Bridas intestinais - o que são? Como tratar?
O que são bridas intestinais?
As bridas intestinais são cicatrizes1 internas em forma de cordões ou de faixas de tecido2 cicatricial fibroso que formam “pontes” ligando os órgãos abdominais entre si ou à parede do abdômen, geralmente formadas após uma cirurgia abdominal. Elas formam uma espécie de "teia de aranha" que pode ligar, por exemplo, o ovário3 ao intestino ou partes do intestino entre si.
Quais são as causas das bridas intestinais?
As bridas intestinais podem ser congênitas4 ou adquiridas em cirurgias abdominais prévias e constituem aproximadamente 60% dos casos de obstrução intestinal. As bridas se desenvolvem depois de uma cirurgia abdominal na qual os órgãos são muito manuseados e são temporariamente afastados de suas posições normais.
São fatores de risco para a formação de brida intestinal: infecções5 intra-abdominais, isquemia6 tissular7, corpos estranhos intra-abdominais e cirurgias abdominais, que é o fator mais comum.
Qual é o mecanismo fisiológico8 das bridas intestinais?
As bridas são formações de tecido2 fibroso, que se estruturam em apenas dois dias após uma cirurgia. As manipulações de órgãos, necessárias durante uma cirurgia, se são intensas, podem levar à formação de um exsudato9 de fibrina10, que quando não é devidamente drenado pelo próprio organismo do paciente leva à formação das bridas.
Quais são as principais características clínicas das bridas intestinais?
A formação de bridas intestinais é tanto maior quanto mais manipulados forem os órgãos do paciente durante uma cirurgia. Normalmente elas não causam quaisquer problemas, mas eventualmente podem causar obstrução intestinal e o intestino pode ser bloqueado total ou parcialmente.
Na dependência da sua localização, podem levar ao "estrangulamento" total do intestino e impedir a eliminação das fezes. Esse "estrangulamento" pode também limitar o fornecimento de sangue11 àquela região do intestino e ela pode começa a necrosar (morrer), impondo uma cirurgia de emergência12.
Às vezes, uma área do intestino afetada pode ser bloqueada apenas intermitentemente, mas também pode persistir, gerando sintomas13 como dor abdominal intensa e obstrução intestinal duradoura. Em razão disso, o abdômen do indivíduo incha, ele sentirá fortes dores e, se a situação persiste não solucionada, podem ocorrer vômitos14 de fezes.
Saiba mais sobre "Dor abdominal" e "Obstrução intestinal".
Como o médico reconhece a existência de bridas intestinais?
O médico deve colher atentamente a história médica do paciente, especialmente seu relato de cirurgia(s) abdominal(is) anterior(es), palpar seu abdômen e solicitar exames de imagem como, por exemplo, tomografia computadorizada15. Exames de sangue11, urina16 e radiografias podem ajudar a excluir outras situações que possam estar gerando a dor abdominal e assim ajudar a firmar o diagnóstico17 de bridas. Os exames de imagem também podem produzir sinais18 sugestivos de obstrução intestinal, se for o caso.
Como o médico trata as bridas intestinais?
Se o médico concluir que as bridas não envolvem órgãos vitais e se achar que o paciente não está em boas condições para enfrentar uma cirurgia, poderá apenas receitar analgésicos19 e anti-inflamatórios quando as dores surgirem. Como regra, a remoção cirúrgica das bridas deve ser feita sempre que elas gerem dor abdominal intensa, produzam obstrução intestinal ou impeçam o bom funcionamento de qualquer outro órgão.
No entanto, se o médico de novo manipular muito o paciente, novas bridas poderão ser formadas e, por isso, o ideal é que elas sejam apenas seccionadas para permitir uma melhor mobilidade dos órgãos envolvidos.
Como evoluem as bridas intestinais?
A obstrução intestinal causada por bridas pode levar à morte em cerca de 5% dos casos ou mais, se não tratadas a tempo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.