Psiquiatra, psicólogo ou psicanalista?
Quais as diferenças entre o psiquiatra, o psicólogo e o psicanalista?
Todos os três são profissionais da área de saúde1 mental. Por isso, é compreensível que o leigo tenha certa dificuldade de diferenciar entre eles e procure saber o que os distingue. Na prática, essa necessidade se torna mais patente quando uma pessoa necessita de uma assistência "PSI" para si ou para alguma pessoa da família e não tem clareza sobre qual profissional procurar.
Embora todos estes profissionais trabalhem no campo da saúde1 mental, diferenças importantes podem ser identificadas entre eles. As diferenças se referem à formação profissional, ao modo de compreender o comportamento humano e, consequentemente, aos métodos de intervenção.
O psiquiatra é um médico com especialização em Psiquiatria. Isto é, depois de cursar uma faculdade de medicina, faz residência em instituições de saúde1 mental, clínicas e hospitais psiquiátricos estudando, especialmente, as doenças mentais e outros comportamentos que fogem à “normalidade”. Desta forma, o médico psiquiatra está mais bem preparado para lidar com as doenças mentais, sobremaneira aquelas que tenham uma base orgânica conhecida ou suposta.
Seus diagnósticos são, na maior parte das vezes, eminentemente2 clínicos e baseados em manuais como CID 10 (10ª Versão do Código Internacional de Doenças da OMS) e DSM-V (5ª Versão do Manual Diagnóstico3 e Estatístico, americano). Os tratamentos desenvolvidos por eles são principalmente medicamentosos, com antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos e outros psicofármacos. Alguns psiquiatras, no entanto, sentem-se no direito de abordar problemas eminentemente2 psicológicos, embaralhando ainda mais a definição de seu campo específico.
Somente alguns poucos psiquiatras têm treinamento específico em psicoterapia, embora muitos dizem fazê-la, praticando, muitas vezes, um processo amadorístico. Contudo, muitas situações psicológicas pontuais que nem sempre requerem uma psicoterapia, como crises de ansiedade ou depressões reativas, por exemplo, podem se beneficiar de uma terapêutica4 medicamentosa e podem ser conduzidos com êxito pelo psiquiatra.
O psicólogo é um profissional que concluiu a graduação em uma faculdade de Psicologia e depois se especializa numa das diversas áreas possíveis: clínica, organizacional, educacional, esportiva e outras. Alguns psicólogos atuam em pesquisas em universidades sobre o comportamento humano.
A confusão com o psiquiatra se dá com os psicólogos clínicos. Para atuar na área clínica, o psicólogo geralmente se especializa em questões psicológicas e em técnicas e meios para analisar e intervir nelas, principalmente a psicoterapia. No Brasil, o psicólogo é privado de receitar medicamentos. Assim, ele usa a mediação verbal para conduzir seu cliente a se tornar mais consciente das coisas do seu dia-a-dia e busca proporcionar a ele a aprendizagem de meios mais saudáveis para lidar com as suas dificuldades.
O psicólogo que trabalha com psicologia clínica é também chamado de psicoterapeuta.
Leia mais sobre "Psicoterapia" e "Testes de personalidade".
O psicanalista é um profissional de nível superior, geralmente médico ou psicólogo, que faz, posteriormente, um curso numa instituição psicanalítica e submete-se à Psicanálise. Esse processo é geralmente chamado “formação psicanalítica” e se dá numa instituição profissional para-legal.
Ele atende pessoas com demandas por vezes análogas àquelas apresentadas ao psicólogo ou ao psiquiatra, mas que desejam uma reforma mais ampla de sua personalidade. A Psicanálise tanto é uma teoria psicológica quanto um método de tratamento, introduzidos por Sigmund Freud e posteriormente modificado por outros, como Lacan, por exemplo. Embora muito difundida, a Psicanálise não tem status científico e sua eficácia muitas vezes é questionável quanto ao equilíbrio custo-benefício, já que trata-se de um processo complexo e longo, podendo não apresentar melhoras significativas.
É comum haver combinação de psicofármacos e psicoterapia como meio de intervenção em certos transtornos mentais. Assim, pode acontecer que o psiquiatra faça o encaminhamento para o psicólogo clínico e, num sentido inverso, que o psicólogo indique ao paciente procurar também um psiquiatra que receite medicamentos.
Veja também sobre "Depressão", "Transtorno bipolar do humor", "Ansiedade", "Transtorno do pânico" e "Fobias5".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.