Climatério e menopausa: como são?
O que é climatério1 e menopausa2?
Climatério1 e menopausa2 são eventos diferentes. A palavra climatério1 descreve um período fisiologicamente conturbado da vida feminina que começa por volta dos 40 anos e se estende até a pós-menopausa2, aos 65 anos. Embora exista também um climatério1 nos homens, marcado pela andropausa, quando se fala simplesmente em climatério1 está-se referindo às mulheres. Nesse período, nas mulheres, está ocorrendo o esgotamento da função ovariana e consequentemente a transição entre a fase reprodutiva e não-reprodutiva da mulher.
O climatério1 abrange a menopausa2, período nitidamente marcado pela última menstruação3 espontânea. Portanto, pode-se descrever as seguintes fases do climatério1:
- Climatério1 pré-menopausa2: dos 35 aos 48 anos.
- Climatério1 peri-menopausa2: dos 45 aos 50 anos.
- Menopausa2: por volta dos 48 anos.
- Climatério1 pós-menopausa2: dos 48 aos 65 anos, mais ou menos.
Na primeira fase é comum haver irregularidades menstruais, alongamento dos períodos intermenstruais e mesmo ocasionais falhas de menstruações, além de sintomas4 semelhantes aos de uma tensão pré-menstrual, só que mais acentuados e prolongados: sensação de inchaço5 no corpo e nas mamas6, dores fortes de cabeça7 ou enxaquecas8, alterações de humor, etc. É na peri-menopausa2 que se manifesta com mais intensidade o furacão de sintomas4. É nela que a vagina9 perde a umidade e surgem os fogachos, ondas de calor que levam a mulher a se abanar mesmo nos dias frios.
Nas mulheres, os sinais10 mais desagradáveis do climatério1 chegam ao seu apogeu na menopausa2, mas continuam a se manifestar até um ano depois. Nelas, esse período é marcado pela última menstruação3, após o que as “regras” cessam inteiramente. Algumas mulheres nada sentem durante a menopausa2, mas outras experimentam sintomas4 muito incomodativos, tais como fogachos, com vermelhidão, uma sensação intensa de calor no corpo e transpirações excessivas, suores noturnos, insônia, baixa do desejo sexual, irritabilidade, depressão, osteoporose11, aumento do risco de doenças cardiovasculares12, ressecamento vaginal, dor durante o ato sexual e diminuição da atenção e memória.
Esses sintomas4 são causados pela diminuição da produção do estrogênio, hormônio13 que desde a adolescência da mulher responde pelo crescimento das mamas6 e dos pêlos pubianos, alargamento dos quadris, distribuição feminina da gordura14 e textura da pele15, entre outros. O estrogênio é ainda responsável pela fixação do cálcio nos ossos e, por isso, após a menopausa2, grande parte das mulheres passará a perder massa óssea, doença chamada de osteoporose11, a qual torna os ossos mais frágeis e mais sujeitos a fraturas. Sem o estrogênio, o brilho da pele15 feminina diminui, a gordura14 passa a concentrar-se na barriga, a mulher passa a sentir secura vaginal e dor no ato sexual, o colesterol16 e o HDL17-colesterol16 se elevam, o que aumenta a chance de ataques cardíacos e doenças cardiovasculares12. A menopausa2 varia entre 48 e 55 anos. Se ocorrer antes dos 40 anos é chamada menopausa2 precoce.
Qual é a fisiopatologia18 do climatério1 e da menopausa2?
O roteiro fisiológico19 que a mulher cumprirá durante a sua vida já está previsto desde o seu nascimento. Um feto20 feminino de vinte semanas possui cerca de sete milhões de folículos ovarianos, mas ao nascer só restam na menina de um a dois milhões de folículos e quando ela ingressa na puberdade, iniciando a fase reprodutiva e a produção intensa de hormônios, não terá mais do que 300 ou 400 mil. Cada ciclo menstrual mobiliza cerca de mil folículos, dos quais apenas um se transforma em óvulo21 e os demais morrem. A eliminação desses folículos termina com o advento da menopausa2, por conta da falta de estrogênio.
A cada ciclo de 28 dias um óvulo21 é liberado pelo ovário22 e desde que não ocorra uma gravidez23 é eliminado juntamente com a menstruação3. A partir dos 40 anos diminui progressivamente a produção dos estrogênios, ocasionando a escassez dos óvulos e mesmo alguns ciclos anovulatórios. A insuficiência24 ovariana é secundária ao esgotamento dos folículos primordiais que cada mulher porta ao nascer, o que decreta o fim da produção do estrógeno25. Os folículos desaparecem porque, como todas as células26 do corpo humano27, eles estão programados para morrer, mas enquanto toda célula28 morta é substituída por uma nova, no caso das células germinativas29 femininas, isso não acontece: a mulher nasce com uma quota fixa de folículos e quando um deles morre, não é substituído. Quando essa quota acaba, acabou mesmo.
Mesmo depois de desaparecem os folículos, a parte central do ovário22 e as glândulas30 suprarrenais continuam a produzir uma pequena quantidade de estrógenos, para as outras necessidades orgânicas. O climatério1 e a menopausa2 são a segunda revolução provocada pelos hormônios femininos. A primeira delas aconteceu na puberdade e a mulher teve que se aclimatar com a enxurrada de novas substâncias e aprender a viver com altas doses delas; agora, na maturidade, deve reaprender a viver sem elas.
Quais são os principais sinais10 e sintomas4 do climatério1 e da menopausa2?
A diminuição dos hormônios sexuais femininos repercute em vários locais do organismo e gera sinais10 e sintomas4 conhecidos pelo nome de síndrome31 do climatério1 ou da menopausa2. Dentre esses sinais10 e sintomas4 os mais frequentes são, além dos fogachos ou ondas de calor, alterações urogenitais, atrofia32 e estreitamento da vagina9, perda de elasticidade33 e secura vaginal, vaginites, dificuldade de esvaziamento da bexiga34, perda involuntária35 de urina36, sensação de micção37 iminente, alterações do humor, ansiedade, depressão, fadiga38, irritabilidade, perda de memória e insônia, diminuição do desejo sexual, osteoporose11.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.