Síndrome da permeabilidade intestinal
O que é a síndrome1 da permeabilidade2 intestinal?
O intestino é permeável a certas moléculas que provêm da alimentação e barra outras. Nisso consiste, em grande parte, a chamada absorção intestinal normal. As moléculas absorvidas pelo intestino, depois de passarem por outros processos orgânicos, caem na corrente sanguínea para realizar suas funções específicas. Quando essa permeabilidade2 se altera, temos a síndrome1 de permeabilidade2 intestinal, chamada também de intestino gotejante (“leak gut syndrome”, em inglês) ou síndrome1 do intestino permeável e isso tem diversas repercussões sistêmicas.
Toxinas3, micróbios, partículas de comida não-digeridas e outras caem na corrente sanguínea e o sistema imune4 marca estes "invasores" como patógenos e os ataca, gerando várias consequências. Alguns cientistas negam importância a esta síndrome1, outros atribuem a ela um grande significado clínico.
Essa é uma condição hipotética, mais que uma condição clinicamente reconhecida. A existência dela é afirmada principalmente por nutricionistas e profissionais de medicina alternativa. Os defensores afirmam que ela resulta em várias doenças, incluindo síndrome1 da fadiga5 crônica, artrite reumatoide6, lúpus7, enxaquecas8, esclerose múltipla9 e autismo. No entanto, há poucas evidências para apoiar a hipótese de que a síndrome1 do intestino permeável cause diretamente essa ampla gama de doenças.
Saiba mais sobre "Síndrome1 da fadiga5 crônica", "Artrite reumatoide6", "Lúpus7", "Enxaquecas8", "Esclerose múltipla9" e "Autismo".
Quais são as causas da síndrome1 da permeabilidade2 intestinal?
Os principais culpados pelos sintomas10 da síndrome1 de permeabilidade2 intestinal são alimentos, infecções11 e toxinas3. O glúten12 é a causa número um. Outros alimentos inflamatórios como laticínios ou alimentos tóxicos, como açúcar13 e álcool em excesso, são suspeitos também. As causas infecciosas mais comuns são infecção14 por cândida, parasitas intestinais e aumento excessivo das bactérias do intestino delgado15.
Quais são as principais características clínicas da síndrome1 de permeabilidade2 intestinal?
Da síndrome1 de permeabilidade2 intestinal decorrem:
- Dificuldades digestivas, que se manifestam por distensão abdominal, aumento de gases, estômago16 “pesado”, etc. devido à alteração da flora intestinal e à má digestão17 dos alimentos.
- Alergias sazonais, devido ao descontrole imunológico que deixa de produzir os anticorpos18 necessários para combater os antígenos19 que penetram no organismo.
- Maior incidência20 de enfermidades inflamatórias como artrite reumatoide6, tireoidite de Hashimoto e outras do gênero.
- Distúrbios hormonais diversos, que resultam em tensão pré-menstrual, ovários21 policísticos, etc.
- Erupções cutâneas22.
- Alteração da produção de serotonina, com a ocorrência de ansiedade e depressão.
- Intolerâncias alimentares, sobretudo à lactose23 e ao glúten12.
- Halitose24, tanto devido ao desequilíbrio bacteriano como à má digestão17 dos alimentos.
Leia sobre "Ovários21 policísticos, "Tensão Pré-menstrual", "Tireoidite de Hashimoto" e "Depressão"
Como o médico diagnostica a síndrome1 de permeabilidade2 intestinal?
Os métodos clássicos para avaliar a permeabilidade2 intestinal baseiam-se em dar ao doente, por via oral, determinadas substâncias marcadoras, de diferentes tamanhos moleculares, que não são metabolizadas e servem para avaliar, ao fim de algum tempo, a percentagem da sua eliminação urinária, que será o reflexo da sua absorção intestinal.
As substâncias utilizadas como marcadores têm que ser hidrossolúveis, não tóxicas e não metabolizáveis pelo organismo. Deverão, por outro lado, ser moléculas de tamanho molecular pequeno, equivalentes às moléculas de monossacarídeos, aminoácidos, ácidos gordurosos, etc. ou de tamanhos um pouco maior equivalentes aos dissacarídeos25 e peptídeos pequenos.
Normalmente, a prova de sobrecarga oral é feita com manitol (moléculas pequenas) e lactulose (moléculas grandes), com coleta da urina26 nas seis horas seguintes e quantificação cromatográfica da percentagem eliminada das substâncias ingeridas. O manitol deve ser absorvido entre 5 e 30%, enquanto que a lactulose não deve ultrapassar 0,5%.
Como tratar a síndrome1 de permeabilidade2 intestinal?
Os partidários da síndrome1 advogam vários tratamentos para ela, como suplementos dietéticos, probióticos27 (bactérias benéficas que podem melhorar a saúde28), ervas, alimentos isentos de glúten12 e dietas de baixo teor de açúcar13 ou antifúngicas. Contudo, há poucas evidências de que os tratamentos oferecidos sejam realmente benéficos.
Veja também sobre "Intolerância ao glúten12", "Ansiedade" e "Halitose24".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.