Melatonina: quando deve ser usada? Quem não deve tomar? Quais são os possíveis efeitos colaterais?
O que é a melatonina?
A melatonina é uma forma artificial de um hormônio1 produzido por algumas plantas e animais superiores. No homem, este hormônio1 é produzido pela glândula pineal2 ou hipófise3, durante a noite, para ajudar a regular o sono e a vigília. Sua produção diminui com o envelhecimento e é por isso que os distúrbios de sono são mais frequentes em idosos.
A melatonina atua como mediadora entre os ciclos ambientais claro/escuro. Em humanos, a melatonina tem sua principal função de regular o sono. Ou seja, em um ambiente escuro e calmo, os níveis de melatonina do organismo aumentam, causando o sono. Outra função atribuída à melatonina é a de antioxidante, agindo na recuperação das células4 epiteliais expostas à radiação ultravioleta e ajudando na recuperação dos neurônios5 afetados pela doença de Alzheimer6, episódios de isquemia7 cerebral e epilepsia8. Acredita-se também em uma ação antitumoral.
Quando se deve usar a melatonina?
A melatonina tem sido usada como um auxílio eficaz na dificuldade de adormecer e/ou manter o sono. É também provável que seja eficaz no tratamento de distúrbios do sono em pessoas cegas, no tratamento de jet lag (problemas de fuso horário em viagens aéreas longas), na hipertensão arterial9, nos tumores, nas baixas das plaquetas10, na insônia causada pela retirada de drogas ou na ansiedade causada por cirurgia.
Uma forma tópica de melatonina aplicada à pele11 é possivelmente eficaz na prevenção de queimaduras solares. A melatonina também tem sido usada para tratar a infertilidade12, para melhorar os problemas do sono causados pelo trabalho por turnos ou para melhorar o desempenho atlético, mas nem sempre se tem mostrado eficaz no tratamento destas condições.
Outros usos, ainda não comprovados, incluem um adjuvante do tratamento da depressão, do transtorno bipolar, da demência13, da degeneração macular14, do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, do aumento da próstata15, da síndrome16 da fadiga17 crônica, da fibromialgia18, da síndrome16 das pernas inquietas, das úlceras19 de estômago20, da síndrome16 do intestino irritável, da retirada da nicotina e de muitas outras condições. Não é certo que a melatonina sozinha seja eficaz no tratamento de qualquer condição médica. Ela é frequentemente vendida em farmácias, lojas de produtos naturais ou farmácias de manipulação, como um suplemento dietético.
Quando não se deve usar a melatonina?
A melatonina deve ser evitada por pessoas com diabetes mellitus21, depressão, distúrbios de coagulação22 do sangue23, pressão arterial24 alta ou baixa, epilepsia8 ou que estiverem usando qualquer medicamento para prevenir a rejeição de órgãos transplantados. Não se sabe se a melatonina pode ser usada na gravidez25 ou se irá prejudicar o feto26. Também não se sabe se ela passa para o leite materno e se poderia prejudicar o bebê. Por isso, este produto não deve ser usado por mulheres grávidas ou que estejam amamentando. As doses altas de melatonina podem comprometer a ovulação27, tornando a gravidez25 mais difícil e devem ser usadas com cuidado por pessoas que estejam tomando antibiótico, aspirina, paracetamol, pílula anticoncepcional, insulina28, medicamentos orais para o diabetes29, medicamentos estupefacientes30 para dor, antiácidos31, medicações para problemas cardíacos ou para pressão arterial24, anticoagulantes32, anti-inflamatórios ou esteroides. Embora vasta, nem todas as interações possíveis estão contidas nessa lista e mais outras medicações podem interagir com a melatonina.
A melatonina só deve ser usada com indicação e orientação médicas, pois a dose ideal varia bastante de uma pessoa para outra, assim como o horário no qual ela deve ser ingerida.
Quais são os efeitos colaterais33 da melatonina?
A melatonina é uma medicação segura, quando tomada por período curto de tempo (até 2 anos em algumas pessoas), mas pode ocorrer uma reação alérgica34, com urticária35, dificuldade respiratória, inchaço36 do rosto, lábios, língua37 ou garganta38. Nesses casos, a pessoa precisará de ajuda médica de emergência39.
Embora nem todos os efeitos colaterais33 sejam conhecidos, os mais comuns são sonolência diurna, humor deprimido, sentimento de irritabilidade, dor de barriga, dor de cabeça40 e tonturas41. Esta não é uma lista completa dos efeitos secundários e outros mais podem ocorrer.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.