Halitose ou mau hálito. Você conhece alguém que tem e não sabe?
O que é halitose1?
Halitose1, popularmente conhecida como mau hálito, além de desagradável, pode causar prejuízos à autoestima, às relações interpessoais e algumas vezes ser um sinal2 de que algo anda errado com o organismo. O alerta é da Associação Brasileira de Halitose1 (ABHA).
O que causa o mau hálito?
Várias alterações podem causar a halitose1 (mau hálito), tais como:
- Jejum prolongado.
- Dietas para emagrecimento.
- Problemas de saúde3 como diabetes4, intolerância à lactose5 e outras situações ainda mais graves como o câncer6, as doenças autoimunes7, os distúrbios renais e hepáticos, etc.
- Descamação8 da mucosa9 bucal.
- Acúmulo de saburra lingual10 (língua11 branca).
- Presença de cáseos nas amígdalas12 (formações de pontos brancos nas amígdalas12, decorrentes do acúmulo de restos alimentares em suas criptas).
- Alterações salivares, neste caso, saliva viscosa ou em pequena quantidade, que pode trazer a sensação de boca13 seca.
Por isso, é importante avisar quem está com mau hálito, para que a pessoa possa acompanhar de perto sua saúde3, buscando diagnóstico14 precoce e tratamento adequado, de modo a evitar que certas condições piorem.
Como posso avisar um amigo que tem halitose1 sem que isso seja uma situação constrangedora?
A ABHA mantém em seu site várias informações sobre o tema, indicações de cirurgiões dentistas de todo o Brasil habilitados para tratar a halitose1, além do serviço gratuito “SOS Mau Hálito“. Este serviço encaminha um email ou carta, de forma anônima, para avisar quem está com mau hálito sobre o problema. Assim, a identidade da pessoa que solicitou o alerta é mantida em sigilo.
De acordo com a ABHA, quem tem mau hálito muitas vezes não percebe a alteração, pois quando ficamos expostos a um mesmo cheiro por algum tempo, ocorre um fenômeno fisiológico15 denominado “ fadiga16 olfatória”, ou seja, o nariz17 acostuma-se com o odor e deixa de notá-lo. Daí a importância de um aviso vir de uma segunda pessoa ou de um serviço como o “SOS Mau Hálito”.
Qual profissional devo consultar se tenho halitose1?
Segundo a associação, o cirurgião-dentista deveria ser o primeiro profissional a ser consultado nos casos de hálito alterado, pois, cerca de 90% de suas causas estão na boca13, de acordo com várias pesquisas.
A higiene inadequada dos dentes contribui para o problema, mas diferente do que muitos pensam, não é o principal vilão. Há outras alterações na boca13 que, apesar de frequentemente não serem avaliadas pela maioria dos profissionais, induzem à formação do mau hálito, como as citadas acima em "O que causa o mau hálito?".
A halitose1 está presente em muitas pessoas?
Cerca de 30% da população brasileira é acometida ocasionalmente ou de forma crônica pelo mau hálito, ou seja, aproximadamente 57 milhões de pessoas. Felizmente, apenas uma pequena parcela desse contingente tem um problema de saúde3 mais grave por trás do mau hálito, mas é sempre importante averiguar.
Além disso, à medida que envelhecem, as pessoas vão ficando mais suscetíveis ao mau hálito. Estudos apontam que a incidência18 de halitose1 na população brasileira é de 17% na faixa etária de zero a 12 anos, 41% de 12 a 65 anos, e 71% acima dos 65 anos de idade, devido à redução da função das glândulas salivares19, causada principalmente pelo uso continuado de uma grande quantidade de medicamentos que reduzem a salivação e pelo hábito comum nessa faixa etária de baixa ingestão de líquidos.
Vale lembrar que os líquidos são a matéria-prima principal para a formação de saliva em boa quantidade e de qualidade, mantendo o hálito mais agradável.
Obs.: este texto foi elaborado com o apoio de Marcos Moura, presidente da ABHA, e de Maria Cecília Aguiar, vice-presidente da ABHA.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.