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Hipertrofia de adenoides: o que é? Quais as causas? E os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? Existe prevenção?

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O que é a hipertrofia1 de adenoides?

As adenoides (popularmente conhecidas como carne esponjosa) são duas estruturas linfáticas localizadas de cada lado, no fundo das fossas nasais, na rinofaringe2, região de passagem do fluxo aéreo nasal, caixa de ressonância da fala e local de abertura das tubas que comunicam o ouvido ao nariz3. Juntas com as amígdalas4 elas fazem parte do chamado Anel Linfático5 de Waldeyer, uma formação linfoide6 situada nos limites entre as cavidades nasais, bucais e a garganta7. As adenoides e as demais estruturas linfoides8 aí localizadas têm uma função imunológica de defesa local e produzem anticorpos9.

Quais são as causas da hipertrofia1 das adenoides?

As adenoides aumentam de volume nos primeiros anos de vida em resposta a estímulos antigênicos10, mas começam a regredir por volta dos seis, sete anos de idade até que na adolescência restam apenas resíduos delas. Em algumas crianças elas podem estar muito aumentadas de tamanho ou infectadas de maneira crônica, perdendo assim sua função imunológica e gerando problemas de saúde11. A hipertrofia1 tardia das adenoides e as adenoidites geralmente estão associadas às infecções12 das amígdalas4.

Quais são os principais sinais13 e sintomas14 da hipertrofia1 das adenoides?

Como as adenoides se comunicam com o nariz3, a garganta7 e o ouvido, a hipertrofia1 delas e as adenoidites podem, além de prejudicar a respiração, obstruir a abertura da tuba auditiva15 e gerar complicações como otites16 de repetição e perdas auditivas. A hipertrofia1 das adenoides pode levar a problemas respiratórios como roncos, apneia17 do sono e sinusites, além de problemas auditivos. A obstrução nasal crônica leva à respiração bucal e a problemas ortodônticos, como desalinhamento da arcada dentária18 e alterações do crescimento dos ossos da face19, sobretudo dos maxilares20. A redução de oxigenação durante o sono ocasiona diversos problemas no desenvolvimento da criança, como hiperatividade, queda do rendimento escolar e outros problemas comportamentais como dificuldade de concentração, irritabilidade, sonolência diurna, voz anasalada e falhas no crescimento. Na tentativa de aumentar o espaço para a passagem de ar, a criança tende a jogar a língua21 para frente e para cima, com isso empurrando os dentes para frente e o céu da boca22 para cima, o que resulta, ao longo de anos, numa protrusão dentária e num palato23 curvo para cima. Essa deformidade palatal, por sua vez, prejudica o septo nasal24, causando um desvio de septo na vida adulta.

Como o médico diagnostica a hipertrofia1 das adenoides?

O diagnóstico25 da hipertrofia1 das adenoides e das adenoidites é feito a partir dos sinais13 e sintomas14 da doença e de exames como endoscopia26 nasal e radiografias, que podem ajudar a esclarecer o problema à medida que permitem avaliar a gravidade da obstrução que a hipertrofia1 das adenoides impõe à passagem de ar pela rinofaringe2.

Como o médico trata a hipertrofia1 das adenoides?

A cirurgia é indicada quando a hipertrofia1 das adenoides ou as adenoidites causam otite27 de repetição, perda auditiva, apneia17 do sono ou quando a obstrução nasal é tão grave que a criança só consegue respirar pela boca22. No mesmo ato cirúrgico podem também ser removidas as amígdalas4, caso estejam comprometidas por infecções12 de repetição e presença constante de pus28. A cirurgia, contudo, é uma opção depois que o tratamento farmacológico não tenha apresentado resultados satisfatórios. Trata-se de uma cirurgia simples e que não afeta o sistema de defesa local, porque as outras estruturas são capazes de desempenhar essa função integralmente. O procedimento deve ocorrer em centro cirúrgico, sob anestesia29 geral, e as adenoides são removidas através da boca22. Normalmente o paciente pode retornar para casa no mesmo dia do procedimento.

Como prevenir a hipertrofia1 das adenoides?

Não há como prevenir a hipertrofia1 das adenoides, mas lavar a cavidade nasal30 com soro31 fisiológico32 ou com solução salina pode impedir que elas inflamem.

Quais são as complicações possíveis da hipertrofia1 das adenoides?

A remoção das adenoides não traz prejuízo para o sistema de defesa da criança e seu estado geral melhora com a eliminação de um foco infeccioso e da obstrução respiratória.

ABCMED, 2014. Hipertrofia de adenoides: o que é? Quais as causas? E os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? Existe prevenção?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/585842/hipertrofia-de-adenoides-o-que-e-quais-as-causas-e-os-sintomas-como-sao-o-diagnostico-e-o-tratamento-existe-prevencao.htm>. Acesso em: 24 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Hipertrofia: 1. Desenvolvimento ou crescimento excessivo de um órgão ou de parte dele devido a um aumento do tamanho de suas células constituintes. 2. Desenvolvimento ou crescimento excessivo, em tamanho ou em complexidade (de alguma coisa). 3. Em medicina, é aumento do tamanho (mas não da quantidade) de células que compõem um tecido. Pode ser acompanhada pelo aumento do tamanho do órgão do qual faz parte.
2 Rinofaringe: Parte nasal da faringe, situada acima do nível do palato mole.
3 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
4 Amígdalas: Designação comum a vários agregados de tecido linfoide, especialmente o que se situa à entrada da garganta; tonsila.
5 Linfático: 1. Na histologia, é relativo à linfa, que contém ou que conduz linfa. 2. No sentido figurado, por extensão de sentido, a que falta vida, vigor, energia (diz-se de indivíduo); apático. 3. Na história da medicina, na classificação hipocrática dos quatro temperamentos de acordo com o humor dominante, que ou aquele que, pela lividez das carnes, flacidez dos músculos, apatia e debilidade demonstradas no comportamento, atesta a predominância de linfa.
6 Linfoide: 1. Relativo a ou que constitui o tecido característico dos nodos linfáticos. 2. Relativo ou semelhante à linfa.
7 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
8 Linfoides: 1. Relativos a ou que constituem o tecido característico dos nodos linfáticos. 2. Relativos ou semelhantes à linfa.
9 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
10 Antigênicos: 1. Relativos a ou próprios de antígenos, que são substâncias que, introduzidas no organismo, provocam a formação de anticorpos. 2. Que possuem antigenicidade.
11 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
12 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
13 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
14 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
15 Tuba Auditiva: Passagem estreita que liga a parte superior da garganta à CAVIDADE TIMPÂNICA. Sinônimos: Trompa de Eustáquio; Tuba Auditória; Tuba Faringotimpânica
16 Otites: Toda infecção do ouvido é chamada de otite.
17 Apnéia: É uma parada respiratória provocada pelo colabamento total das paredes da faringe que ocorre principalmente enquanto a pessoa está dormindo e roncando. No adulto, considera-se apnéia após 10 segundos de parada respiratória. Como a criança tem uma reserva menor, às vezes, depois de dois ou três segundos, o sangue já se empobrece de oxigênio.
18 Arcada Dentária: A estrutura composta curva da dentição natural e as cristas residuais ou resquícios destas depois da perda de alguns ou de todos os dentes naturais. (Dicionário Médico Stedman. 27a. ed. Rio de Janeiro DF
19 Ossos da Face: Esqueleto facial, constituído pelos ossos situados entre a base do crânio e a região mandibular. Alguns consideram que dos ossos faciais devem fazer parte os ossos hióide (OSSO HIÓIDE), palatino (PALATO DURO) zigomático (ZIGOMA), a MANDÍBULA e a MAXILA. Embora excluindo o hióide, outros incluem os ossos nasais e lacrimais, a concha nasal inferior e o vômer. (Tradução livre de
20 Maxilares: Estrutura óssea da boca (que fixa os dentes). É constituída pela MANDÍBULA e pela MAXILA.
21 Língua:
22 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
23 Palato: Estrutura que forma o teto da boca. Consiste em palato duro anterior (PALATO DURO) e de palato mole posterior (PALATO MOLE).
24 Septo Nasal: A divisão que separa as duas cavidades nasais no plano medial, composta de cartilagens, membranas e partes ósseas.
25 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
26 Endoscopia: Método no qual se visualiza o interior de órgãos e cavidades corporais por meio de um instrumento óptico iluminado.
27 Otite: Toda infecção do ouvido é chamada de otite.
28 Pus: Secreção amarelada, freqüentemente mal cheirosa, produzida como conseqüência de uma infecção bacteriana e formada por leucócitos em processo de degeneração, plasma, bactérias, proteínas, etc.
29 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
30 Cavidade Nasal: Porção proximal da passagem respiratória em cada lado do septo nasal, revestida por uma mucosa ciliada extendendo-se das narinas até a faringe.
31 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
32 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
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