Mesotelioma: conceito, causas, características clínicas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é mesotelioma?
O mesotelioma é um tipo raro de tumor1 que ocorre nas camadas médias da pleura2, do pericárdio3, do peritônio4 e da túnica vaginal do testículo5. Esse tumor1 pode ser benigno ou maligno, mas o tipo benigno é muito raro e não parece ter a mesma origem do tumor1 maligno. Por isso, quando se fala simplesmente em mesotelioma refere-se ao tumor1 maligno.
Quais são as causas do mesotelioma?
O mesotelioma maligno é uma doença multifatorial, dependente de fatores genéticos e externos como, por exemplo, a exposição ao asbesto (80% dos casos) ou a outras substâncias químicas, com um período de latência6 de 20 a 50 anos entre a exposição e o aparecimento da doença. Esta doença geralmente se desenvolve em pessoas que trabalharam em atividades nas quais foram expostas à poeira e a fibras de asbesto. O ato de lavar as roupas de uma pessoa que tenha trabalhado com asbesto também pode colocar uma pessoa em risco de desenvolver mesotelioma.
Qual é a fisiopatologia7 do mesotelioma?
O mesotélio8 é um revestimento protetor que cobre a maioria dos órgãos internos do corpo, como a pleura2, que é o revestimento dos pulmões9 e da parede torácica10 interna, o peritônio4 que recobre o coração11, o peritônio4 que reveste a cavidade abdominal12 e a túnica vaginal que reveste o escroto13. Desses, a pleura2 é o local de acometimento mais comum (cerca de 75% dos casos), seguidos dos tumores do peritônio4 (cerca de 25%). Os tumores do pericárdio3 e da túnica vaginal são extremamente raros.
Quais são as principais características clínicas do mesotelioma?
O mesotelioma é mais comum em homens que em mulheres. Os sintomas14 do mesotelioma dependem de sua localização e intensidade. O mesotelioma pleural, por exemplo, a forma mais frequente da doença, inclui como sinais15 e sintomas14 a falta de ar, derrame16 pleural (fluido entre o pulmão17 e a parede torácica10) ou dor na parede torácica10 e perda de peso. Os pacientes acometidos pelo mesotelioma peritoneal apresentam, primeiramente, dores abdominais e perda repentina de peso. De um modo geral, os sintomas14 do mesotelioma maligno podem incluir tosse persistente, náuseas18 e vômitos19 frequentes, febre20 constante abaixo de 38°C, alteração do trânsito intestinal e emagrecimento repentino, sem razão aparente. Esses sintomas14 do mesotelioma maligno são mais frequentes na fase mais avançada da doença, podendo variar de acordo com os órgãos afetados.
Como o médico diagnostica o mesotelioma?
O diagnóstico21 do mesotelioma pleural, a forma mais comum da doença, pode ser suspeitado pelos seus sintomas14, por uma radiografia e uma tomografia computadorizada22, que são capazes de mostrar a localização e a dimensão do tumor1, assim como possíveis metástases23. O diagnóstico21 pode ser confirmado através de uma biópsia24 do tecido25 do revestimento orgânico feita por meio de uma toracoscopia (inserção no tórax26 de um tubo com uma câmera). Ela também permite a introdução de substâncias para obliterar o espaço pleural, o que previne que mais fluido se acumule, pressionando o pulmão17. Através da punção é possível coletar o líquido presente na pleura2 para a realização de um exame laboratorial. Na maior parte dos casos, o diagnóstico21 desta enfermidade só é feito após a ocorrência de metástases23, impossibilitando, deste modo, a remoção cirúrgica do tumor1.
Como o médico trata o mesotelioma?
O tratamento do mesotelioma maligno normalmente é feito com cirurgia para remover o máximo de tecido25 afetado, complementada com quimioterapia27 e radioterapia28 para eliminar as células29 tumorais restantes.
Como evolui o mesotelioma?
Normalmente, o mesotelioma maligno cresce numa das membranas de revestimento, mas rapidamente pode afetar outros órgãos, provocando câncer30 nos pulmões9 ou estômago31, por exemplo. Apesar do tratamento com quimioterápicos, radioterapia28 e, às vezes, cirurgia, a doença possui um mau prognóstico32. A maioria dos mesoteliomas é diagnosticada em fases muito avançadas, dificultando o tratamento e diminuindo as chances de sobrevivência33 para menos de doze meses.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.