Sarampo: altamente contagioso, mas tem prevenção!
O que é sarampo1?
O sarampo1 é uma doença infecciosa, imunoprevenível, causada pelo vírus2 paramyxovírus. Trata-se de uma infecção3 grave e altamente contagiosa4, que afeta principalmente crianças ainda não contagiadas, já que, uma vez tendo ocorrido, a doença deixa uma imunidade5 definitiva.
A difusão do vírus2 no sangue6 ocasiona uma vasculite7 generalizada que gera várias manifestações clínicas, perda de eletrólitos8 e proteínas9. O homem é o único reservatório do vírus2. Em países subdesenvolvidos que ainda não praticam a vacinação, o sarampo1 é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade, sobretudo as subnutridas. Com o advento da vacinação, o sarampo1 tornou-se raro nos países que a praticam regularmente, mas ainda há grandes epidemias com muitas mortes em lugares onde ela não é realizada.
Como o sarampo1 é transmitido?
O sarampo1 é transmitido de pessoa a pessoa, através de gotículas de saliva e secreções expelidas pelo nariz10 ou garganta11 das pessoas infectadas, pelos atos de falar, respirar, tossir ou espirrar. Ou seja, é uma doença de transmissão respiratória. Essa transmissão fica muito facilitada em ambientes fechados ou de grandes aglomerações como creches, escolas e clínicas. Geralmente decorrem 8 a 12 dias entre o contágio12 e o aparecimento dos primeiros sintomas13.
O risco de transmissão do sarampo1 é maior entre o início e o quarto dia do período de aparecimento do exantema14 cutâneo15 (manchas avermelhadas na pele16).
A incidência17 da doença é influenciada pelas condições socioeconômicas, estado nutricional e estado imunitário do paciente.
Quais são os sintomas13 do sarampo1?
- Febre18 alta, acima de 38,5°C. A persistência de febre18 alta além de três dias após o exantema14 maculopapular19 (erupção20 avermelhada na pele16) sugere complicações graves.
- Mal estar geral.
- Tosse seca persistente.
- Coriza21.
- Olhos22 vermelhos ou conjuntivite23.
- Aumento dos gânglios linfáticos24 do pescoço25.
- Manchas brancas na parte interna da boca26, próximas aos dentes molares, que precedem a erupção20 da pele16. Estas manchas são conhecidas como manchas de Koplik e são características da doença.
- Cerca de três dias após o aparecimento das manchas de Koplik, surge a erupção20 cutânea27. Esta erupção20 é do tipo maculo-papulosa, inicia-se na face28, progride em direção aos pés (progressão cefalo-caudal) e dura cerca de cinco ou seis dias. É o chamado período exantemático do sarampo1.
- No final da doença surge uma descamação29 fina na pele16, a tosse e a febre18 diminuem sensivelmente.
Como o médico faz o diagnóstico30 do sarampo1?
O diagnóstico30 clínico é feito através dos sinais31 e sintomas13 e deve ser avaliado o diagnóstico30 diferencial com a rubéola32, dengue33 e outras viroses.
O diagnóstico30 laboratorial deve ser realizado mediante as diversas técnicas de detecção de anticorpos34 no sangue6. O vírus2 do sarampo1 pode ser identificado na urina35, nas secreções nasofaríngeas, no sangue6, no líquor36 ou em tecidos do corpo.
O sarampo1 é uma doença de notificação compulsória37, ou seja, deve ser comunicado às autoridades sanitárias por profissionais de saúde38 ou por qualquer cidadão para que sejam tomadas as providências cabíveis para controle e prevenção de novos casos.
Como o médico trata o sarampo1?
Não há uma terapêutica39 específica para o sarampo1, mas em geral mesmo sem tratamento as pessoas se recuperam dentro de 2 a 3 semanas. Durante a doença, devem ser adotados cuidados gerais sintomáticos como diminuir a hipertermia, manter padrões normais de nutrição40, hidratação e repouso.
A Organização Mundial da Saúde38 recomenda a administração de vitamina41 A para prevenir o agravamento do quadro clínico. O sarampo1, no entanto, pode causar complicações sérias em pessoas desnutridas ou com imunidade5 reduzida. Essas complicações podem incluir dores de cabeça42, cegueira, diarreia43 grave, pneumonia44, otite média45, meningite46 e encefalite47.
O tratamento preventivo48 com antibióticos é contraindicado porque não afeta o vírus2 e pode destruir a flora bacteriana normal do organismo. Só deve ser utilizado em casos de infecções49 bacterianas comprovadas. Uma vez contraída a doença, o sarampo1 confere imunidade5 para toda a vida.
Existe prevenção?
O sarampo1 pode ser prevenido por meio de vacina50 e evitando-se o contato com pessoas contaminadas. Durante os primeiros nove a doze meses de vida, o bebê está protegido pelos anticorpos34 da mãe que tenha tido a doença ou que tenha recebido a vacina50 previamente. No Brasil, o Ministério da Saúde38 inicia a vacinação aos doze meses de idade.
O sarampo1 pode ser passado de mãe para filho durante a gestação, causando graves complicações ao feto51.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.