Episiotomia - quando é necessário?
O que é episiotomia1?
Episiotomia1 é um corte cirúrgico feito no períneo2 (área entre a vagina3 e o ânus4), realizado com anestesia5 local, se a mulher ainda não estiver anestesiada, para alargar o canal do parto e, supostamente, ajudar o nascimento do bebê. A episiotomia1 só deve ser feita com o consentimento da mulher, o que nem sempre acontece, porque algumas mulheres consideram que a episiotomia1 é o aspecto mais traumatizante do parto. Muitas delas preferem fazer uma cesariana a uma episiotomia1.
Como é feita a episiotomia1?
A região onde será feito o corte deve ser localmente anestesiada. O corte cirúrgico é feito com um bisturi, perpendicularmente em direção ao ânus4 ou obliquamente em direção à coxa6 da mulher, no momento que precede a expulsão da cabeça7 do feto8. O tamanho de uma episiotomia1 é bastante variável, apesar da média girar em torno de dez pontos cirúrgicos. Terminado o parto, deve ser feita a episiorrafia, que é a sutura9 da episiotomia1.
Por que a episiotomia1 deve ou não deve ser feita?
Classicamente, a episiotomia1 visaria reduzir a probabilidade de lacerações graves do períneo2, minimizar o risco de trauma fetal e prevenir a hipóxia10 fetal durante o nascimento, reduzindo significativamente a duração do período expulsivo, mas não há evidências de que esses benefícios efetivamente aconteçam. Nos partos feitos em casa ela nunca existia, mas com a hospitalização dos partos seu número cresceu rapidamente. Houve uma época, anterior à década de 70, em que a episiotomia1 tornou-se quase que uma rotina nos partos. As campanhas femininas em favor do parto natural fizeram com que diminuísse muito o número de episiotomia1 e hoje em dia ela só é usada em cerca de 10% dos partos. A concepção11 atualmente vigorante é de que ela deve ser usada apenas em casos específicos, em que seu uso seja justificado, como parto operatório, parto prematuro, parto pélvico12, tamanho muito grande do feto8 ou ameaça de ruptura perineal grave. Em suma, não existem evidências inquestionáveis quanto às indicações da episiotomia1. Parece que, na maioria das vezes, pelo menos, a episiotomia1 é uma cirurgia sem utilidade, feita mais por um hábito médico que por uma necessidade das parturientes13.
Como evolui a episiotomia1?
Algumas episiotomias cicatrizam rapidamente e a mulher volta a se sentir normal, mas outras têm problemas de longo prazo, às vezes por anos. Pode acontecer que tenham perda definitiva da sensibilidade perineal. Uma episiotomia1 muito extensa ou mal feita pode demandar uma cirurgia para sua correção.
Quais são as complicações possíveis da episiotomia1?
Com a diminuição das episiotomias, diminuíram também as complicações que elas podem causar. Mas podem ocorrer sangramentos, infecções14, dores, maior tempo de recuperação, enfraquecimento do assoalho pélvico15, incontinência fecal16 ou urinária, dispareunia, deiscências17 das suturas18, problemas de cicatrização, etc.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.