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Orquidopexia para corrigir a criptorquidia: quando deve ser feita?

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O que é orquidopexia?

Orquidopexia é o procedimento cirúrgico para correção da criptorquidia1. Consiste na fixação dos testículos2 nas paredes da bolsa escrotal.

O que é criptorquidia1?

Os testículos2 se formam dentro do abdome3 e normalmente descem através do canal inguinal4 até a bolsa escrotal, pouco antes do nascimento ou excepcionalmente o fazem até os quatro meses de vida. Se eles não descerem até seis meses de idade, é pouco provável que o façam espontaneamente e será necessária uma cirurgia para fixá-los na bolsa escrotal. Essa cirurgia, denominada orquidopexia, é muito simples. Existem várias razões pelas quais é preciso fazê-la. Além de que sem ela a genitália5 não assume sua aparência normal, a maior temperatura dentro do abdome3 impede a produção e função dos espermatozoides6, prejudicando ou até abolindo a fertilidade. Esses testículos2 também têm maior chance de desenvolverem câncer7 ou sofrerem uma torção8, resultando em um quadro de abdome agudo9.

Quem deve realizar a orquidopexia?

Se os testículos2 não desceram para a bolsa escrotal até os dois anos, a cirurgia deve ser feita sem mais demora. A orquidopexia pode ser realizada também em casos de ectopia testicular10, ou seja, localização dos testículos2 fora do trajeto normal de descida, podendo ser encontrado no tecido subcutâneo11, na região crural ou femoral, na base do pênis12 e até mesmo no períneo13.

Em que consiste a orquidopexia?

Na orquidopexia pode ser utilizada anestesia14 geral ou raquidiana. Uma pequena incisão15 é feita na virilha para mobilização dos testículos2 e outra na parede da bolsa escrotal, para fixação deles. Também pode ser feita por uma pequena incisão15 no abdome3 por onde são introduzidos instrumentos de laparoscopia16, uma pequena câmera com luz que produz imagens do interior da cavidade abdominal17, para a localização do testículo18 retraído. Se o mesmo é encontrado, a laparoscopia16 também pode ser utilizada para conduzir o testículo18 até a bolsa escrotal, porque ela serve tanto para o diagnóstico19, quanto para o tratamento dessa condição. No pós-operatório da orquidopexia deve-se ter os cuidados pertinentes aos pós-operatórios em geral, mas quase sempre ele é simples. Em quase todos os casos, as crianças voltam para casa no mesmo dia em que a cirurgia é realizada.

Como evolui a orquidopexia?

A maioria dos casos de criptorquidia1 é resolvida espontaneamente, sem tratamento, mas quando necessária, a correção cirúrgica geralmente tem êxito. O testículo18 que não desce para a bolsa escrotal até um ano de idade tem maior chance de desenvolver câncer7, mesmo depois de posicionado corretamente.

Quais são as complicações possíveis da orquidopexia?

Com os cuidados e a técnica corretos não é de esperar-se por complicações, contudo, infecções20 ou sangramentos podem ocorrer em qualquer operação. Raramente ocorrem lesões21 dos vasos sanguíneos22 do testículo18 ou do ducto deferente23, retração ou atrofia24 testicular ou se necessita de uma segunda cirurgia para fazer os testículos2 chegarem à bolsa escrotal. Se for o caso, essa cirurgia deve ser realizada cerca de um ano após a primeira.

ABCMED, 2015. Orquidopexia para corrigir a criptorquidia: quando deve ser feita?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/792037/orquidopexia-para-corrigir-a-criptorquidia-quando-deve-ser-feita.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Criptorquidia: 1. Falha na descida de testículo para o escroto, também conhecida como criptorquia.
2 Testículos: Os testículos são as gônadas sexuais masculinas que produzem as células de fecundação ou espermatozóides. Nos mamíferos ocorrem aos pares e são protegidos fora do corpo por uma bolsa chamada escroto. Têm função de glândula produzindo hormônios masculinos.
3 Abdome: Região do corpo que se localiza entre o TÓRAX e a PELVE.
4 Canal Inguinal: Passagem (na PAREDE ABDOMINAL anterior inferior) pela qual passam o CORDÃO ESPERMÁTICO (no homem), o LIGAMENTO REDONDO (na mulher), os nervos e os vasos. Sua extremidade interna localiza-se no anel inguinal profundo e a extremidade externa está no anel inguinal superficial.
5 Genitália: Órgãos externos e internos relacionados com a reprodução. Sinônimos: Órgãos Sexuais Acessórios; Órgãos Genitais; Órgãos Acessórios Sexuais
6 Espermatozóides: Células reprodutivas masculinas.
7 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
8 Torção: 1. Ato ou efeito de torcer. 2. Na geometria diferencial, é a medida da derivada do vetor binormal em relação ao comprimento de arco. 3. Em física, é a deformação de um sólido em que os planos vizinhos, transversais a um eixo comum, sofrem, cada um deles, um deslocamento angular relativo aos outros planos. 4. Em medicina, é o mesmo que entorse. 5. Na patologia, é o movimento de rotação de um órgão sobre si mesmo. 6. Em veterinária, é a cólica de alguns animais, especialmente a do cavalo.
9 Abdome agudo: Dor abdominal, em geral de início súbito, progressiva que costuma associar-se a doenças de resolução cirúrgica. Necessita de avaliação médica urgente. Algumas causas de abdome agudo são apendicite, colecistite, pancreatite, etc.
10 Ectopia testicular: Os testículos do feto masculino se formam dentro do abdome e, logo após o nascimento, eles descem pelo canal inguinal, do abdome para a bolsa escrotal. Quando um testículo não faz esta descida, significa que ele se encontra fora do lugar onde deveria estar, isto é conhecido como ectopia testicular.
11 Tecido Subcutâneo: Tecido conectivo frouxo (localizado sob a DERME), que liga a PELE fracamente aos tecidos subjacentes. Pode conter uma camada (pad) de ADIPÓCITOS, que varia em número e tamanho, conforme a área do corpo e o estado nutricional, respectivamente.
12 Pênis: Órgão reprodutor externo masculino. É composto por uma massa de tecido erétil encerrada em três compartimentos cilíndricos fibrosos. Dois destes compartimentos, os corpos cavernosos, ficam lado a lado ao longo da parte superior do órgão. O terceiro compartimento (na parte inferior), o corpo esponjoso, abriga a uretra.
13 Períneo: Região que constitui a base do púbis, onde estão situados os órgãos genitais e o ânus.
14 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
15 Incisão: 1. Corte ou golpe com instrumento cortante; talho. 2. Em cirurgia, intervenção cirúrgica em um tecido efetuada com instrumento cortante (bisturi ou bisturi elétrico); incisura.
16 Laparoscopia: Procedimento cirúrgico mediante o qual se introduz através de uma pequena incisão na parede abdominal, torácica ou pélvica, um instrumento de fibra óptica que permite realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
17 Cavidade Abdominal: Região do abdome que se estende do DIAFRAGMA torácico até o plano da abertura superior da pelve (passagem pélvica). A cavidade abdominal contém o PERiTÔNIO e as VÍSCERAS abdominais, assim como, o espaço extraperitoneal que inclui o ESPAÇO RETROPERITONEAL.
18 Testículo: A gônada masculina contendo duas partes funcionais Sinônimos: Testículos
19 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
20 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
21 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
22 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
23 Ducto deferente: Ducto deferente ou canal deferente é um canal muscular que conduz os espermatozóides a partir do epidídimo até a próstata.
24 Atrofia: 1. Em biologia, é a falta de desenvolvimento de corpo, órgão, tecido ou membro. 2. Em patologia, é a diminuição de peso e volume de órgão, tecido ou membro por nutrição insuficiente das células ou imobilização. 3. No sentido figurado, é uma debilitação ou perda de alguma faculdade mental ou de um dos sentidos, por exemplo, da memória em idosos.
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