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O testículo não está na bolsa escrotal? O que pode ter acontecido?

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O que é criptorquidia1?

Criptorquidia1 ou criptorquia2 (do grego: cripto = caverna, esconderijo e orquis = testículo3) é a condição médica na qual não houve uma descida correta de um ou de ambos os testículos4 desde a cavidade abdominal5, onde eles se formam e se desenvolvem na vida intrauterina, até a bolsa escrotal. Os testículos4 se formam dentro do abdome6 e normalmente descem através do canal inguinal7 até a bolsa escrotal um pouco antes do nascimento ou excepcionalmente o fazem até os quatro meses de idade. Se eles não descerem até seis meses de idade é pouco provável que o façam espontaneamente e então será necessária uma cirurgia para fixá-los na bolsa escrotal. Essa cirurgia, denominada orquidopexia, é muito simples. Existem várias razões pelas quais ela deve ser feita no prazo adequado. Além de que sem ela a genitália8 não assume sua aparência normal, a maior temperatura do abdome6 em relação ao escroto9 impede a produção e função dos espermatozoides10, prejudicando a fertilidade. Para exercerem corretamente suas funções, os espermatozoides10 devem estar a uma temperatura 1 a 1,5°C abaixo da temperatura corporal. Esses testículos4 também têm maior chance de desenvolverem câncer11 ou sofrerem uma torção12, resultando em um quadro de abdome agudo13.

Quais são as causas da criptorquidia1?

A criptorquidia1 pode dever-se a malformações14 anatômicas locais ou à deficiência de gonadotrofinas coriônicas. Tendo em vista que aproximadamente 65% dos testículos4 só migram da cavidade abdominal5 para a bolsa escrotal por volta dos nove meses de gestação, a criptorquidia1 é mais comum em bebês15 prematuros. Ela pode também ocorrer se o bebê tem hérnias16 no local por onde os testículos4 devem descer, problemas hormonais, baixo peso, síndrome de Down17 ou contato com substâncias tóxicas.

Qual é a fisiopatologia18 da criptorquidia1?

Se os testículos4 permanecerem na cavidade abdominal5 além de um ano de vida, eles sofrem atrofia19, devido à temperatura abdominal e comprometem a camada germinativa, não havendo produção de espermatozoides10 e levando à infertilidade20.

Quais são os principais sinais21 e sintomas22 da criptorquidia1?

Em geral, a criptorquidia1 não apresenta sintomas22, a não ser que haja inflamação23 ou outras patologias que comprometam o testículo3 intra-abdominal.

Como o médico diagnostica a criptorquidia1?

O diagnóstico24 da criptorquidia1 pode ser feito por meio do exame clínico, com a constatação de que o testículo3 não se encontra na bolsa escrotal, e por uma exploração laboratorial das gonadotrofinas coriônicas na urina25.

Como o médico trata a criptorquidia1?

Em um grande número de casos o testículo3 desce para o escroto9 no primeiro ano de vida, sem que seja necessária qualquer intervenção médica. Depois do primeiro ano de vida ainda pode tentar-se a administração de medicações por algum tempo (testosterona ou hormônio26 gonadotrofina coriônica). Nos casos que não tiveram sucesso com o tratamento conservador, deve-se fazer uma cirurgia corretiva definitiva e de eleição (orquidopexia). A cirurgia deve ser feita antes dos dois anos de idade.

Como prevenir a criptorquidia1?

Não há como prevenir a criptorquidia1 porque não há como evitar suas causas.

Como evolui a criptorquidia1?

A maioria dos casos é resolvida espontaneamente, sem tratamento. Quando necessária, a correção cirúrgica geralmente tem êxito.

Quais são as complicações possíveis da criptorquidia1?

O câncer11 testicular e a esterilidade27, no caso da condição não corrigida, são as complicações mais frequentes da criptorquidia1. Os homens com criptorquidia1, ainda que corrigida, correm um maior risco de desenvolver câncer11 e devem fazer um acompanhamento periódico com um urologista28.

ABCMED, 2015. O testículo não está na bolsa escrotal? O que pode ter acontecido?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-crianca/792662/o-testiculo-nao-esta-na-bolsa-escrotal-o-que-pode-ter-acontecido.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Criptorquidia: 1. Falha na descida de testículo para o escroto, também conhecida como criptorquia.
2 Criptorquia: 1. Falha na descida de testículo para o escroto, também conhecida como criptorquidia.
3 Testículo: A gônada masculina contendo duas partes funcionais Sinônimos: Testículos
4 Testículos: Os testículos são as gônadas sexuais masculinas que produzem as células de fecundação ou espermatozóides. Nos mamíferos ocorrem aos pares e são protegidos fora do corpo por uma bolsa chamada escroto. Têm função de glândula produzindo hormônios masculinos.
5 Cavidade Abdominal: Região do abdome que se estende do DIAFRAGMA torácico até o plano da abertura superior da pelve (passagem pélvica). A cavidade abdominal contém o PERiTÔNIO e as VÍSCERAS abdominais, assim como, o espaço extraperitoneal que inclui o ESPAÇO RETROPERITONEAL.
6 Abdome: Região do corpo que se localiza entre o TÓRAX e a PELVE.
7 Canal Inguinal: Passagem (na PAREDE ABDOMINAL anterior inferior) pela qual passam o CORDÃO ESPERMÁTICO (no homem), o LIGAMENTO REDONDO (na mulher), os nervos e os vasos. Sua extremidade interna localiza-se no anel inguinal profundo e a extremidade externa está no anel inguinal superficial.
8 Genitália: Órgãos externos e internos relacionados com a reprodução. Sinônimos: Órgãos Sexuais Acessórios; Órgãos Genitais; Órgãos Acessórios Sexuais
9 Escroto:
10 Espermatozóides: Células reprodutivas masculinas.
11 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
12 Torção: 1. Ato ou efeito de torcer. 2. Na geometria diferencial, é a medida da derivada do vetor binormal em relação ao comprimento de arco. 3. Em física, é a deformação de um sólido em que os planos vizinhos, transversais a um eixo comum, sofrem, cada um deles, um deslocamento angular relativo aos outros planos. 4. Em medicina, é o mesmo que entorse. 5. Na patologia, é o movimento de rotação de um órgão sobre si mesmo. 6. Em veterinária, é a cólica de alguns animais, especialmente a do cavalo.
13 Abdome agudo: Dor abdominal, em geral de início súbito, progressiva que costuma associar-se a doenças de resolução cirúrgica. Necessita de avaliação médica urgente. Algumas causas de abdome agudo são apendicite, colecistite, pancreatite, etc.
14 Malformações: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
15 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
16 Hérnias: É uma massa circunscrita formada por um órgão (ou parte de um órgão) que sai por um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Por extensão de sentido, excrescência, saliência.
17 Síndrome de Down: Distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21 a mais, por isso é também conhecida como “trissomia do 21”. Os portadores desta condição podem apresentar retardo mental, alterações físicas como prega palmar transversa (uma única prega na palma da mão, em vez de duas), pregas nas pálpebras, membros pequenos, tônus muscular pobre e língua protrusa.
18 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
19 Atrofia: 1. Em biologia, é a falta de desenvolvimento de corpo, órgão, tecido ou membro. 2. Em patologia, é a diminuição de peso e volume de órgão, tecido ou membro por nutrição insuficiente das células ou imobilização. 3. No sentido figurado, é uma debilitação ou perda de alguma faculdade mental ou de um dos sentidos, por exemplo, da memória em idosos.
20 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
21 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
22 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
23 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
24 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
25 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
26 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
27 Esterilidade: Incapacidade para conceber (ficar grávida) por meios naturais. Suas causas podem ser masculinas, femininas ou do casal.
28 Urologista: Médico especializado em tratar pessoas com problemas no trato urinário e homens com problemas nos órgãos genitais, como impotência.
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