Enema baritado: como é feito o exame? Quem deve fazer?
O que é enema1 baritado?
Um enema1 (também denominado clister) é a introdução de líquido no reto2, através do ânus3 para lavagem intestinal ou administração de medicamentos. O enema1 baritado, ou enema1 opaco, é um exame de raios X contrastado do cólon4 que permite ver os contornos da sua luz e suspeitar de eventuais problemas em sua parede. Permite também algum estudo da função intestinal. Com o advento dos novos meios de obterem-se imagens do interior do organismo, como a ultrassonografia5 e a ressonância magnética6, o enema1 baritado passou a ser menos solicitado, embora ainda seja utilizado como escolha em alguns casos e, sobretudo, se ainda não se pode dispor desses novos recursos.
Como é feito o exame de enema1 baritado?
Para se conseguir boas imagens é preciso que o intestino esteja bem limpo. Para tal deve ser observada por alguns dias uma dieta de poucos resíduos, administrados medicamentos laxativos7 e enemas8 de água morna para “lavar” o intestino e deixá-lo livre de eventuais resíduos. Caso ainda haja a presença de fezes nos cólons, o exame não deverá ser realizado, pois elas constituem artefatos que levarão a erros de interpretação do exame.
Uma vez feito o preparo adequado, o exame é realizado no departamento de radiologia de um hospital. O paciente deve deitar-se na mesa de raios X, onde será feita uma primeira radiografia do abdômen. Depois disso, deve deitar-se de lado e é inserido em seu reto2 um tubo lubrificado através do qual é feita a injeção9 do enema1 de sulfato de bário, uma substância radiopaca (que os raios X não atravessam) que flui então para o cólon4. Essa injeção9 deve ser lenta para evitar espasmos10. Um pequeno balão situado na ponta desse tubo pode ser inflado para obstruir a luz intestinal e ajudar a manter o bário no interior do intestino.
O fluxo do bário pode ser acompanhado na tela de um monitor de TV. Então, várias “chapas” são tiradas, pedindo-se ao paciente para mudar várias vezes de posição e inclinando levemente a mesa para conseguir radiografias em vários ângulos. Em geral são tomadas radiografias nas incidências (posições) oblíqua11 posterior direita ou esquerda do sigmoide12 e do ceco13, incidência14 em perfil do reto2 e panorâmica do abdome15 ou outras, conforme a solicitação médica, em função do tipo de patologia16 apresentada pelo paciente.
No momento em que as radiografias são tiradas, o paciente deve permanecer por alguns segundos sem respirar, para evitar a movimentação dos intestinos17. Após ter sido retirado o número desejado de radiografias, o paciente deve ir ao banheiro e expelir o máximo de bário possível, depois deve regressar à sala de exames, onde serão tiradas mais uma ou duas radiografias, agora sem o bário. Geralmente, o tubo de enema1 será reinserido no reto2 mais uma vez e será introduzida no cólon4 uma pequena quantidade de ar e novas radiografias serão feitas.
Quem deve fazer o exame de enema1 baritado?
O exame de enema1 baritado é realizado principalmente quando há suspeita de câncer18 de cólon4, mas ele também pode ser realizado para diagnosticar doenças inflamatórias intestinais e outras patologias abdominais. O exame não deve ser realizado quando há a possibilidade de perfuração de víscera oca ou obstrução do intestino grosso19. O radiologista deve ser avisado se o paciente foi previamente submetido a uma biópsia20 de cólon4, porque a região envolvida pode ficar mais sujeita a sofrer uma perfuração durante o enema1 baritado.
O que pode mostrar o exame de enema1 baritado?
O enema1 baritado pode mostrar alterações das paredes e da luz intestinal, entre as quais obstruções intestinais, mucosa21 espessada, perdas das haustrações22 normais (cada uma das depressões existentes no formato do intestino grosso19), ulcerações23 ou cólon4 totalmente retificado (cólon4 em "cano de chumbo").
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.