Xantomas
O que são xantomas?
Xantomas (do grego: xanthos = amarelo + oma = terminação que indica tumor1) são “bolhas” na pele2 com conteúdo rico em lipídeos, especialmente colesterol3, que geralmente surgem em indivíduos com níveis altos de colesterol3 e outros lipídeos, embora possam ocorrer também em pessoas com níveis sanguíneos normais dessas substâncias.
Os xantomas são tumores benignos que podem aparecer em qualquer parte do corpo, especialmente em cotovelos, joelhos, mãos4, pés, coxas5 e glúteos6. Também podem se formar nas articulações7 ou na boca8, por exemplo. Como pequeninos depósitos de matéria gordurosa, surgem também na região das pálpebras9, onde são chamados xantelasmas.
Os xantomas não são uma doença em si, mas a manifestação de um distúrbio do metabolismo10 de lipídios ou de outras doenças e condições, tais como diabetes11, cirrose12 biliar primária, doenças do metabolismo10 e alguns tipos de câncer13.
Quais são as causas dos xantomas?
Os xantomas podem decorrer do excesso de colesterol3 e lipídios na circulação14 ou serem causados por doenças metabólicas hereditárias como diabetes11, cirrose12 biliar primária e alguns tumores de fígado15.
Qual é a fisiopatologia16 dos xantomas?
Em até dois terços dos pacientes que apresentam esses tumores gordurosos, os valores de colesterol3 são normais. No entanto, sabe-se que os níveis elevados de colesterol3 levam os macrófagos17 a agir e a formar esses infiltrados de gordura18 sob a pele2. As lesões19 dos xantomas se formam como uma tentativa do organismo de se proteger contra o acúmulo das lipoproteínas que carreiam o colesterol3. Os macrófagos17, literalmente, engolem a gordura18 depositada nos tecidos. No entanto, eles não conseguem eliminar completamente os lipídios e se transformam em células20 cheias de gordura18, que por não terem para onde ir, se acumulam e se infiltram sob a superfície da pele2, dando origem aos xantomas.
Quais são as principais características clínicas dos xantomas?
A única implicação clínica do xantoma21 é estética. Por vezes, eles são múltiplas lesões19 indolores na pele2, muitas vezes em regiões da face22 e em áreas expostas. Estes nódulos surgem como manchas de alto relevo ou como erupções na pele2. São tumores macios à palpação23, de coloração amarela ou castanha, superfície plana e bordas bem definidas. Suas dimensões variam desde uns poucos milímetros até placas24 que podem atingir vários centímetros.
Embora não causem dor, esses tumores podem se tornar incômodos, dependendo de sua localização, sobretudo do ponto de vista estético. Os pacientes com xantomas cutâneos frequentemente têm história familiar de infarto do miocárdio25, insuficiência26 aórtica, aterosclerose27 e, até mesmo, pancreatite28. O xantelasma palpebral é o tipo mais comum de xantoma21. As pessoas com xantomas disseminados podem apresentar sintomas29 de disfagia30, dispneia31 e cegueira, dependendo do local envolvido.
Como o médico diagnostica os xantomas?
Muitas vezes o diagnóstico32 pode ser feito pela simples inspeção33 e pela palpação23 das lesões19, mas a investigação pode também requerer testes laboratoriais de sangue34 para dosar os níveis sanguíneos de glicose35, colesterol3, triglicérides36 e de substâncias relacionadas ao funcionamento do fígado15. Raramente são indicados exames de imagem, como a ultrassonografia37 e tomografia. Também é incomum que o médico indique uma biópsia38 das lesões19.
Como o médico trata os xantomas?
O tratamento dos xantomas visa a retirada do tumor1 ou tumores, sobretudo por motivos estéticos e, dependendo de cada caso, pode ser feita por cirurgia, cauterização39 química, tratamento com laser, criocirurgia, uso de medicações para controlar o colesterol3 e gorduras, dieta pobre em gorduras, prática regular de atividade física ou tratamento das doenças que secundariamente podem causar xantomas, como diabetes11, câncer13 do fígado15, hipotireoidismo40 ou doenças renais.
Como evoluem os xantomas?
Os xantomas podem ser persistentes e progressivos ou podem ser autolimitados, com resolução espontânea. A maioria deles desaparece dentro de algumas semanas depois de iniciado o tratamento. Os xantomas tendíneos, contudo, podem levar anos para se resolverem ou podem persistir indefinidamente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.