Como é a onfalocele e o quê fazer quando ela ocorre?
O que é onfalocele?
Onfalocele é um raro defeito congênito1 da parede abdominal2, em que o intestino, o fígado3 e, ocasionalmente, outros órgãos, ficam fora do abdômen, numa bolsa de peritônio4, devido a um defeito no desenvolvimento dos músculos5 da parede abdominal2.
Quais são as causas da onfalocele?
A onfalocele desenvolve-se ainda quando o feto6 está em crescimento dentro do útero7 da mãe e parece ser causada por má rotação do intestino ao retornar de sua posição originariamente externa para o interior do abdômen, durante o desenvolvimento. Alguns casos de onfalocele são devidos a um distúrbio genético subjacente, tais como a trissomia 13 (síndrome8 de Patau) ou 18 (síndrome8 de Edward). A síndrome8 de Beckwith-Wiedemann também está associada à onfalocele.
Bebês9 que nascem com onfalocele muitas vezes têm outros defeitos de nascimento, incluindo problemas genéticos, anormalidades cromossômicas, hérnia10 diafragmática congênita11 e defeitos cardíacos.
Qual é a fisiopatologia12 da onfalocele?
A bolsa que contém as vísceras é formada a partir do peritônio4 e se sobressai na linha média do abdômen, através do cordão umbilical13. Normalmente, os intestinos14 se projetam para fora do abdômen, no cordão umbilical13, até aproximadamente a décima semana de gravidez15 e, após esse tempo, migram para dentro do abdômen fetal; mas se os músculos5 da parede abdominal2 (anel umbilical) não se fecham adequadamente, o intestino pode ficar fora da parede abdominal2, gerando a onfalocele. A onfalocele pode ser leve, com apenas uma pequena parte dos intestinos14 para fora, ou grave, com a exteriorização da maioria dos órgãos abdominais, como fígado3 e baço16, por exemplo.
Quais são as principais características clínicas da onfalocele?
A onfalocele pode ser nitidamente percebida, porque o conteúdo abdominal fica saliente através do umbigo17. Existem onfaloceles de diferentes tamanhos. Nas pequenas, apenas o intestino permanece fora do corpo, mas nas maiores, o fígado3 ou baço16 podem também estarem fora.
Como o médico diagnostica a onfalocele?
A onfalocele frequentemente é detectada antes do nascimento através de uma ultrassonografia18 fetal detalhada. Caso contrário, ao nascer, um exame físico da criança é suficiente para diagnosticar esta condição. Geralmente não são necessários exames complementares.
Como o médico trata a onfalocele?
As onfaloceles são reparadas com cirurgia, embora nem sempre imediatamente. Uma bolsa sintética é usada para proteger o conteúdo abdominal e permitir que outros eventuais problemas mais graves (como defeitos cardíacos, por exemplo) sejam tratados em primeiro lugar. Essa bolsa é então cosida no lugar e, lentamente, conforme o bebê cresce, seu conteúdo é empurrado para dentro do abdômen. Depois que a onfalocele possa caber confortavelmente dentro da cavidade abdominal19, a bolsa é removida e o abdômen é fechado. Em casos graves, o tratamento cirúrgico é mais difícil porque o abdômen da criança torna-se anormalmente pequeno, uma vez que não teve necessidade de expandir-se para acomodar os órgãos em desenvolvimento e pode acontecer de a onfalocele não poder ser colocada de volta para dentro do abdômen da criança. Então, a pele20 ao redor dela cresce e, eventualmente, cobre toda a onfalocele. Nesses casos, os músculos5 abdominais e a pele20 podem ser reparados mais tarde, com vistas a um melhor resultado estético.
Como evolui a onfalocele?
A onfalocele está associada a uma elevada taxa de mortalidade21 (25%) e a outras malformações22 graves. Cerca de um terço das crianças com onfalocele têm outras anomalias congênitas23. As onfaloceles maiores quase sempre estão associadas a defeitos cardíacos.
Quais são as complicações possíveis da onfalocele?
As possíveis complicações da onfalocele são a morte do tecido24 intestinal e a infecção25 intestinal.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.