Hipospádia: o que é? Como é feita a correção?
O que é hipospádia1?
A hipospádia1 é um defeito congênito2, portanto já presente no momento do nascimento, e constitui a mais frequente anomalia da genitália3 externa masculina, com uma incidência4 de 3 a 5 casos para 1.000 nascimentos. Clinicamente, ela é caracterizada por um desenvolvimento incompleto da uretra5 (tubo pelo qual a urina6 sai do corpo), com disposição do meato uretral7 (abertura da uretra5) na face8 inferior do pênis9 (face8 ventral) e não na extremidade da glande.
Considera-se forma grave de hipospádia1 quanto mais proximal10 for a exteriorização da uretra5 e forma leve quanto mais distal11. A presença de prepúcio12 exuberante e redundante apenas na face8 dorsal é, muitas vezes, o único sinal13 percebido pelos pais da criança.
Quais são as causas da hipospádia1?
Às vezes a hipospádia1 é genética, mas o ambiente também pode desempenhar um papel na sua causa. Na maioria dos casos, a causa exata da hipospádia1 é desconhecida. No entanto, sabe-se de alguns fatores que podem estar associados a essa condição: história familiar positiva para hipospádias, certas variações genéticas que podem desempenhar um papel na ruptura dos hormônios que estimulam a formação dos genitais masculinos14, idade materna acima de 35 anos e exposição a certas substâncias durante a gravidez15.
Qual é o mecanismo fisiológico16 da hipospádia1?
A hipospádia1 está presente desde o nascimento (congênita17). À medida que o pênis9 se desenvolve em um feto18 masculino, certos hormônios estimulam a formação da uretra5 e do prepúcio12. As hipospádias se desenvolvem quando um mau funcionamento ocorre na ação desses hormônios, fazendo com que a uretra5 se desenvolva de forma anormal.
Quais são as principais características clínicas da hipospádia1?
Na maioria dos casos, a abertura da uretra5 está localizada na parte inferior da cabeça19 do pênis9, em vez de estar na ponta dele. Menos frequentemente, a abertura está no meio do pênis9 e, mais raramente ainda, dentro ou abaixo do escroto20. Os sinais21 e sintomas22 de hipospádias podem incluir também curva para baixo do pênis9, aparência de capuz do pênis9, em que só a metade superior dele é coberta por prepúcio12 e pulverização anormal da urina6 durante a micção23.
É importante lembrar que é comum observar outras anomalias do trato urogenital24 associadas à hipospádia1, por exemplo, alterações do descenso testicular e cisto de utrículo.
Como o médico diagnostica a hipospádia1?
O exame físico do recém-nascido, feito pelo pediatra ainda na sala de parto, pode diagnosticar a hipospádia1. Em seguida, o pediatra provavelmente encaminhará o bebê para um cirurgião pediátrico especializado, para uma avaliação mais aprofundada.
Como o médico trata a hipospádia1?
O tratamento da hipospádia1 na maioria das vezes envolve cirurgia para reposicionar a abertura uretral7 e, se necessário, endireitar o eixo do pênis9. No entanto, algumas formas de hipospádia1 são muito pequenas e não necessitam de um procedimento cirúrgico. Na maioria das vezes, as hipospádias podem ser corrigidas em uma única cirurgia, feita em ambulatório, mas algumas formas requerem mais de uma cirurgia.
Sabe-se que o pênis9 cresce muito pouco entre o segundo e quinto ano de idade. Desta forma, a maioria dos cirurgiões acredita ser sensato indicar a correção cirúrgica entre o segundo e terceiro anos de vida, dessa forma, caso uma reoperação se faça necessária após nove meses do primeiro procedimento, o tratamento terá sido completado antes do início da atividade escolar da criança. Isso ajuda a evitar efeitos psicológicos negativos no desenvolvimento da criança portadora desta anomalia.
É importante evitar a separação mãe-filho durante o tratamento cirúrgico, devendo esta participar de todas as fases do tratamento. A conduta cirúrgica na hipospádia1 visa à correção estética e funcional da genitália masculina25.
O tratamento tópico26 do pênis9 com pomada de testosterona a 1%, por seis semanas antes da cirurgia, facilita o procedimento de reconstrução pois melhora a pele27 no local operatório facilitando a uretroplastia, especialmente nos casos de genitália3 muito pequena.
Como evolui a hipospádia1?
Na maioria dos casos, a cirurgia é altamente bem sucedida e o pênis9 se torna normal. Ocasionalmente, uma fístula28 se desenvolve no pênis9 e resulta em vazamento de urina6. Raramente, há um problema com a cicatrização de feridas ou cicatrizes29, as quais podem exigir uma cirurgia adicional. Com o tratamento bem sucedido, a maioria dos homens pode ter as funções de micção23 e de reprodução30 normais.
Saiba mais sobre "Fístulas31" e "Cicatrização e cicatrizes29".
Quais são as complicações possíveis da hipospádia1?
Se não for convenientemente tratada, a hipospádia1 pode resultar em aparência anormal do pênis9, problemas ao usar o banheiro para urinar, curvatura anormal do pênis9 em ereção32 e problemas com a ejaculação33.
Veja também sobre "Fimose34", "Balanite", "Doenças do pênis9" e "Pré-natal".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.