Tetania: conceito, causas, características, diagnóstico e tratamento
O que é tetania1?
A tetania1 é um distúrbio caracterizado por contrações musculares tônicas intermitentes2, acompanhadas de tremores, paralisias e dores musculares. A tetania1 não é uma doença, mas um sintoma3 que pode ocorrer em diversas doenças e condições médicas. A estimulação contínua do músculo faz com que ele permaneça contraído.
Quais são as causas da tetania1?
A tetania1 é um sintoma3 de alterações bioquímicas e nada tem a ver com o tétano4, que é uma infecção5. A causa usual da tetania1 é a deficiência de sais de cálcio, mas também o excesso de fosfato, com desproporção cálcio/fosfato que pode desencadear espasmos6 musculares. Também a função diminuída da glândula7 paratireoide pode levar à tetania1, bem como baixos níveis de dióxido de carbono. Recentemente, considera-se que níveis baixos de magnésio no sangue8 também sejam um dos fatores causais da tetania1.
Qual é a fisiopatologia9 da tetania1?
Hipocalcemia10 não é sinônimo de tetania1, mas a principal de suas causas. Os baixos níveis de cálcio no fluido extracelular aumentam a permeabilidade11 das membranas neuronais ao sódio, provocando uma despolarização progressiva das membranas celulares, o que aumenta a possibilidade do efeito de contração dos potenciais de ação.
Isto ocorre porque o cálcio interage com a superfície exterior dos canais de sódio na membrana plasmática12 das células nervosas13. Quando os íons14 de cálcio estão ausentes, o nível de tensão necessário para abrir canais de sódio dependentes de voltagem é significativamente alterado causando contração dos músculos15 esqueléticos periféricos.
Quais são os principais sinais16 e sintomas17 da tetania1?
A tetania1 consiste em espasmos6 e contraturas musculares involuntárias, quase sempre dos músculos15 das mãos18 e dos pés, embora outros músculos15 (músculos15 da face19, da laringe20 e das goteiras vertebrais, por exemplo) possam ser igualmente afetados. De início, esses espasmos6 são indolores, mas quando se tornam persistentes podem ser dolorosos. Assim, a tetania1 se expressa por contrações musculares que duram de alguns minutos até algumas horas, dedos em forma de cones ou dobrados e, às vezes, câimbras21.
Nos casos de hipocalcemia10, as manifestações clínicas variam entre os indivíduos dependendo do grau de déficit e da velocidade da queda. Em geral, a tetania1 é precedida de formigamento e adormecimento em volta da boca22 e das extremidades e de contrações tônicas dos músculos15. O edema de papila23 também tem sido descrito nos casos de hipocalcemia10. Podem ocorrer também sintomas17 extrapiramidais, associados à calcificação24 dos núcleos da base.
Como o médico diagnostica a tetania1?
O diagnóstico25 da tetania1 é feito a partir dos sinais16 clínicos ou pelo fato do médico presenciar uma crise, o que é bem mais raro. Podem ser usadas também uma dosagem do cálcio sanguíneo e um eletromiograma para estudar a atividade espontânea e estimulada de um músculo afetado. Certos sinais16 semiológicos26 podem ajudar no diagnóstico25: a oclusão da artéria27 braquial para provocar cãibras nos dedos (sinal28 de Trousseau) e, tocando o nervo facial29 logo anteriormente à orelha30, para causar contração do nariz31 ou lábios sugerindo níveis baixos de cálcio (sinal28 Chvostek).
Como o médico trata a tetania1?
O tratamento da tetania1 depende da sua causa. Quando se trata de uma deficiência de cálcio, as taxas serão ajustadas mediante suplementação32 da substância. Se a tetania1 for um dos elementos da espasmofilia (ou síndrome33 de hiperventilação), deve ser realizado um tratamento da crise dando segurança ao indivíduo, controle respiratório e eventual tratamento de longo prazo por um psicoterapeuta ou com o uso de medicamentos ansiolíticos quando necessários.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.