Linfoma não Hodgkin. Entenda a doença.
O que são linfomas não Hodgkin?
O linfoma1 não Hodgkin é uma neoplasia2 do sistema linfático3 que se caracteriza pela multiplicação descontrolada de células4 linfáticas, formando tumores.
Ele pode ser indolente (de crescimento lento) ou agressivo (de crescimento rápido), ou possuir características dos dois tipos. O linfoma1 de células4 B é o tipo mais comum e o linfoma1 de células4 T é o menos comum.
Quais são os fatores de risco?
Os poucos fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento de Linfomas não Hodgkin são:
- Comprometimento do sistema imune5 como consequência de doenças genéticas hereditárias, uso de medicação imunossupressora e infecção6 pelo HIV7. Estes fatores têm sido relacionados ao maior risco de desenvolver linfomas. Pacientes portadores dos vírus8 Epstein-Barr, HTLV1 e da bactéria9 Helicobacter pylori (que causa úlceras10 no estômago11) têm risco aumentado para alguns tipos de linfoma1;
- A exposição a pesticidas, solventes, herbicidas, inseticidas e fertilizantes pode estar ligada ao desenvolvimento de linfomas não Hodgkin;
- Exposição a altas doses de radiação.
Quais são os sintomas12?
- Aumento dos linfonodos13 do pescoço14, axilas e/ou virilha;
- Sudorese15 excessiva à noite;
- Febre16 (na maioria das vezes é uma febre16 baixa e persistente);
- Prurido17 (coceira na pele18);
- Perda de peso não explicada por outras causas.
Como é feito o diagnóstico19?
O diagnóstico19 não é simples. Geralmente exige a realização de vários exames, que permitem determinar o tipo de linfoma1 e esclarecer informações úteis para a decisão do tratamento a ser empregado.
A biópsia20, procedimento no qual é retirada uma pequena porção de tecido21 (em geral dos linfonodos13) para análise em laboratório de anatomopatológico, é considerada o padrão de qualidade para o diagnóstico19 dos linfomas.
Outros exames complementares podem ser necessários parar definir melhor o tipo e a localização do tumor22 (como, por exemplo, punção aspirativa, radiografias de tórax23, tomografia computadorizada24, ressonância nuclear magnética, cintilografia25, estudos celulares ou de biologia molecular, dentre outros).
Como é feita a classificação dos linfomas não Hodgkin?
Após o diagnóstico19, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma1 e o estágio em que se encontra (sua extensão).
Os linfomas não Hodgkin são agrupados de acordo com o tipo de célula26 linfoide27 (linfócitos B ou T). Também são considerados tamanho, forma e padrão de apresentação na microscopia. Para tornar a classificação mais fácil, os linfomas podem ser divididos em dois grandes grupos: indolentes e agressivos.
Os linfomas indolentes têm um crescimento relativamente lento. Os pacientes podem apresentar poucos sintomas12 por vários anos, mesmo após o diagnóstico19. A cura é menos provável do que nos pacientes com formas agressivas de linfoma1.
Os linfomas agressivos podem levar rapidamente ao óbito28 se não tratados, mas, em geral, são mais curáveis.
Os linfomas indolentes correspondem aproximadamente a 40% dos diagnósticos e, os agressivos, aos 60% restantes. Cerca de 70% destes são curáveis.
Por que fazer o estadiamento da doença?
Uma vez diagnosticada e classificada a doença, faz-se o estadiamento. O estadiamento consiste em determinar a extensão da doença no organismo do paciente. São estabelecidos 4 estágios (enquanto no estágio I há envolvimento de apenas um grupo de linfonodos13, no estágio IV há envolvimento disseminado).
Cada estágio é subdividido em A e B (por exemplo, estágios 1A ou 2B). O "A" significa assintomático. O “B”, presença de sintomas12.
Como é feito o tratamento?
A maioria dos linfomas são tratados com quimioterapia29, radioterapia30, ou ambos. Em alguns casos é usada a imunoterapia, incluindo anticorpos31 monoclonais e citoquinas32, isoladamente ou associados à quimioterapia29.
O transplante de medula33 pode ser uma opção terapêutica34.
Qual é o tipo de linfoma1 diagnosticado no ator Reynaldo Gianecchini?
O ator foi diagnosticado com o linfoma1 de células4 T angioimunoblástico, um tipo incomum e mais agressivo de linfoma1 não Hodgkin. A doença é identificada por alterações genéticas nos linfócitos T (células4 responsáveis pela defesa do organismo contra infecções35). Ter um bom estado geral de saúde36 e ser jovem são fatores que facilitam o tratamento e ampliam a possibilidade de cura do ator.
O linfoma1 de células4 T angioimunoblástico é raro, acometendo em média 10% dos pacientes com linfoma1 não Hodgkin. A grande maioria (90%) é diagnosticada com o linfoma1 não Hodgkin do tipo B - o mesmo tipo diagnosticado na presidente Dilma Rousseff, considerado mais comum e menos agressivo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.