Braquicefalia ou cabeça achatada: tem como evitar?
O que é braquicefalia1?
Braquicefalia1 ou braquiocefalia2 (do grego, respectivamente, "pequeno" e "cabeça3") descreve um crânio4 de forma mais curta que o normal para a espécie. Nos seres humanos, a condição é conhecida popularmente como síndrome5 de cabeça3 chata, porque se manifesta por uma cabeça3 achatada em bebês6, quando eles ainda têm poucos meses de vida.
Quais são as causas da braquicefalia1?
A braquicefalia1 resulta da fusão prematura das suturas7 coronais (fontanelas8) ou de deformação externa (plagiocefalia9), que geralmente acontece naqueles bebês6 que são postos a dormir de costas10, no sentido de evitar as mortes súbitas no berço. A braquicefalia1 é uma deformação craniana congênita11 ou adquirida posteriormente ao nascimento. A causa da existência dessa deformação é desconhecida, mas ela pode resultar de uma postura prolongada na mesma posição. O achatamento12 do crânio4 de um bebê pode ocorrer também ainda no útero13 da mãe se, por exemplo, não houver líquido amniótico14 suficiente para amortecer o bebê. Isto também tende a acontecer em nascimentos múltiplos, quando os gêmeos se comprimem uns contra os outros dentro do útero13. Os bebês6 prematuros são mais propensos a ter um crânio4 deformado ao serem comprimidos pelo canal do parto quando seus crânios ainda não estão totalmente desenvolvidos.
Qual é a fisiopatologia15 da braquicefalia1?
O crânio4 é composto por placas16 de osso que começam a se fundir ainda quando bebê por meio das suturas7, completando a fusão quando a criança fica mais velha. O crânio4 de um bebê ainda é maleável o suficiente para ser moldado e muda de forma se houver uma pressão constante sobre determinada área de sua cabeça3. Se a parte de trás ou de um lado da cabeça3 do bebê é constantemente pressionada contra um colchão mais firme, o osso mole de seu crânio4 pode ficar achatado e, uma vez que isso tenha ocorrido, ele tende automaticamente a rolar para o lado achatado, agravando a situação. Isso acontece, sobretudo, no dormir de costas10.
Por outro lado, é muito importante para os bebês6 dormirem de costas10, pois a postura reduz o risco de síndrome5 da morte súbita infantil. A sutura17 chamada coronária é formada pelo conjunto fibroso que une o osso frontal18 aos dois ossos parietais. Esta fusão precoce pode ser vista, por exemplo, na síndrome de Down19, mas pode também ocorrer em outras pessoas sem esta síndrome5. A forma que o crânio4 adquire parece ser uma característica racial. A antropologia20 classifica as pessoas como dolicocéfalas (cabeças alongadas), mesencéfalas (cabeças moderadas) ou braquicéfalas (cabeça3 achatada) e descreve cada uma como sendo um padrão característico de raça.
Quais são as principais características clínicas da braquicefalia1?
O fato de um bebê ter a cabeça3 achatada não é um motivo de preocupação, pois a braquicefalia1 quase nunca é uma doença, mas uma condição que se corrige com o tempo. Há dois tipos de "cabeça3 achatada": plagiocefalia9 e braquicefalia1. O primeiro tipo é mais comum e ocorre quando a cabeça3 é achatada em um lado mais que do outro, fazendo com que fique assimétrica e distorcida. Por exemplo, o vértex21 usualmente é alto e assimétrico e as orelhas22 ou os olhos23 podem estar desalinhados. Fala-se em braquicefalia1 quando a parte de trás da cabeça3 se aplana, fazendo com que a cabeça3 sofra um alargamento, mas mantendo a simetria.
Como o médico diagnostica a braquicefalia1?
O diagnóstico24 da braquicefalia1 é feito pela observação de que há um encurtamento longitudinal (eixo occipitofrontal) do crânio4, o que provoca um aplanamento25 da sua zona posterior, desenvolvendo-se uma cabeça3 larga e lateralmente curta.
Como o médico trata a braquicefalia1?
Em casos leves de plagiocefalia9 ou braquicefalia1 pode ser que nenhum tratamento seja necessário e o crânio4 do bebê se corrija naturalmente ao longo do tempo. Algumas medidas caseiras podem ajudar a corrigir o problema: ainda na barriga, o bebê deve ser estimulado a variar suas posições. Depois do nascimento, a mãe deve mudar frequentemente a posição do bebê e dos brinquedos no berço, para incentivar a criança a virar a cabeça3 para o lado não achatado. Existem capacetes terapêuticos, conhecidos como órteses26 cranianas, para melhorar a simetria do crânio4 de um bebê, mas eles só devem ser usados nos casos mais graves. Eles são projetados para serem usados enquanto o crânio4 do bebê ainda é maleável, até os 14 meses, aproximadamente. No entanto, os resultados do uso de órteses26 cranianas ainda são controversos. Enfim, deve-se corrigir a deformação até seis meses de idade, através de posicionamentos específicos, o que pode ser ajudado por um fisioterapeuta e usar bandas ou capacete ortopédico apenas se o tratamento anterior falhar. Nos casos graves (e mais raros), pode-se recorrer à cirurgia (craniotomia27).
Como evolui a braquicefalia1?
O achatamento12 da cabeça3 do bebê geralmente se corrige sozinho. Os casos mais graves ainda podem ser melhorados ao longo do tempo, embora alguns achatamentos possam permanecer.
Como prevenir a braquicefalia1?
Uma das maneiras de prevenir a braquicefalia1 é mudar frequentemente a posição do bebê no berço para aliviar a pressão sobre uma única área da cabeça3.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.