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Salpingite: você sabe que ela pode levar à infertilidade? Saiba como ela é, quais são as causas e quais os recursos para o seu tratamento

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O que é salpingite?

Salpingite é a inflamação1 das Trompas de Falópio, que ligam os ovários2 ao útero3, no interior das quais o óvulo4 e o espermatozoide5 se encontram e onde se dá, em geral, a fecundação6 do óvulo4 pelo espermatozoide5. Antes da fertilização7 as trompas conduzem os espermatozoides8 em direção aos ovários2 e os óvulos em direção ao útero3; depois da fecundação6, elas conduzem o ovo9 resultante em direção ao útero3, onde ele se aninhará para formar o embrião. Como são muito sensíveis à presença de fluidos estranhos ou bactérias, as trompas podem ficar lesadas e impossibilitadas de exercer a sua função. A obstrução dessas estruturas, em razão de inflamações10, impedindo esse trânsito, é uma das mais frequentes causas de infertilidade11 feminina.

Quais são as causas da salpingite?

Como o óstio12 dessas tubas (extremidades delas que se conectam aos ovários2) não é inteiramente fechado, mas apenas se aproxima e envolve os ovários2, infecções13 da cavidade abdominal14 podem se estender às trompas e resultar em salpingite. A infecção15 de origem da salpingite costuma ser vaginal, do colo do útero16 ou do seu interior.

A colocação de um dispositivo intrauterino (DIU) aumenta as chances da salpingite, assim como outros procedimentos ginecológicos, tais como laparoscopia17, biópsia18 do endométrio19, curetagem20, parto, aborto ou interrupção de gravidez21. A doença ocorre mais frequentemente em mulheres sexualmente ativas, como resultado de uma infecção15 transmitida pela relação sexual.

Quais são os principais sinais22 e sintomas23 da salpingite?

Os sintomas23 da salpingite variam de acordo com a gravidade do problema e com a circunstância da infecção15 ser aguda ou crônica, mas de um modo geral os sinais22 e sintomas23 da salpingite são:

  • Dor no baixo ventre, exagerada à palpação24.
  • Náuseas25 e vômitos26.
  • Corrimento vaginal abundante de odor característico.
  • Dor ao urinar.
  • Dor lombar.
  • Febre27.
  • Alterações menstruais.

Esses sintomas23 são tanto mais notáveis quanto mais agudo28 for o quadro e podem ser acompanhados de outros, originários da doença infecciosa causal.

Como o médico diagnostica a salpingite?

O início do diagnóstico29 da salpingite é eminentemente30 clínico, baseado principalmente na história clínica e no exame ginecológico, mas, além disso, para refinar o diagnóstico29, o médico poderá pedir alguns exames complementares como: sangue31, urina32, exame de cultura do exsudato33 vaginal, salpingografia ou laparoscopia17 diagnóstica.

Como o médico trata a salpingite?

O tratamento da salpingite deve ser instituído o mais brevemente possível, para evitar sequelas34. Basicamente, é feito com antibióticos, anti-inflamatórios e repouso. Se a mulher usar DIU, ele deve ser retirado. Também podem ser usadas medicações sintomáticas para aliviar a dor ou a febre27, por exemplo. As obstruções tubárias, quando ocorrem, são irreversíveis por meio de medicações. Se for muito importante sua reversão, uma cirurgia para reverter a permeabilidade35 das trompas deve ser considerada. Em casos graves pode mesmo ser preciso remover o útero3, as trompas e os ovários2.

Como evolui a salpingite?

Geralmente, a doença evolui para a cura, mas pode levar à infertilidade11, por bloqueio das trompas.

A salpingite pode ainda evoluir para uma situação crônica ou causar um abscesso36 pélvico37, peritonite38 ou infecção15 generalizada.

Como prevenir a salpingite?

Não há meios de se prevenir a salpingite de modo absoluto, mas realizar sexo com preservativo pode diminuir o risco da infecção15.

O tratamento precoce e adequado de uma doença inflamatória pélvica39 (DIP) e de outras infecções13 pode também prevenir a doença.

ABCMED, 2013. Salpingite: você sabe que ela pode levar à infertilidade? Saiba como ela é, quais são as causas e quais os recursos para o seu tratamento. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/351809/salpingite-voce-sabe-que-ela-pode-levar-a-infertilidade-saiba-como-ela-e-quais-sao-as-causas-e-quais-os-recursos-para-o-seu-tratamento.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
2 Ovários: São órgãos pares com aproximadamente 3cm de comprimento, 2cm de largura e 1,5cm de espessura cada um. Eles estão presos ao útero e à cavidade pelvina por meio de ligamentos. Na puberdade, os ovários começam a secretar os hormônios sexuais, estrógeno e progesterona. As células dos folículos maduros secretam estrógeno, enquanto o corpo lúteo produz grandes quantidades de progesterona e pouco estrógeno.
3 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
4 Óvulo: Célula germinativa feminina (haplóide e madura) expelida pelo OVÁRIO durante a OVULAÇÃO.
5 Espermatozóide: Célula reprodutiva masculina.
6 Fecundação: 1. Junção de gametas que resulta na formação de um zigoto; anfigamia, fertilização. 2. Ato ou efeito de fecundar (-se).
7 Fertilização: Contato entre espermatozóide e ovo, determinando sua união.
8 Espermatozóides: Células reprodutivas masculinas.
9 Ovo: 1. Célula germinativa feminina (haploide e madura) expelida pelo OVÁRIO durante a OVULAÇÃO. 2. Em alguns animais, como aves, répteis e peixes, é a estrutura expelida do corpo da mãe, que consiste no óvulo fecundado, com as reservas alimentares e os envoltórios protetores.
10 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
11 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
12 Óstio: Pequeno orifício, especialmente o de entrada de um órgão oco ou de um canal.
13 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
14 Cavidade Abdominal: Região do abdome que se estende do DIAFRAGMA torácico até o plano da abertura superior da pelve (passagem pélvica). A cavidade abdominal contém o PERiTÔNIO e as VÍSCERAS abdominais, assim como, o espaço extraperitoneal que inclui o ESPAÇO RETROPERITONEAL.
15 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
16 Colo do útero: Porção compreendendo o pescoço do ÚTERO (entre o ístmo inferior e a VAGINA), que forma o canal cervical.
17 Laparoscopia: Procedimento cirúrgico mediante o qual se introduz através de uma pequena incisão na parede abdominal, torácica ou pélvica, um instrumento de fibra óptica que permite realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
18 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
19 Endométrio: Membrana mucosa que reveste a cavidade uterina (responsável hormonalmente) durante o CICLO MENSTRUAL e GRAVIDEZ. O endométrio sofre transformações cíclicas que caracterizam a MENSTRUAÇÃO. Após FERTILIZAÇÃO bem sucedida, serve para sustentar o desenvolvimento do embrião.
20 Curetagem: Operação ou cirurgia que consiste em esvaziar o interior de uma cavidade natural ou patológica com o auxílio de uma cureta; raspagem.
21 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
22 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
23 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
24 Palpação: Ato ou efeito de palpar. Toque, sensação ou percepção pelo tato. Em medicina, é o exame feito com os dedos ou com a mão inteira para explorar clinicamente os órgãos e determinar certas características, como temperatura, resistência, tamanho etc.
25 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
26 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
27 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
28 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
29 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
30 Eminentemente: De modo eminente; em alto grau; acima de tudo.
31 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
32 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
33 Exsudato: Líquido com alto teor de proteínas séricas e leucócitos, produzido como reação a danos nos tecidos e vasos sanguíneos.
34 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
35 Permeabilidade: Qualidade dos corpos que deixam passar através de seus poros outros corpos (fluidos, líquidos, gases, etc.).
36 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
37 Pélvico: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
38 Peritonite: Inflamação do peritônio. Pode ser produzida pela entrada de bactérias através da perfuração de uma víscera (apendicite, colecistite), como complicação de uma cirurgia abdominal, por ferida penetrante no abdome ou, em algumas ocasiões, sem causa aparente. É uma doença grave que pode levar pacientes à morte.
39 Doença inflamatória pélvica: Infecção aguda que compromete o trato genital feminino (ovários, trompas de Falópio, útero). Manifesta-se por dor, febre e descarga purulenta pela vagina.
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