Gostou do artigo? Compartilhe!

Atelectasia pulmonar: o que é isso?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é atelectasia1 pulmonar?

Os pulmões2 são órgãos extensíveis, cheios de ar, onde se dão as trocas do oxigênio, que vai alimentar o organismo, carreado pela circulação3 sanguínea, pelo gás carbônico, que os pulmões2 eliminam por meio da expiração4.

A atelectasia1 pulmonar não é uma doença, mas uma síndrome5 que pode ocorrer em várias doenças e que consiste na falta de aeração e consequente colapso6 de parte ou da totalidade de um pulmão7, devido a um bloqueio dos brônquios8 ou bronquíolos9. O pulmão7, ou parte dele, então “murcha”. Além do prejuízo respiratório, também ocorrem diminuição da oxigenação e outros distúrbios cardiovasculares.

Quais são as causas da atelectasia1 pulmonar?

As causas mais comuns da atelectasia1 pulmonar são:

  • Acúmulo de secreções espessas, formando uma “rolha” que obstrui os brônquios8 ou bronquíolos9.
  • Compressão por um tumor10.
  • Derrame11 plural (líquido na cavidade pleural12).
  • Pneumotórax13 (ar na cavidade torácica).
  • Aspiração de corpo estranho (principalmente nas crianças).
  • A atelectasia1 também ocorre em seguida a uma anestesia14 geral, sobretudo depois de cirurgias efetuadas no tórax15 ou no abdome16 superior.

Quais são os principais sinais17 e sintomas18 da atelectasia1 pulmonar?

Os sintomas18 da atelectasia1 pulmonar variam em função da extensão da lesão19 e da velocidade de sua instalacão. Nas atelectasias20 agudas, em geral, são: dor torácica, tosse e dificuldade para respirar. Nos casos em que a atelectasia1 se desenvolve aos poucos, os sintomas18 não costumam ser muito evidentes e muitas vezes são confundidos com os da doença causal. As atelectasias20 demoradas podem acabar gerando complicações como infecções21, dilatações brônquicas e fibrose22 pulmonar.

Como o médico diagnostica a atelectasia1 pulmonar?

Além dos sinais17 e sintomas18, que podem dar uma primeira pista, o médico poderá confirmar o diagnóstico23 através da radiografia ou da tomografia computadorizada24 do tórax15. O exame físico pode não ajudar muito porque a atelectasia1 só dá sinais17 se o colapso6 pulmonar for extenso. No entanto, ele pode mostrar diminuição da mobilidade torácica, retração costal, dispneia25, tosse, diminuição na expansibilidade do pulmão7 no lado da atelectasia1, etc. Em muitos casos, a broncoscopia26 (exame feito através de um tubo que porta uma câmera de vídeo em sua extremidade) é capaz de detectar o problema. No que se refere a exames bioquímicos, a gasometria mostrará hipoxemia27, hipercapnia28 e alcalose29 respiratória. Os exames radiológicos, por seu turno, revelarão hipertransparência, aumento da densidade na área colabada, deslocamento do mediastino30 para o lado da atelectasia1, elevação do diafragma31 e outros sinais17 típicos que o médico deverá saber avaliar.

Como o médico trata a atelectasia1 pulmonar?

O tratamento da atelectasia1 pulmonar depende da sua causa e tem como objetivo re-expandir o pulmão7 colabado. Se houver infecção32 bacteriana deve-se usar antibióticos. Os mucolíticos (medicamentos que facilitam a expectoração33) poderão ajudar na eliminação das secreções. A fisioterapia34 pulmonar também pode contribuir com a mobilização das secreções e a broncoscopia26 pode ser usada para a aspiração dessas secreções. Se a obstrução dos brônquios8 for motivada pela aspiração de um corpo estranho para as vias aéreas, a broncoscopia26 pode ser usada para removê-lo, mas se isso não for suficiente, tem-se de apelar para a cirurgia. Ela também, em geral, será necessária para a remoção de tumores.

Como evolui a atelectasia1 pulmonar?

A evolução da atelectasia1 pulmonar depende da condição que a causa. Algumas são inteiramente solucionáveis, sem sequelas35; outras podem se complicar com infecções21 ou insuficiências respiratórias graves e algumas podem, inclusive, exigir cirurgias.

Como prevenir a atelectasia1 pulmonar?

  • Depois de uma intervenção cirúrgica o indivíduo deve respirar profundamente, tossir regularmente (sem grande esforço) e começar a se movimentar o mais cedo possível.
  • Os indivíduos fumantes devem deixar de fumar por seis a oito semanas após uma cirurgia.
  • Os indivíduos com dificuldades neurológicas ou pulmonares devem usar os aparelhos apropriados para o seu caso.
ABCMED, 2013. Atelectasia pulmonar: o que é isso?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/349219/atelectasia-pulmonar-o-que-e-isso.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Atelectasia: Colapso total ou parcial de um órgão do corpo, geralmente do pulmão. Ocorre uma falta de expansão dos alvéolos de uma parte do pulmão ou do pulmão inteiro devido a uma ausência de ventilação consecutiva à obstrução total ou parcial de um brônquio.
2 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
3 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
4 Expiração: 1. Ato ou efeito de expirar. 2. Expulsão, pelas vias respiratórias, do ar dos pulmões. 3. Fim ou termo de prazo estipulado ou convencionado.
5 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
6 Colapso: 1. Em patologia, é um estado semelhante ao choque, caracterizado por prostração extrema, grande perda de líquido, acompanhado geralmente de insuficiência cardíaca. 2. Em medicina, é o achatamento conjunto das paredes de uma estrutura. 3. No sentido figurado, é uma diminuição súbita de eficiência, de poder. Derrocada, desmoronamento, ruína. 4. Em botânica, é a perda da turgescência de tecido vegetal.
7 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
8 Brônquios: A maior passagem que leva ar aos pulmões originando-se na bifurcação terminal da traquéia. Sinônimos: Bronquíolos
9 Bronquíolos: A maior passagem que leva ar aos pulmões originando-se na bifurcação terminal da traquéia.
10 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
11 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
12 Cavidade pleural: Cavidade dupla (porém, separada) dentro da CAVIDADE TORÁCICA. Consiste em um espaço entre as PLEURAS visceral e parietal e contém normalmente uma camada capilar de um líquido seroso que lubrifica as superfícies da pleura.
13 Pneumotórax: Presença de ar na cavidade pleural. Como o pulmão mantém sua forma em virtude da pressão negativa existente entre a parede torácica e a pleura, a presença de pneumotórax produz o colapso pulmonar, podendo levar à insuficiência respiratória aguda. Suas causas são traumáticas (ferida perfurante no tórax, aumento brusco da pressão nas vias aéreas), pós-operatórias ou, em certas ocasiões, pode ser espontâneo.
14 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
15 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
16 Abdome: Região do corpo que se localiza entre o TÓRAX e a PELVE.
17 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
18 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
19 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
20 Atelectasias: Colapso total ou parcial de um órgão do corpo, geralmente do pulmão. Ocorre uma falta de expansão dos alvéolos de uma parte do pulmão ou do pulmão inteiro devido a uma ausência de ventilação consecutiva à obstrução total ou parcial de um brônquio.
21 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
22 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
23 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
24 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
25 Dispnéia: Falta de ar ou dificuldade para respirar caracterizada por respiração rápida e curta, geralmente está associada a alguma doença cardíaca ou pulmonar.
26 Broncoscopia: Método de diagnóstico que permite observar através dos brônquios utilizando um dispositivo óptico (fibroendoscópio), obter biópsias e realizar culturas de secreções.
27 Hipoxemia: É a insuficiência de oxigênio no sangue.
28 Hipercapnia: É a presença de doses excessivas de dióxido de carbono no sangue.
29 Alcalose: Desequilíbrio do meio interno, produzido por uma diminuição na concentração de íons hidrogênio ou aumento da concentração de bases orgânicas nos líquidos corporais.
30 Mediastino: Região anatômica do tórax onde se localizam diversas estruturas, dentre elas o coração.
31 Diafragma: 1. Na anatomia geral, é um feixe muscular e tendinoso que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. 2. Qualquer membrana ou placa que divide duas cavidades ou duas partes da mesma cavidade. 3. Em engenharia mecânica, em um veículo automotor, é uma membrana da bomba injetora de combustível. 4. Na física, é qualquer anteparo com um orifício ou fenda, ajustável ou não, que regule o fluxo de uma substância ou de um feixe de radiação. 5. Em ginecologia, é um método contraceptivo formado por uma membrana de material elástico que envolve um anel flexível, usado no fundo da vagina de modo a obstruir o colo do útero. 6. Em um sistema óptico, é uma abertura que controla a seção reta de um feixe luminoso que passa através desta, com a finalidade de regular a intensidade luminosa, reduzir a aberração ou aumentar a profundidade focal.
32 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
33 Expectoração: Ato ou efeito de expectorar. Em patologia, é a expulsão, por meio da tosse, de secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões; escarro.
34 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
35 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.