Síndrome de Cotard
O que é síndrome1 de Cotard?
A síndrome1 de Cotard, também chamada delírio2 de Cotard, síndrome1 do cadáver ambulante, delírio2 niilista ou delírio2 de negação, é uma condição mental rara em que a pessoa alega não possuir certos órgãos como, por exemplo, os intestinos3 ou os pulmões4 ou que eles estão em decomposição. Ou mesmo que ela própria como pessoa está morta e não existe, crença que pode se estender a seus familiares, amigos ou ao mundo que a rodeia.
O neurologista5 francês Jules Cotard identificou o primeiro caso em 1880. Em 1882 ele descreveu o quadro como "Delírio2 de Negação". Em 1893, Emil Régis conferiu ao distúrbio o nome de Síndrome1 de Cotard.
Quais são as causas da síndrome1 de Cotard?
A síndrome1 de Cotard é uma condição psiquiátrica que pode ocorrer durante as psicoses, sobretudo nos quadros depressivos da Psicose6 Maníaco-Depressiva (atualmente chamada Desordem Bipolar) ou na Esquizofrenia7 e, portanto, parece ser de natureza psicológica.
No entanto, há a hipótese de que essa realidade distorcida seja causada por um mau funcionamento em uma área do cérebro8 chamada giro fusiforme e também na amígdala9 (um conjunto de neurônios10 em forma de amêndoa que processa suas emoções). Pode também associar-se à síndrome1 de Capgras (distúrbio psíquico no qual uma pessoa crê, delirantemente, que um membro familiar próximo, foi substituído por um impostor idêntico).
Saiba mais sobre "Psicoses", "Transtorno bipolar", "Esquizofrenia7" e "Síndrome1 de Capgras".
Quais são as principais características clínicas da síndrome1 de Cotard?
A síndrome1 de Cotard é um tipo de delírio2 que geralmente é associado à negação de partes de si mesmo ou da auto-existência como um todo. A pessoa que experimenta esse delírio2 pode acreditar que esteja morta, morrendo ou que partes do corpo não existem e que não precisa exercer atividades tidas como vitais, como beber, comer, higiene básica, etc.
Qualquer evidência para sustentar o fato de que ela está viva (como o fato de estar caminhando, falando, respirando, etc.) é "explicada" por essa pessoa de forma contrária, para sustentar sua crença. As pessoas com essa condição negligenciam sua saúde11 física e higiene pessoal.
Esse quadro clínico era mais frequentemente visto em psicoses graves e de evolução sem tratamentos eficazes. Atualmente, que medicações eficazes controlam as psicoses e interrompem seu curso desde o início, ele se torna cada vez mais raro.
Como o médico diagnostica a síndrome1 de Cotard?
O diagnóstico12 da síndrome1 de Cotard é eminentemente13 clínico e dependente dos relatos dos pacientes e das pessoas que lhes são próximas. Além da síndrome1 em si, é mandatório reconhecer a enfermidade psiquiátrica em que ela se acha inserida. Associados a ela existem outros sintomas14 psiquiátricos devidos à enfermidade de base.
Como o médico trata a síndrome1 de Cotard?
Não há cura específica para a síndrome1 de Cotard, mas a enfermidade de base, na qual ela está inserida, pode ser controlada com medicação. O tratamento pode envolver medicamentos antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores do humor.
Leia sobre "Antidepressivos", "Antipsicóticos" e "Alucinações15".
Como evolui a síndrome1 de Cotard?
A síndrome1 de Cotard costuma ter três etapas. Na primeira etapa, de germinação16, os pacientes sofrem crises de depressão psicótica e sintomas14 hipocondríacos. Na segunda, de florescimento, há o desenvolvimento completo e explosivo dos delírios de negação. E na terceira, crônica, persistem delírios graves e depressão crônica.
Veja também sobre "Depressão", "Depressão psicótica" e "Hipocondria".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.