Sete recomendações do INCA para tratamento do câncer de mama no Brasil
O Instituto Nacional de Câncer1 (INCA) anunciou sete recomendações para controle da mortalidade2 do câncer1 de mama3. Estas orientações complementam as lançadas em 2010, as quais são centradas em ações de prevenção, detecção precoce e informação de qualidade. Ambas têm o potencial de reduzir a mortalidade2 decorrente do câncer1 de mama3 no Brasil, além de garantir melhora na qualidade de vida de mulheres com a doença.
O câncer1 de mama3 hoje é o responsável pelo óbito4 de 12 mil mulheres por ano no País. É o tumor5 que mais mata a população feminina em todo o Brasil, com exceção da Região Norte.
As sete recomendações do INCA para o tratamento do câncer1 de mama3 no Brasil são:
1. Toda a mulher com diagnóstico6 de câncer1 de mama3 confirmado deve iniciar seu tratamento o mais breve possível, não ultrapassando o prazo máximo de três meses.
Estudos científicos mostram que atraso superior a três meses entre o diagnóstico6 e o início do tratamento do câncer1 de mama3 compromete a expectativa de vida7 da mulher (sobrevida8).
2. Quando indicado, o tratamento complementar de quimioterapia9 ou hormonioterapia deve ser iniciado no máximo em 60 dias, e o de radioterapia10 no máximo em 120 dias.
O prazo para o início do tratamento complementar é um componente crítico no cuidado do paciente com câncer1 de mama3. Atrasos no início do tratamento complementar aumentam o risco de recorrência11 local da doença e diminuem a sobrevida8. Em algumas situações de tratamento com quimioterapia9, a radioterapia10 pode ocorrer após os 120 dias.
3. Toda mulher com câncer1 mama3 deve ter seu diagnóstico6 complementado com a avaliação do receptor hormonal12.
Os receptores hormonais13 são proteínas14 que se ligam aos hormônios mediando seus efeitos celulares. A avaliação é feita no material da biópsia15 que medirá um percentual dos receptores nas células16 tumorais. A dosagem desses receptores permite identificar as mulheres que irão se beneficiar do tratamento complementar chamado hormonioterapia. A presença de receptores hormonais13 nos tumores de mama3 é alta na população e aumenta com a idade.
4. Toda mulher com câncer1 de mama3 deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar especializada que inclua médicos (cirurgião, oncologista clínico e um radioterapeuta), enfermeiro, psicólogo, nutricionista17, assistente social e fisioterapeuta.
O câncer1 de mama3 é uma doença complexa cujo tratamento requer a cooperação de diferentes profissionais e saberes. A experiência mundial aponta que serviços que oferecem uma abordagem multidisciplinar e multiprofissional têm melhor desempenho no tratamento do câncer1 de mama3.
5. Toda mulher com câncer1 de mama3 deve receber cuidados em um ambiente que acolha suas expectativas e respeite sua autonomia, dignidade e confidencialidade.
Acolher as mulheres em suas necessidades nas diferentes etapas do tratamento, por meio de abordagem humanizada que respeite seus direitos, possibilita um melhor enfrentamento da doença.
6. Todo hospital que trata câncer1 de mama3 deve ter Registro de Câncer1 em atividade.
Os Registros Hospitalares de Câncer1 coletam informações essenciais para acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade do tratamento oferecido à mulher. As informações dos registros subsidiam a implementação de políticas e ações de melhoria contínua na busca de padrões de excelência no tratamento.
7. Toda mulher com câncer1 de mama3 tem direito aos cuidados paliativos18 para o adequado controle dos sintomas19 e suporte social, espiritual e psicológico.
O câncer1 é uma doença que fragiliza seu portador e familiares em diferentes dimensões da vida. O suporte social, espiritual e psicológico para os pacientes e familiares fortalece os sujeitos para o enfrentamento da doença.
Fonte: INCA
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.