14. Em fetos ou em bebês30 recém-nascidos, o tratamento deve ser de acompanhamento cuidadoso por um nefrologista31 pediátrico.

Quais são as complicações possíveis da estenose1 de JUP?

A estenose1 de JUP pode resultar em infeções urinárias, cálculos renais, hidronefrose5 e insuficiência32 ou falência renal14.

Veja também sobre "Infecções18 urinárias", "Urocultura" e "Insuficiência renal33 crônica".

 

ABCMED, 2017. Estenose de JUP ou Junção Ureteropélvica. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1309508/estenose-de-jup-ou-juncao-ureteropelvica.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Estenose: Estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício.
2 Pelve Renal: Expansão achatada, em forma de funil, conectando o URETER aos CÁLICES RENAIS.
3 Ureteres: Estruturas tubulares que transportam a urina dos rins até a bexiga.
4 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
5 Hidronefrose: Dilatação da via excretora de um ou ambos os rins. Em geral é produzida por uma obstrução ao nível do ureter ou uretra por cálculos, tumores, etc.
6 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
7 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
8 Ureter: Estrutura tubular que transporta a urina dos rins até a bexiga.
9 Malformações: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
10 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
11 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
12 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
13 Pelve: 1. Cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ossos ilíacos), sacro e cóccix; bacia. 2. Qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
14 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
15 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
16 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
17 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
18 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
19 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
20 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
21 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
22 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
23 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
24 Cintilografia: Procedimento que permite assinalar num tecido ou órgão interno a presença de um radiofármaco e acompanhar seu percurso graças à emissão de radiações gama que fazem aparecer na tela uma série de pontos brilhantes (cintilação); também chamada de cintigrafia ou gamagrafia.
25 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
26 Retroperitoneal: Área que ocupa a região mais posterior da CAVIDADE ABDOMINAL. Esta área limita-se lateralmente pelas bordas dos músculos quadrados lombares e se estende do DIAFRAGMA à borda da PELVE verdadeira, continuando então como espaço extraperitoneal pélvico.
27 Endometriose: Doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. Endométrio é a camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação. Os locais mais comuns da endometriose são: Fundo de Saco de Douglas (atrás do útero), septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto ), trompas, ovários, superfície do reto, ligamentos do útero, bexiga e parede da pélvis.
28 Exame de urina: Também chamado de urinálise, o teste de urina é feito através de uma amostra de urina e pode diagnosticar doenças do sistema urinário e outros sistemas do organismo. Alguns testes são feitos em uma amostra simples e outros pela coleta da urina durante 24 horas. Pode ser feita uma cultura da urina para verificar o crescimento de bactérias na urina.
29 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
30 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
31 Nefrologista: Médico especialista em tratar pessoas com doenças ou problemas renais.
32 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
33 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
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