Gostou do artigo? Compartilhe!

Coqueluche: definição, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção, complicações possíveis e evolução

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é a coqueluche1?

A coqueluche1 é uma doença infecciosa aguda, altamente contagiosa2, que afeta o sistema respiratório3 e que, em geral, acomete crianças não vacinadas. Uma vez contraída, a enfermidade deixa uma imunidade4 permanente. No Brasil, trata-se de doença de notificação compulsória5.

Embora sejam muito raros os casos atuais de coqueluche1, graças à cobertura vacinal ampla, a doença vem aumentando sua incidência6 no mundo. Na América Latina, os casos da doença praticamente triplicaram em cinco anos. Há alguns anos atrás era praticamente comum a todas as pessoas e afetava crianças que ainda não haviam adquirido imunidade4. A vacina7 chamada tríplice bacteriana inclui a coqueluche1, além do tétano8 e da difteria9.

Quais são as causas da coqueluche1?

Coqueluche1 é causada pela bactéria10 Bordetella pertussis, que afeta a faringe11. As bactérias irritam a garganta12 e dão origem a uma tosse severa. Quando a pessoa espirra, tosse ou sorri as bactérias são lançadas no ar, juntamente com pequenas partículas de saliva ou muco e podem infectar outras pessoas que respiram o ar contendo essas partículas. Os principais fatores de risco são o fim da imunidade4 produzida pela vacina7, com o passar dos anos, e o fato de que as crianças não sejam totalmente imunes até que tenham recebido as três doses da vacina7.

Quais são os principais sinais13 e sintomas14 da coqueluche1?

O tempo de incubação15 da coqueluche1 é de sete a catorze dias. O quadro clínico é marcado por uma severa tosse seca (sem catarro), seguida por uma inspiração16 violenta e ruidosa de ar, como um “grito”. Os sintomas14 iniciais da coqueluche1 são espirros, coriza17 nasal, tosse, lacrimejamento e febre18 baixa. Depois de uns poucos dias, surge uma tosse tão intensa que torna difícil a respiração e vômitos19 após uma crise de tosse. Geralmente, os sintomas14 da coqueluche1 duram de seis a dez semanas.

Como o médico diagnostica a coqueluche1?

Muitas vezes o médico pode diagnosticar a coqueluche1 apenas pelos sintomas14 do paciente, mas pode também solicitar exames como espirometria20, exames de sorologia e radiografia de tórax21. Em alguns casos, exames laboratoriais podem ajudar a determinar a presença da bactéria10 causadora em amostras obtidas da nasofaringe22.

Como o médico trata a coqueluche1?

O tratamento da coqueluche1 pode exigir que o paciente, sobretudo se for uma criança pequena, precise ser hospitalizado e necessite da administração de fluidos intravenosos. Crianças maiores e adultos podem ser tratados em casa. A bactéria10 causadora da coqueluche1 pode ser combatida com antibióticos. As medicações antitussígenas infelizmente não apresentam resultados significativos.

Como prevenir a coqueluche1?

A melhor maneira de prevenir a coqueluche1 é a vacina7, embora ela não confira uma imunidade4 definitiva. Por isso é muito importante que as mulheres grávidas e outras pessoas que entrarão em contato com uma criança que está por nascer sejam vacinadas, assim como a criança. A vacina7 deve ser aplicada aos dois, quatro e seis meses de idade, com doses de reforço aos quinze meses e aos cinco anos. A pessoa contaminada deve ser mantida em quarentena, como forma de evitar a propagação da doença.

Como evolui a coqueluche1?

Na maioria das vezes, a coqueluche1 evolui para a cura completa, sem sequelas23. Mortes por coqueluche1 são raras, mas podem acontecer principalmente em bebês24 e crianças pequenas.

Quais são as complicações possíveis da coqueluche1?

As tosses mais intensas podem resultar em danos às costelas25, hérnias26 abdominais e rompimento de vasos sanguíneos27. Nas crianças com menos de seis meses de idade pode ocorrer infecções28 de ouvido, pneumonia29, parada respiratória, desidratação30, convulsões e lesões31 cerebrais.

ABCMED, 2014. Coqueluche: definição, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção, complicações possíveis e evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-crianca/588817/coqueluche-definicao-causas-sinais-e-sintomas-diagnostico-tratamento-prevencao-complicacoes-possiveis-e-evolucao.htm>. Acesso em: 10 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Coqueluche: Infecção bacteriana das vias aéreas caracterizada por tosse repetitiva de som metálico. Pode também ser denominada tosse ferina, tosse convulsa ou tosse comprida, e é produzida por um microorganismo chamado Bordetella pertussis.
2 Contagiosa: 1. Que é transmitida por contato ou contágio. 2. Que constitui veículo para o contágio. 3. Que se transmite pela intensidade, pela influência, etc.; contagiante.
3 Sistema Respiratório: Órgãos e estruturas tubulares e cavernosas, por meio das quais a ventilação pulmonar e as trocas gasosas entre o ar externo e o sangue são realizadas.
4 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
5 Notificação compulsória: Doenças de Notificação Compulsória são aquelas que devem ser obrigatoriamente notificadas quando identificadas em uma pessoa, ou seja, elas são comunicadas às secretarias de saúde, para que se possa ter controle e evitar o aumento dos casos. Algumas doenças de Notificação Compulsória são: AIDS, dengue, hepatites virais, rubéola, sarampo, febre Amarela, raiva, meningite e cólera.
6 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
7 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
8 Tétano: Toxinfecção produzida por uma bactéria chamada Clostridium tetani. Esta, ao infectar uma ferida cutânea, produz uma toxina (tetanospasmina) altamente nociva para o sistema nervoso que produz espasmos e paralisia dos nervos afetados. Pode ser fatal. Existe vacina contra o tétano (antitetânica) que deve ser tomada sempre que acontecer um traumatismo em que se suspeita da contaminação por esta bactéria. Se a contaminação for confirmada, ou se a pessoa nunca recebeu uma dose da vacina anteriormente, pode ser necessário administrar anticorpos exógenos (de soro de cavalo) contra esta toxina.
9 Difteria: Doença infecto-contagiosa que afeta as vias respiratórias superiores, caracterizada pela produção de uma falsa membrana na garganta como resultado da ação de uma toxina bacteriana. Este microorganismo é denominado Corinebacterium difteriae, e é capaz de produzir doença neurológica e cardíaca também.Atualmente, está disponível uma vacina eficiente (a tríplice ou DPT) para esta doença, que tem tornado-se rara.
10 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
11 Faringe: Canal músculo-membranoso comum aos sistemas digestivo e respiratório. Comunica-se com a boca e com as fossas nasais. É dividida em três partes: faringe superior (nasofaringe ou rinofaringe), faringe bucal (orofaringe) e faringe inferior (hipofaringe, laringofaringe ou faringe esofagiana), sendo um órgão indispensável para a circulação do ar e dos alimentos.
12 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
13 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
14 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
15 Incubação: 1. Ato ou processo de chocar ovos, natural ou artificialmente. 2. Processo de laboratório, por meio do qual se cultivam microrganismos com o fim de estudar ou facilitar o seu desenvolvimento. 3. Em infectologia, é o período que vai da penetração do agente infeccioso no organismo até o aparecimento dos primeiros sinais da doença.
16 Inspiração: 1. Ato ou efeito de inspirar(-se). 2. Entrada de ar nos pulmões através das vias respiratórias. 3. Conselho, sugestão, influência. 4. No sentido figurado, significa criatividade, entusiasmo. Pessoa ou coisa que inspira, estimula a capacidade criativa. 5. Ideia súbita e espontânea, geralmente brilhante e/ou oportuna.
17 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
18 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
19 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
20 Espirometria: Exame que permite aferir o fluxo de ar nas vias aéreas ou brônquios, comparando os resultados com os obtidos por pessoas saudáveis com a mesma idade e altura. Serve para a investigação de sintomas respiratórios; diagnóstico e avaliação de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou bronquite causada pelo cigarro; incapacidade funcional; avaliação pós-operatória e avaliação e diagnóstico de doenças respiratórias relacionadas ao trabalho. O exame têm duração média de 30 minutos.
21 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
22 Nasofaringe: Nasofaringe ou cavum é a parte superior da faringe, localizada logo atrás do nariz e acima do palato mole. Nesta área, drenam as trompas de Eustáquio, comunicação entre o ouvido médio e a faringe, com a função de ventilar adequadamente as orelhas.
23 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
24 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
25 Costelas:
26 Hérnias: É uma massa circunscrita formada por um órgão (ou parte de um órgão) que sai por um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Por extensão de sentido, excrescência, saliência.
27 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
28 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
29 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
30 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
31 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.