Sobre o uso de contrastes em exames de imagem
O que é o uso de contrastes em exames de imagem?
O contraste é uma substância química opaca aos raios-X (que não se deixam atravessar por eles) usada para realçar as imagens obtidas por vários exames radiográficos e ajudar a mostrar o que está acontecendo dentro do corpo. Estas substâncias são usadas para melhorar a visualização das estruturas a serem pesquisadas.
Nas radiografias, os agentes de contraste aumentam a radiodensidade em um tecido1 ou estrutura alvo. Quando atingem órgãos ocos, eles permitem uma melhor avaliação da silhueta desses órgãos. Esses agentes de contraste são também comumente usados para melhorar a visibilidade dos vasos sanguíneos2 e do trato gastrointestinal.
Em tomografias e ressonâncias, o produto pode evidenciar problemas em regiões vascularizadas, além de alterações no crânio3, coluna, abdome4 e articulações5. Os contrastes usados em tomografias são à base de iodo.
Tipos de contrastes
Existem vários tipos de substâncias-contrastes em uso que podem ser classificadas com base nas modalidades de imagem em que são usadas. Para a radiografia, baseada em raios-X, iodo e bário são os tipos mais comuns de agente de contraste. Existem vários tipos de agentes de contraste iodados que variam quanto à osmolaridade6, viscosidade7 e conteúdo absoluto de iodo. Os dímeros não iônicos são favorecidos por sua baixa osmolaridade6 e toxicidade8, mas têm um preço correspondentemente mais alto associado ao seu uso.
O gadolínio é usado como um agente de contraste para ressonância magnética9, melhorando a qualidade das imagens deste exame.
Microbolhas podem ser usadas como agentes de contraste em exames de ultrassonografia10. Essas microbolhas são compostas de solução salina agitada, a maioria grande demais para passar pelos capilares11 pulmonares. Portanto, as únicas que atingem o lado esquerdo do coração12 passaram por uma conexão anormal entre os dois lados do coração12. No entanto, as microbolhas compostas por pequenas quantidades de nitrogênio ou perfluorocarbonetos são pequenas o suficiente para passar pelos capilares11 e são usadas para aumentar o contraste no ventrículo esquerdo, melhorando a visualização de suas paredes.
Como usar os contrastes?
Existem várias maneiras diferentes pelas quais o contraste pode ser usado em um procedimento.
O contraste intravenoso é um líquido claro à base de iodo usado para aprimorar a visão13 de órgãos sólidos e delinear vasos sanguíneos2 que normalmente não seriam bem vistos em uma tomografia computadorizada14. Esse contraste, dado por uma injeção15 ou infusão intravenosa, viaja através dos seus vasos sanguíneos2 e, em seguida, são realizados os escaneamentos. À medida que o contraste passa pelo corpo, ele pode produzir uma sensação de calor e rubor, um gosto metálico na boca16 ou uma sensação de que você precisa urinar. Esses sentimentos são rápidos e passageiros e habitualmente duram menos de um minuto.
O contraste oral, constituído por um sal de bário, é utilizado em determinadas tomografias para delinear o trato gastrointestinal. O paciente receberá aproximadamente 750 ml a 1000 ml de uma solução para beber, num período de uma a duas horas antes de iniciar o exame. O contraste pode ser diluído com água ou suco, mas em geral é incolor e sem sabor. A água também pode ser usada como contraste oral negativo que aparecerá escuro na tomografia computadorizada14. É especialmente útil quando se observa o pâncreas17 (em busca de cálculos) e a vesícula biliar18 ou seus ductos associados.
O contraste retal será usado para ver-se o intestino mais claramente. Se for usado, o radiologista insere um pequeno tubo no reto19 pelo qual administra o contraste. Provavelmente o paciente sentirá leves cólicas20 ou desconforto à medida que o intestino se distende. A digitalização é feita rapidamente após a administração do contraste e o contraste é drenado de volta para a bolsa após o procedimento.
Reações ao contraste
Além dos efeitos secundários descritos acima, reações adversas aos contrastes são muito raras e a maioria delas é leve. Mesmo se o paciente teve uma reação alérgica21 leve no passado ao contraste, é improvável que experimente uma reação semelhante ou mais grave novamente. Na maioria dos casos, é desnecessário evitar novas injeções. Se o paciente tem alergias graves ou asma22, há um risco aumentado de reação ao contraste. Se for alérgico a mariscos, não terá um risco aumentado de reação. Se teve uma reação ao antigo contraste, é possível que receba com segurança um dos agentes não iônicos e de baixa osmolaridade6 usados atualmente.
Leia mais sobre "Tomografia computadorizada14", "Ressonância magnética9" e "Radiografias".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do Kingston General Hospital, do American College of Radiology Imaging Network e do U.S. National Institute of Health.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.