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Anisocoria: você conhece?

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O que é anisocoria?

A pupila é a parte escura no centro do olho1 que forma a imagem na retina2, responsável por regular a entrada da luz, aumentando seu tamanho na luz fraca e diminuindo na luz brilhante. Normalmente ela tem as mesmas dimensões nos dois olhos3 e a mudança fisiológica4 do tamanho dela deve acontecer na mesma proporção entre os dois olhos3. A anisocoria (do grego: aniso = desigual + korē = pupila do olho1 + ia (do latim) = doença) é uma condição caracterizada por um tamanho desigual das pupilas dos olhos3. Na anisocoria, a diferença de tamanho entre as pupilas é igual ou superior a 0,4 milímetros. A anisocoria não é propriamente uma doença, mas uma condição que pode ser totalmente inofensiva ou um sintoma5 de problemas médicos graves.

AnisocoriaQuais são as causas da anisocoria?

A anisocoria pode ter várias causas:

  • Uma forma fisiológica4, em que cerca de 20% das pessoas normais têm uma pequena diferença no tamanho da pupila;
  • Síndrome6 de Horner (lesão7 dos nervos faciais e oculares);
  • Anisocoria mecânica, causada por um trauma, cirurgia ou inflamação8 dos olhos3;
  • Pupila tônica de Adie;
  • Paralisia9 do nervo oculomotor;
  • Isquemia10 ou aneurisma11 intracraniano;
  • Traumatismo12 craniano e tumores cerebrais.

Alguns agentes farmacológicos também podem causar uma anisocoria transitória. Uma anisocoria passageira pode ser provocada por alguns colírios usados para dilatar as pupilas no exame de fundo de olho13. As enfermidades que mais comumente causam anisocoria são aneurismas, traumatismos cranianos, tumor14 ou abscesso15 cerebral, excesso de pressão em um dos olhos3, aumento da pressão intracraniana, meningite16 ou encefalite17, enxaqueca18 e paralisia9 do nervo oculomotor.

Quais são os principais sinais19 e sintomas20 da anisocoria?

Tamanhos desiguais das pupilas de mais de um milímetro, que se desenvolvem mais tarde na vida e que não retornam ao normal, podem ser um sinal21 de uma doença dos olhos3, do cérebro22, dos vasos sanguíneos23 ou dos nervos. Enquanto algumas anisocorias são benignas e fisiológicas24, outras podem ser sinais19 de doenças que implicam risco de vida. Muitas vezes as anisocorias são acompanhadas de outros sinais19 ou sintomas20 (anisocoria fisiológica4). Se um doente desenvolver anisocoria de início muito agudo25, isso deve ser considerado uma emergência26. Se estiver associada à confusão, diminuição da lucidez mental, cefaleia27 intensa ou a outros sintomas20 neurológicos pode, inclusive, significar uma emergência26 neurocirúrgica.

Como o médico diagnostica a anisocoria?

O diagnóstico28 da anisocoria tanto envolve o reconhecimento da condição quanto da sua causa. Na síndrome6 de Horner, se o examinador não tiver certeza se a pupila anormal é a contraída ou a dilatada, deve presumir que a anomalia se dá do mesmo lado que a ptose29 palpebral. Muitas vezes são fotografias antigas do rosto dos pacientes que ajudam a diagnosticar e estabelecer o tipo de anisocoria. A anisocoria que ocorre com luz fraca sugere síndrome6 de Horner ou uma etiologia30 mecânica. Aquela que é maior na luz brilhante, sugere pupila tônica de Adie, dilatação farmacológica, paralisia9 do nervo oculomotor ou íris31 danificada. O diagnóstico28 das causas vem muito dos outros sintomas20 que o paciente relata juntamente com a anisocoria.

ABCMED, 2015. Anisocoria: você conhece?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/796334/anisocoria-voce-conhece.htm>. Acesso em: 8 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
2 Retina: Parte do olho responsável pela formação de imagens. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico. Possui duas partes: a retina periférica e a mácula.
3 Olhos:
4 Fisiológica: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
5 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
7 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
8 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
9 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
10 Isquemia: Insuficiência absoluta ou relativa de aporte sanguíneo a um ou vários tecidos. Suas manifestações dependem do tecido comprometido, sendo a mais frequente a isquemia cardíaca, capaz de produzir infartos, isquemia cerebral, produtora de acidentes vasculares cerebrais, etc.
11 Aneurisma: Alargamento anormal da luz de um vaso sangüíneo. Pode ser produzida por uma alteração congênita na parede do mesmo ou por efeito de diferentes doenças (hipertensão, aterosclerose, traumatismo arterial, doença de Marfán, etc.).
12 Traumatismo: Lesão produzida pela ação de um agente vulnerante físico, químico ou biológico e etc. sobre uma ou várias partes do organismo.
13 Fundo de olho: Fundoscopia, oftalmoscopia ou exame de fundo de olho é o exame em que se visualizam as estruturas do segmento posterior do olho (cabeça do nervo óptico, retina, vasos retinianos e coroide), dando atenção especialmente a região central da retina, denominada mácula. O principal aparelho utilizado pelo clínico para realização do exame de fundo de olho é o oftalmoscópio direto. O oftalmologista usa o oftalmoscópio indireto e a lâmpada de fenda.
14 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
15 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
16 Meningite: Inflamação das meninges, aguda ou crônica, quase sempre de origem infecciosa, com ou sem reação purulenta do líquido cefalorraquidiano. As meninges são três membranas superpostas (dura-máter, aracnoide e pia-máter) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
17 Encefalite: Inflamação do tecido encefálico produzida por uma infecção viral, bacteriana ou micótica (fungos).
18 Enxaqueca: Sinônimo de migrânea. É a cefaléia cuja prevalência varia de 10 a 20% da população. Ocorre principalmente em mulheres com uma proporção homem:mulher de 1:2-3. As razões para esta preponderância feminina ainda não estão bem entendidas, mas suspeita-se de alguma relação com o hormônio feminino. Resulta da pressão exercida por vasos sangüíneos dilatados no tecido nervoso cerebral subjacente. O tratamento da enxaqueca envolve normalmente drogas vaso-constritoras para aliviar esta pressão. No entanto, esta medicamentação pode causar efeitos secundários no sistema circulatório e é desaconselhada a pessoas com problemas cardiológicos.
19 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
20 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
21 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
22 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
23 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
24 Fisiológicas: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
25 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
26 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
27 Cefaleia: Sinônimo de dor de cabeça. Este termo engloba todas as dores de cabeça existentes, ou seja, enxaqueca ou migrânea, cefaleia ou dor de cabeça tensional, cefaleia cervicogênica, cefaleia em pontada, cefaleia secundária a sinusite, etc... são tipos dentro do grupo das cefaleias ou dores de cabeça. A cefaleia tipo tensional é a mais comum (acomete 78% da população), seguida da enxaqueca ou migrânea (16% da população).
28 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
29 Ptose: Literalmente significa “queda” e aplica-se em distintas situações para significar uma localização inferior de um órgão ou parte dele (ptose renal, ptose palpebral, etc.).
30 Etiologia: 1. Ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado fenômeno. 2. Estudo das causas das doenças.
31 Íris: Membrana arredondada, retrátil, diversamente pigmentada, com um orifício central, a pupila, que se situa na parte anterior do olho, por trás da córnea e à frente do cristalino. A íris é a estrutura que dá a cor ao olho. Ela controla a abertura da pupila, regulando a quantidade de luz que entra no olho.
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