Arterite temporal
O que é arterite temporal?
A arterite temporal (por vezes chamada de arterite de células gigantes1 ou vasculite2 necrotizante) é uma vasculite2 (inflamação3 dos vasos) que afeta principalmente o revestimento interno das artérias4 do sistema carotídeo, as quais se dirigem à cabeça5, especialmente às têmporas.
O nome vem do vaso frequentemente mais envolvido, a artéria6 temporal que, no entanto, não é o único. O nome alternativo reflete o tipo de célula7 inflamatória que é envolvida, conforme vista na biópsia8.
Quais são as causas da arterite temporal?
Não se conhecem inteiramente as razões pelas quais essas artérias4 se tornam inflamadas. Certos genes e variações genéticas parecem aumentar a susceptibilidade9 à doença. Raramente a arterite temporal afeta pessoas com menos de 50 anos; a maioria delas tem mais de 70 anos. As mulheres são afetadas cerca de duas vezes mais que os homens e a condição é mais comum entre os povos brancos do norte da Europa. As pessoas que sofrem de polimialgia reumática têm um maior risco de desenvolver arterite temporal concomitantemente.
Qual é o mecanismo fisiopatológico da arterite temporal?
As paredes das artérias4 afetadas pela arterite temporal ficam inflamadas e incham, causando um estreitamento delas, o que reduz a quantidade de sangue10 e, portanto, de oxigênio e nutrientes para os tecidos irrigados por essas artérias4. Embora qualquer média ou grande artéria6 seja susceptível a ser afetada por uma inflamação3 de células gigantes1, na maioria das vezes, o inchaço11 ocorre em ramos emergentes da artéria6 temporal, donde seu nome.
Quais são as principais características clínicas da arterite temporal?
Os sintomas12 mais comuns da arterite temporal são dores de cabeça5, sensibilidade aumentada no couro cabeludo e dor na mandíbula13, que normalmente afeta ambos os lados. Pode haver febre14, fadiga15, perda de peso, distúrbios da visão16 (visão16 dupla ou borrada), particularmente em pessoas que também têm uma repentina perda permanente da visão16 em um dos olhos17.
Cerca de metade das pessoas com arterite temporal têm polimialgia reumática e, em razão dessa última condição, pode ocorrer dor e rigidez no pescoço18, ombros ou quadris.
Saiba mais sobre "Polimialgia reumática", "Disfunção da ATM" e "Febre14".
Como o médico diagnostica a arterite temporal?
Pode não ser fácil diagnosticar a arterite temporal porque os seus primeiros sintomas12 se assemelham aos de muitas outras doenças comuns. De início, o médico deve examinar a história médica, os sintomas12 do paciente e realizar um exame físico completo, com especial foco nas artérias4 temporais de ambos os lados. Muitas vezes, uma ou ambas as artérias4 podem mostrar um pulso reduzido e sensibilidade aumentada, assumindo uma aparência tubular rígida.
Um exame de sangue10 pode verificar a taxa de sedimentação, a qual pode indicar a inflamação3. Igualmente, verificará a presença da proteína C-reativa. Esses exames também podem ser usados para acompanhar o curso do tratamento.
A maneira mais definitiva de confirmar o diagnóstico19 de arterite temporal é fazer uma biópsia8 da artéria6 temporal. Os possíveis exames de imagem para o diagnóstico19 são a angiografia20 por ressonância magnética21, a ultrassonografia22 com Doppler e a tomografia por emissão de pósitrons.
Leia sobre "Biópsia8", "Angiografia20", "Ressonância", "Doppler" e "Tomografia computadorizada23".
Como o médico trata a arterite temporal?
De início, o tratamento da arterite de células gigantes1 deve ser feito com elevadas doses de corticoides e deve ser iniciado antes mesmo do resultado da biópsia8, em virtude do risco de perda da visão16. Posteriormente, essas doses deverão ser ajustadas pelo médico. Os corticoides costumam apresentar significativos efeitos colaterais24, os quais, no entanto, podem desaparecer quando o tratamento se tornar menos intenso ou for interrompido.
Como evolui a arterite temporal?
A arterite temporal é considerada uma emergência25 médica, pois se não for tratada pronta e corretamente pode causar cegueira permanente em até 20% dos pacientes. Provavelmente, o paciente tratado começará a se sentir melhor dentro de poucos dias após o início da terapêutica26. A menos que haja perda completa da visão16, que pode ser permanente, os sintomas12 visuais tendem a desaparecer dentro de três meses. A medicação pode continuar a ser necessária por um a dois anos ou mais. Mesmo com o tratamento, as recaídas são comuns.
Quais são as complicações possíveis da arterite temporal?
A arterite temporal pode causar complicações como diminuição do fluxo sanguíneo para os olhos17 com diminuição ou perda de visão16 em um ou, raramente, em ambos os olhos17 e aneurisma27 da aorta28, se afetar essa artéria6. Se não tratada, a arterite temporal pode levar ainda a acidentes vasculares29 cerebrais ou à cegueira permanente.
Veja também sobre "Corticoides", "Aneurisma27 da aorta28" e "Acidente vascular cerebral30".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.