Aterosclerose - definição, causas, características, diagnóstico, tratamento e prevenção
O que é a aterosclerose1?
A aterosclerose1 é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela formação de ateromas (placas2 de gordura3, colesterol4 e outras substâncias) no interior dos vasos sanguíneos5, podendo causar o estreitamento e obstrução desses vasos, levando a graves complicações de saúde6 como infarto7 do coração8 ou angina9, quando acomete artérias coronárias10, dor e claudicação11 em membros inferiores quando acomete as pernas e, por fim, acidente vascular cerebral12 quando compromete as carótidas13.
Na verdade, a aterosclerose1 é um tipo específico de arteriosclerose14, embora ambos os termos sejam usados muitas vezes como sinônimos.
Saiba mais sobre "Infarto7", "Acidente Vascular Cerebral12", "Claudicação intermitente15" e "Arterioesclerose16".
Quais são as causas da aterosclerose1?
A aterosclerose1 deve-se principalmente ao aumento das lipoproteínas de baixa densidade (colesterol4 LDL17). Essa lipoproteína se eleva pela ingestão de gorduras saturadas18 na dieta diária, por obesidade19 e inatividade física. Existe também uma hipercolesterolemia20 familiar, em que a pessoa herda genes defeituosos para a formação do receptor de LDL17 nas superfícies das membranas celulares do corpo e, assim, dos vasos.
Um nível elevado de ferro no sangue21 pode provocar mais facilmente a aterosclerose1, muito provavelmente pela formação de radicais livres que lesam as paredes vasculares22. Os principais fatores de risco para a enfermidade são a história familiar de doença cardíaca, a hipertensão arterial23, a falta de atividade física regular e a obesidade19, a diabetes24, a hiperlipidemia25, o tabagismo e o álcool.
A hipertensão arterial23 e a diabetes24 aumentam em duas vezes ou mais o risco de aterosclerose1. Quando as duas doenças ocorrem juntas, o risco sobe para mais de oito vezes. Se houver também hiperlipidemia25, esse risco sobe para mais de 20 vezes.
Veja mais sobre "Obesidade19", "Diabetes24", "Tabagismo", "Hipertensão arterial23" e "Colesterol4 alto".
Qual é o mecanismo fisiológico26 da aterosclerose1?
Os ateromas são placas2 compostas especialmente por lipídeos e tecido27 fibroso que se formam na parede dos vasos. O volume dos ateromas aumenta progressivamente, podendo ocasionar obstrução total em algum ponto do vaso. Lipoproteínas de baixa densidade (colesterol4 LDL17) penetram na parede do vaso, atravessando o endotélio28 e chegando à camada íntima da parede. Assim, a aterosclerose1 agride essencialmente a camada íntima da artéria29, formando uma lesão30 típica, a placa31 fibrosa.
Com a evolução do processo ateromatoso ocorrem diversos eventos: (1) nascem pequenos vasos a partir da camada adventícia, os quais fazem intensa vascularização das camadas média e íntima; (2) aumenta a deposição de cálcio e de células32 necróticas; (3) surgem fissuras33 e hemorragias34 da placa31, a qual pode ulcerar e/ou se desprender, formando trombos35; (4) a exposição da subíntima ulcerada gera a deposição de plaquetas36, coagulação37 sanguínea, trombose38 e eventual oclusão do vaso.
Na hipercolesterolemia20 familiar ocorre um defeito em que o fígado39 não é capaz de absorver as lipoproteínas e, sem essa absorção, o mecanismo do colesterol4 das células32 hepáticas40 se descontrola, produzindo mais colesterol4, liberando lipoproteínas de muito baixa densidade em grandes quantidades, gerando acúmulo de placas2 ateromatosas e outros problemas graves como infarto do miocárdio41, por exemplo.
As lipoproteínas de alta densidade (HDL42), por sua vez, passam livremente pela parede dos vasos, sendo capazes de absorver os cristais de colesterol4 e, assim, quando a pessoa apresenta uma elevada concentração de HDL42 em relação ao LDL17, as chances de desenvolver aterosclerose1 são muito reduzidas.
Leia sobre "Reduzir colesterol4 LDL17", "Aumentar colesterol4 HDL42" e "Hipercolesterolemia20 familiar".
Quais são as principais características clínicas da aterosclerose1?
Eventualmente, os depósitos de gordura3 nas artérias43 ou parte deles podem se soltar e entrar na corrente sanguínea, causando trombose38 à distância. A aterosclerose1 em geral é fatal quando afeta as artérias43 do coração8 ou do cérebro44 porque esses órgãos resistem apenas poucos minutos sem oxigênio.
Alguns sintomas45 da aterosclerose1 são: dilatação dos vasos sanguíneos5, dor no peito46, profundas dores de cabeça47, dores nos braços e pernas e cansaço. A dor ou desconforto no peito46 é um dos sintomas45 da aterosclerose1 nas coronárias. Dores nas pernas ao caminhar, que melhoram com repouso, podem indicar comprometimento de artérias43 nestes locais. Um acidente vascular cerebral12 pode ser o primeiro sintoma48 de aterosclerose1 carotídea.
Os idosos e os indivíduos com diabetes24 são mais propensos a apresentar esses sintomas45, mas, algumas vezes, uma pessoa pode ter a doença e não apresentar nenhum sinal49 disso. A doença afeta sobretudo homens no início da vida adulta, sugerindo que talvez os hormônios masculinos estejam envolvidos na produção da doença ou que os hormônios femininos tenham alguma função protetora.
Como o médico diagnostica a aterosclerose1?
O diagnóstico50 da aterosclerose1 deve começar pela história clínica e exame físico e em seguida pela solicitação de alguns exames complementares, na dependência do caso, como angiografia51/arteriografia coronária, ecocardiograma52, eletrocardiograma53, angiotomografia, teste de esforço físico, angiografia51 por ressonância magnética54, cintilografia55 do miocárdio56 e ultrassonografia57 com doppler dentre outros.
Conheça mais sobre os exames "Angiografia51 coronária", "Eletrocardiograma53", "Holter58", "Ecocardiograma52" e "Teste ergométrico".
Como o médico trata a aterosclerose1?
Os objetivos do tratamento da aterosclerose1 é estabilizar seus níveis e evitar seu agravamento. Mas o tratamento em si depende dos sintomas45 e da gravidade da doença. O médico poderá prescrever um ou mais remédios específicos para o caso.
O tratamento preventivo59 se dá por drogas que reduzem os lipídeos e o colesterol4. Também agentes que se combinem com os ácidos biliares e impeçam sua reabsorção na circulação60 podem ser úteis. Eles levam a uma maior conversão do colesterol4 hepático em novos ácidos biliares. As drogas mais comumente usadas são as resinas de troca, que justamente se ligam aos ácidos biliares, aumentando sua excreção fecal e consequentemente reduzindo a síntese de colesterol4 pelo fígado39. As estatinas limitam a síntese de colesterol4 e aumentam os receptores de LDL17 no fígado39, gerando uma redução de 25 a 50% nos níveis plasmáticos de lipoproteínas.
O tratamento da aterosclerose1 já estabelecida consiste na retirada das placas2 de gordura3 das paredes das artérias43 por meio de cirurgia, do cateterismo61, da angioplastia62 a laser e de medicamentos e atividade física.
Como evolui a aterosclerose1?
A formação de ateromas (placas2 de colesterol4) ocorre desde a infância e vai progredindo durante a vida.
Como prevenir a aterosclerose1?
A aterosclerose1 pode ser prevenida por medidas simples, como manter um peso ideal, praticar exercícios físicos de maneira regular, ter uma dieta pobre em gordura saturada63, controlar a glicose sanguínea64 e evitar o tabagismo.
Quais são as complicações possíveis da aterosclerose1?
A aterosclerose1 pode levar a graves complicações como infarto7 agudo65 do miocárdio56 ou angina9, dor e claudicação11 em membros inferiores e, por fim, acidente vascular cerebral12.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.